A Anedota da Semana (IV)
- A mudança de paradigma no jornalismo político (o avanço da "interpretação" em prejuízo do relato, puro e duro)
- Quem se der ao trabalho de ler os textos emanados do PCP encontra apenas «mais do mesmo»
Comecemos pela 1ª Tese.
- Onde está no "DN" a interpretação de (para me restringir só aos dois dias da Conferência em si), destas intervenções (Sábado 24/11 e destas Domingo 25/11)?
- O que Jerónimo de Sousa, Agostinho Lopes, Carlos Carvalhas, Octávio Teixeira, Honório Novo, Odete Santos, Albano Nunes, Ilda Figueiredo, Sérgio Ribeiro, etc., etc., etc., disseram nas suas intervenções não merece interpretação?
- Este Texto Base com mais de 225 mil caracteres de análise «pura e dura» da realidade do país não merece interpretação?
- Estes documentos sectoriais e anexos estatísticos que podem ser consultados AQUI não merecem interpretação?
- Esta Proclamação não merece interpretação?
- E que «interpretação» dar ao facto de o "DN" ter entendido não ser necessário enviar qualquer jornalista ao local, Seixal, e ter-se baseado na reportagem da Lusa?
- Ou ao facto de o "DN" nem uma linha ter escrito sobre o primeiro dia de trabalhos desta importante iniciativa?
- Ou o facto de na edição on line do dia 26/11 nada constar do texto citado (o tal da págª 18)?
- A talhe de foice talvez fosse de o senhor Provedor do Leitor nos explicar porque razão o "DN" omite (pode procurar só desde o momento em que assumiu estas funções), que em quase todos os documentos elaborados pelo Comité Central do PCP desde o 25 de Abril de 1974 consta uma análise sistemática e sistémica da situação a nível planetário. O mesmo em todas as Resoluções Políticas de todos os Congressos. A do XVII Congresso, por exemplo, tem 69 318 caracteres, o equivalente a 8 páginas do "DN". É o único partido político português que o faz. Isto não é motivo de notícia ou de análise, qualquer que seja o “critério jornalístico” utilizado?
Sobre a Tese do «mais do mesmo»:
- Há 22 anos que o PCP não fazia uma Conferência Nacional sobre Questões Económicas e Sociais. A propósito talvez fosse de o senhor Provedor do Leitor nos explicar a «falha» em TODOS os lead de notícias do "DN" sobre este evento. Em NENHUM é referido que se trata de uma Conferência nos termos dos Estatutos do PCP (nomeadamente com 1250 delegados eleitos) com Regulamento como se de um Congresso se tratasse. Isto é «mais do mesmo»?
- No âmbito da realização desta iniciativa, decorreu desde Março um período de preparação com um vasto programa de iniciativas realizadas nos vários distritos e regiões que permitiram o exame e o debate das principais questões económicas e sociais, pondo em evidência constrangimentos e perspectivas de desenvolvimento regional, as profundas assimetrias regionais que marcam o país e as propostas do PCP em relevantes questões económicas sectoriais, como a indústria, a energia, a agricultura, as pescas e o mar, os transportes, as comunicações, as telecomunicações, o sector automóvel, a indústria naval, as tecnologias da informação e comunicação, o sector financeiro, a administração pública, a economia mundial, as micro e as pequenas e médias empresas, o movimento cooperativo, a ciência e a tecnologia, e outras de âmbito social como a pobreza, a habitação, a saúde e a educação, a juventude, o ambiente e as áreas protegidas, a realidade do mundo do trabalho e dos trabalhadores ou a avaliação sobre os diferentes fluxos migratórios. Isto é «mais do mesmo»?
- E porque é que o "DN" quase que silenciou estas dezenas de iniciativas, com centenas e centenas de intervenções analíticas, limitando-se, no melhor dos casos, a umas citações da intervenção de Jerónimo de Sousa? Será por serem «mais do mesmo»?
- «Mais do mesmo» "Um Novo Rumo para a Serra da Estrela"? Ou "Habitação em Portugal hoje"? Ou "Balanço da Acção Governativa na Área da Ciência & Tecnologia"? Ou...
Pode-se concordar ou discordar dessas análises. Agora dizer que é «mais do mesmo»... É para se auto dispensarem de analisar o que o PCP escreve (dá muito trabalho, não é verdade?). Se isto não é desonestidade intelectual, não sei o que seja… Enfim vamos conceder que estamos “apenas” perante ataques de preguicite e sectarite aguda.
Ai se o ridículo matasse....O meu agradecimento ao autor. Fez-me rir com gosto...