Lutar e Vencer - Agosto 2009
O André Levy da «Jangada de Pedra» continua a fazer o levantamento das lutas dos trabalhadores em Portugal.
São muitas as lutas, mas escassa a sua cobertura mediática. Com algumas excepções, as lutas dos trabalhadores e populações recebem pouca atenção, ou atenção pouco esclarecedora. Felizmente, há um local onde há acesso garantido a notícias sobre as lutas dos trabalhadores portugueses: o jornal , o orgão central do Partido Comunista Português. Muita da informação abaixo foi recolhida das páginas do e do sitio da CGTP-IN. (Ver lutas de 2006, 2007, Jan a Abril de 2008, Maio a Dez de 2008).
Aqui fica, mês a mês, a lista de 2009.
AGOSTO/2009
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Lutas juntos dos estabelecimentos Pingo Doce, do Grupo Jerónimo Martins Retalho. Sindicato e trabalhadores procuram assim sensibilizar os consumidores para problemas laborais que persistem naqueles supermercados, como: a imposição de horários cuja organização (e alteração) não respeita as regras legais, tal como sucede com marcação de férias e com o regime de adaptabilidade previsto no contrato; o não pagamento de diferenças salariais de quatro meses do ano passado; a pouca credibilidade das avaliações profissionais, com reflexos em discriminações na atribuição de prémios; desrespeito de direitos de maternidade e paternidade e dos trabalhadores-estudantes. No dia 14, no Pingo Doce da Venda Nova, Amadora, a administração solicitou a intervenção policial alegando que a acção estava a ser feita em «terreno privado», tendo chegado ao «delírio», obrigando as operadoras a distribuir um outro comunicado aos clientes, onde se punha em causa as denúncias do CESP e dos trabalhadores.
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Greve dos trabalhadores dos estabelecimentos da Lojas Francas Portugal (3/8), nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Ponta Delgada, Santa Maria e Horta. Os sindicatos (Sitava e Sintac) e os trabalhadores protestam contra a recusa da empresa a negociar aumentos salariais.
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Manifestação nacional de guardas florestais (6/8), junto à Residência Oficial do 1º Ministro, em S. Bento, Lisboa, para exigir resposta às principais reivindicações apresentadas com o objectivo de dignificar a carreira profissional e de garantir melhores condições de trabalho.
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Concentração dos Vigilantes da Natureza (11/8), junto ao Ministério do Ambiente, com o intuito de obterem uma reunião, onde possam ser esclarecidos sobre o processo de enquadramento da sua carreira no novo regime de vínculos, carreiras e remunerações da Administração Pública.
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Tribuna pública de protesto da Associação Nacional de Sargentos (13/8), diante da residência oficial do Presidente da República, porque continuam sem resposta problemas como a desvalorização funcional e a desqualificação profissional.
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Depois de ter convocado uma greve (14/8) na cadeia de supermercados Alisuper, a direcção regional do Algarve do Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP/CGTP-IN) foi chamada a reunir com a administração do grupo e, perante os compromissos assumidos, cancelando a luta.
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Desconvocada greve na Budelpack, de Alverca, marcada para 14/8, quando, na antevéspera da greve, a administração recuou na sua pretensão de flexibilizar os horários e de acabar com os transportes que há muito vem assegurando aos trabalhadores.
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Os pescadores de sardinha, a Norte do Mondego, exigem compensação por terem cumprido o período de defeso em Fevereiro, Março e Abril. A verba em dívida equivale a apenas dois meses da remuneração que teriam ganho se tivessem trabalhado durante aqueles períodos.
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Concentração dos trabalhadores consulares (21/8), frente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, às Necessidades, caso, para resolver os problemas dos trabalhadores, que lutam pela vinculação à função pública, actualização salarial e avaliação.
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Greve (27/8) da Polícia Municipal, para exigir do governo o cumprimento das expectativas criadas em torno da revisão do estatuto destes polícias e a reposição do projecto inicial apresentado pelo próprio Governo
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Greve dos trabalhadores do Grupo TAP (27-28/8), pela definição de uma política para o transporte aéreo e para o Grupo TAP. . As administrações da empresa-mãe e da SPdH/Groundforce recorrem ao «terrorismo mediático».
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Greves parciais de uma hora no final do turno de serviço dos trabalhadores marítimos da SOFLUSA (31/8-4/9). Está em causa o agravamento do problema relativo ao tempo para a tomada de refeição, em que não está a ser respeitado o Acordo de Empresa.
In blog "Jangada de Pedra"