Um Partido que não fica à espera
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Cavaco Silva, no seu já longo percurso, ganhou o direito de figurar entre os principais responsáveis pela destruição das condições de vida de milhões de portugueses ao longo dos últimos 25 anos. Não há nódoa na vida nacional que não tenha o seu dedo, a sua iniciativa ou envolvimento. Das criminosas privatizações à generalização do trabalho precário. Da obediência servil às imposições da União Europeia à repressão sobre os trabalhadores. Da tentativa de destruição do SNS e da escola pública aos escândalos de corrupção como o do BPN. Cavaco esteve em todas.
Cavaco foi enquanto ministro e primeiro-ministro e, agora, como Presidente da República, um homem de mão dos principais grupos monopolistas. Esse mesmo reconhecimento teve-o na última campanha eleitoral naquele simbólico abraço dado por Belmiro de Azevedo.
Meses depois, Cavaco receberia os banqueiros sob o olhar das câmaras e associava-se ao governo PS, ao PSD e ao CDS, no accionamento do processo de intervenção externa do FMI e da UE. De então para cá, apesar das várias intervenções públicas em que procura sacudir responsabilidades, Cavaco é a «voz dos mercados». Aquele que, em confronto com a Constituição da República, ampara e estimula tudo quanto o Governo quer impor. Hoje, como antes, Cavaco é parte do problema e não da solução.
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