O respeitinho é muito bonito e eu gosto!
O cidadão Aníbal Cavaco Silva, recorde-se, é um «homem do aparelho» do PPD/PSD. É um político profissional. Dele disse um dos seus mais próximos colaboradores, Miguel Cadilhe, «Cavaco é como um eucalipto: provoca aridez à sua volta». Durante 18 anos dos 37 que leva a democracia em Portugal assumiu responsabilidades políticas. Dois anos como Ministro das Finanças. Dez como Primeiro-ministro (pós 25 de Abril de 1974 aquele com mais tempo em funções). Seis como Presidente da República.
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, fala (agora) muito de dívidas (pública e das famílias). Quando, recorde-se, como Ministro das Finanças endividou o país como poucos. E quando se cala sobre as dívidas privadas e da banca e sobre as consequências para Portugal do recente aumento das taxas de juro pelo BCE.
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, debita sobre a sustentabilidade do sistema de Segurança Social no nosso país. Quando como Primeiro-ministro, retirou (e não devolveu) dos dinheiros da segurança social mil milhões de contos, cinco mil milhões de euros.
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, anda (agora) a apelar à reconstituição do aparelho produtivo. Quando como Primeiro-ministro, com a chamada «política do bom aluno», ajudou a destruí-lo na agricultura, nas pescas, na indústria. Na altura, para pertencermos ao chamado «pelotão da frente» tínhamos que viver dos serviços e do betão. Agora, devemos regressar à «lavoura».
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, critica violentamente (agora) as agências de rating. Quando há meses mandava os portugueses calarem-se e não falar sobre o tema.
Desculpem que pergunte:
E nunca há um, só um que seja, jornalista capaz de o confrontar com estas (e outras) declarações?
Está visto:
O respeitinho é muito bonito e eu gosto!
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