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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O candidato anti-"sistema"

 Chegámos ao final da campanha com uma certeza: existe apenas um candidato que não pactua com este "sistema". "Sistema" onde não existe democracia económica, nem social. "Sistema" onde a democracia cultural é limitada. "Sistema" onde a democracia política está amputada.

Francisco Lopes, pois é a ele que nos referimos, começou por ser, para os comentadores e analistas de serviço, o electricista com fracas habilitações literárias. O "homem do aparelho". O "ortodoxo". O "perfeito desconhecido" do País e do eleitorado. Mas a realidade no terreno, como hoje quase todos reconhecem (mesmo que a contragosto), foi outra.

Francisco Lopes é o único candidato que afirma que não é de maneira nenhuma um candidato dos interesses de todos os portugueses. O único que declara, preto no branco, que não assume de maneira nenhuma os interesses da exploração, da especulação, da decadência e da corrupção.

O único que comprova que o declínio nacional, a descaracterização do regime democrático e o ataque à soberania e independência nacionais marcam hoje a realidade do País. E que demonstra que há responsáveis: o PS e o PSD, com ou sem o CDS, que durante mais de três décadas partilharam alternadamente a governação em confronto com os valores de Abril.

O único candidato que pode afiançar que não tem responsabilidades ou quaisquer compromissos com as políticas que estão na base da actual situação. O único que protagoniza uma ruptura com a destruição da produção nacional, a exploração dos trabalhadores, a abdicação nacional, as injustiças sociais. O único que denunciou e combateu um Orçamento do Estado destinado a impor mais sacrifícios, mais dificuldades e mais pobreza.

Francisco Lopes é o único candidato que sublinha que este caminho de retrocesso e desigualdades sociais a que assistimos em Portugal contrasta com a escandalosa protecção e apoio dados ao grande capital e ao aumento dos seus colossais lucros. Que esta situação exprime as contradições do sistema capitalista mundial e o peso cada vez mais negativo do processo de integração europeia. E que este é um caminho inaceitável.

O único candidato que sustenta que existem na sociedade portuguesa dois campos. De um lado, os que erguem os valores da solidariedade e da dignidade humana inseparáveis do direito ao emprego, de uma mais justa distribuição do rendimento, da valorização dos salários e pensões de reforma. Do outro, os que, refugiados em discursos caritativos e encenada comiseração, exploram a pobreza que eles próprios promovem, instrumentalizando os sentimentos de solidariedade, iludindo as razões e responsabilidades pelo aumento sem fim do número de pobres. Francisco Lopes opta de forma inequívoca pelos primeiros.

Francisco Lopes é o único candidato que se dirige a todos os que sentem vontade de desistir. E diz-lhes que não desistam, que vale a pena acreditar, que vale a pena confiar em quem tem palavra e está consigo nas suas lutas e inquietações. E diz-lhes que a melhor resposta que têm para dar é juntarem-se a ele com o seu voto para condenar os que, no Governo e na Presidência, há muito desistiram de Portugal.

Por tudo isto, e muito mais, é que o voto em Francisco Lopes é um voto diferente de todos os outros: porque é o único que conta para a mudança.

Nota final: Aldrabice pura e dura é o único qualificativo que me ocorre. A sondagem da Marktest para a TSF e o Diário Económico sobre presidenciais ontem divulgada é um verdadeiro "caso de estudo". Consegue a proeza de não cumprir NENHUM dos parâmetros elementares de credibilidade. Nem quanto ao critério das amostras consideradas. Nem quanto à fiabilidade dos métodos de inquirição. Nem quanto aos procedimentos complementares de estimação. Nem finalmente quanto à forma como foram apresentadas por quase todos os meios de comunicação social (será que a maioria dos "especialistas" que a comentou leu a ficha técnica?...).

Que credibilidade merece uma sondagem onde, só um exemplo, o Litoral Norte (que, sublinhe-se, não inclui o Grande Porto) teve 155 inquiridos, quase os mesmos que a Grande Lisboa (onde existem 2,5 milhões de eleitores)? E onde o Interior Norte teve 181, ou seja mais 25 (!!!) que a Grande Lisboa?

Especialista em Sistemas de Comunicação e Informação

In jornal "Público" - Edição de 21 de Janeiro de 2011

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