Estes negócios não são notícia: RTP
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O ministro Miguel Relvas não hesita em continuar a manipular os números: a RTP diz ele, custou, no ano passado 540 milhões aos contribuintes.
É preciso dizer com clareza que estes números são falsos.
E das duas uma: ou Relvas sabe - e é grave, porque mente; ou não sabe e é igualmente grave , porque revela que o ministro é ignorante.
A RTP Com os seus 15 canais, de rádio e TV (nacionais e internacionais, generalistas e temáticos), custou aos portugueses em 2012:
145,78 milhões de euros de contribuição audiovisual (CAV)
- mais 73,171 milhões de euros. de indemnização compensatória
- 339 mil euros de subsídio à exploração.
Nem mais um cêntimo!
O resto (45,315 milhões) foram receitas comerciais.
O truque de Miguel Relvas (e tutti quanti) é uma verdadeira pulhice:
Incluir nesses custos o pagamento voluntário de uma parte substancial da dívida (344,5 milhões), que estava a ser paga através da publicidade a um sindicato bancário internacional, desde o tempo de Morais Sarmento, e que o actual ministro decidiu antecipar.
Esclareça-se que, por um lado, o défice de mais de mil milhões de euros que a RTP tinha em 2005 era o efeito de uma dívida contraída pelo Estado que, durante anos, não pagou à empresa as «indemnizações compensatórias» a que se havia obrigado, primeiro pela perda da taxa, depois pela perda substancial de publicidade.
Por outro, porque a RTP, como todas as TV públicas recebe fundos públicos (da taxa ou/e do Orçamento) para pagamento das obrigações e limitações a que está obrigada pela prestação do serviço público.
Acresce que, se a publicidade tivesse constituido, como devia, uma receita da empresa e não um encargo para pagar a dívida, a RTP (a segunda mais barata da Europa) teria tido lucro desde 2005.
(sublinhados meus)