A Crise do Sistema Capitalista: Desemprego e Precariedade
A taxa de desemprego nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) permanecia nos 7,9 por cento em Maio. Segundo estatísticas oficiais, a Espanha é o território onde o índice é mais elevado, 24,6 por cento, seguido de Portugal, 15,2 por cento, e da Irlanda, 14,6 por cento.
Os dados da OCDE afirmam ainda que no total estavam contabilizados no espaço da organização quase 48 milhões de desempregados, isto é, mais três milhões que em Abril. Cerca de 12 milhões destes são jovens.
- No conjunto dos países zona euro, detalham igualmente os registos da OCDE, a taxa de desemprego cifra-se em 7,3 por cento da população activa.
Dados da OCDE mostram ainda que na Alemanha os contratos com baixos salários representam 20 por cento dos empregos a tempo inteiro, percentagem acima da registada na Grécia (13,5%) ou na Itália (8%).
O alerta foi dado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT): se não forem rapidamente adoptadas políticas favoráveis ao crescimento, dentro de quatro anos haverá mais 4,5 milhões de desempregados, a somar aos 17,4 milhões hoje existentes na zona euro.
A OIT alerta que o número de contratos temporários entre os jovens quase duplicou desde o início da crise económica, representando já quase 50 por cento do emprego juvenil.
Um estudo da OIT mostra que entre o segundo trimestre de 2008 e 2011, a taxa de emprego jovem em part-time aumentou cerca de 3,6 pontos percentuais na União Europeia, enquanto na Espanha ou na Irlanda a subida chegou a 11,8 e 20,7 pontos percentuais, respectivamente.
Em cinco países (Itália, Luxemburgo, Polónia, Portugal e Eslovénia), o aumento do trabalho temporário entre os jovens foi de dez pontos percentuais.
Segundo dados da organização relativos a 2011, cerca de 56 por cento dos jovens portugueses trabalhavam com vínculos precários, contra 20 por cento dos trabalhadores mais velhos. Estes valores são superiores à média europeia, em que 42 por cento dos jovens tinham trabalhos temporários, contra 11 por cento dos mais velhos.
O risco para os jovens é ficarem permanentemente numa situação precária, com reduzidas perspectivas profissionais, em termos de progressão e de evolução salarial.
O mesmo estudo mostra que, entre 2005 e 2010, os trabalhos temporários mal remunerados cresceram três vezes mais depressa do que outro tipo de empregos.
Hoje, um em cada cinco postos de trabalho é um «minijob». Uu seja, quase cinco milhões de trabalhadores têm nesta espécie de emprego a sua principal fonte de rendimento.
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