Em 5 de Junho façamos ouvir a nossa voz
1. Está anunciada uma proposta de aumento do gás natural superior aos 3,2 por cento de 2010. Isto vai representar mais uma penalização para 1 milhão de consumidores domésticos e para muitas empresas. Sectores como o da cerâmica, do vidro e parte do sector têxtil serão os mais atingidos.
Os combustíveis atingiram esta terça-feira o seu preço mais alto de sempre: 1,619 euros na gasolina 95 e 1,449 no gasóleo. Estamos perante um roubo descarado que penaliza a nossa economia e a população país. Mas que engorda, e de que maneira, os lucros das empresas do sector.
Os lucros da GALP foram em 2010 de 611 milhões de euros e os da EDP de 1662 milhões de euros. Os lucros da GALP quintuplicaram (!!!) desde a liberalização do mercado dos combustíveis: o lucro médio anual da GALP foi de 138,8 milhões de euros entre 2000 e 2003 e passou a ser de 678,3 milhões de euros entre 2004 e 2010.
Neste, como em todos os sectores da vida política, económica, social e cultural, os comunistas têm propostas. Assim, o PCP exige o estabelecimento de um regime de preços máximos no sector da energia. No que respeita aos consumidores domésticos, esses preços devem estar ligados ao valor da inflação. E em relação às empresas, associados às questões de produtividade.
Sublinhe-se que estas propostas não têm qualquer influência nas questões do défice orçamental e da dívida pública.
2. Portugal vive uma situação em que aqueles que são responsáveis pela governação do país em todos estes últimos anos – PS, PSD e CDS – já não conseguem disfarçar a gravidade dos problemas que o país enfrenta.
Os PEC e Orçamentos do Estado, foram-nos apresentados e justificados como males necessários para vencer dificuldades. Afinal traduziram-se em factores de acentuação de crise e recessão. De aumento do desemprego. De agravamento da dependência externa. E de dilatação do próprio défice das contas públicas que dizem querer combater.
Como afirmou Jerónimo de Sousa: «Se há vítimas em toda esta situação e sobre esta desastrosa evolução do país, elas são os milhões de portugueses sujeitos à imposição de pesados e injustificados sacrifícios inutilmente esbanjados sem resolver um só dos seus problemas».
As eleições legislativas antecipadas de 5 de Junho constituem, por isso, uma oportunidade para os trabalhadores e o povo fazerem ouvir a sua voz. E para afirmarem, com o seu voto na CDU, a exigência da necessária e indispensável ruptura com este rumo de desastre nacional.
Especialista em Sistemas de Comunicação e Informação
In "Jornal do Centro" - Edição de 15 de Abril de 2011
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