O amor pela verdade (III)
(continuação)
Quando as forças reaccionárias dispõem e abusam do Poder, dos recursos e do aparelho do Estado, dos órgãos de comunicação social, nem sempre falar verdade conduz ao êxito imediato.
Exemplo flagrante no tempo da ditadura fascista foram as perseguições, as torturas, as condenações, os assassínios de comunistas pela suprema razão que os comunistas diziam a verdade ao povo.
Exemplos flagrantes depois do 25 de Abril é o sistemático silêncio ou a grosseira deturpação das posições do PCP pelos grandes meios de comunicação social controlados pelo governo e a incriminação e condenação como caluniadores daqueles que com inteira verdade desvendam casos gravíssimos de corrupção nas mais altas esferas.
O amor pela verdade pode temporariamente custar caro a quem o exercita. Mas a verdade acaba por triunfar da mentira. A política da mentira está condenada à derrota final. É à política da verdade que o futuro pertence.
Princípio válido para as posições e a actividade do Partido, o respeito e o amor pela verdade é igualmente válido para as posições e a actividade de cada comunista. Mentir ao Partido é uma das mais graves faltas que um membro do Partido pode cometer. O respeito pela verdade é um princípio na acção do Partido e uma regra moral de todos os seus membros.
A verdade é para o PCP uma necessidade objectiva, uma arma de luta, um factor da força e influência, um penhor do futuro e um imperativo moral.
Com inteira razão o PCP afirma ser o partido da verdade.
(sublinhados meus)
In Álvaro Cunhal, «O Partido com Paredes de Vidro»
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