Memorando de veteranos dos serviços de informações para Obama acerca da Síria
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Veteranos profissionais dos serviços de informações dos EUA, da CIA e militares, enviaram um memorando a Obama sobre a Síria. Eis alguns trechos:
«Lamentamos informar-vos que alguns de nossos colegas dizem-nos, categoricamente que contrariamente às afirmações da vossa administração, as informações mais fiáveis, mostram que Bachar-al-Assad não foi responsável pelo incidente químico que matou e feriu civis sírios em 21 de agosto, e que os serviços de informações britânicos também o sabem.»
O «memorando» refere também que após o discurso de Colin Powell em 2003 na ONU, os veteranos tinham informado G.W.Bush, da natureza fraudulenta da informação.
«Escolhemos dar ao presidente Bush o benefício da dúvida, pensando que tinha sido induzido em erro ou, pelo menos, mal aconselhado». «A natureza fraudulenta do discurso de Powell era uma evidência (…) exortámos vivamente o vosso predecessor a alargar o debate para além do circulo de conselheiros claramente voltados para uma guerra para a qual não víamos nenhuma razão imperiosa (…) oferecemos-vos o mesmo conselho hoje.»
«As nossas fontes (…) insistem que o incidente não resultou de um ataque levado a cabo pelo exército sírio empregando armas químicas do seu arsenal. É este o facto mais saliente segundo agentes da CIA trabalhando na questão síria. Eles dizem-nos que o diretor da CIA John Brennan está a cometer uma fraude do tipo que precedeu a guerra no Iraque, sobre os membros do Congresso, os medias, o público, e mesmo sobre vós.»
«Há um grande número de provas provenientes de numerosas fontes no Médio Oriente – principalmente ligadas à oposição síria e seus partidários – oferecendo uma forte prova circunstancial que o incidente químico de 21 de agosto foi uma provocação planeada antecipadamente pela oposição síria e seus apoios turcos e sauditas.O objetivo era criar um género de incidente que fizesse os EUA entrarem na guerra.»
O «memorando» refere relatos sobre caixas contendo agentes químicos introduzidos nos arredores de Damasco onde foram abertas, não existindo nenhuma prova fiável que qualquer unidade especializada em armas químicas do exército sírio tenha operado na região ou que tenha sido disparado um míssil portador dessas armas.
É ainda relatado que se realizaram reuniões em que os comandantes da oposição informaram de «uma escalada iminente nos combates graças a um incidente que mudaria a guerra e que por sua vez levaria a bombardeamentos americanos na Síria que começariam dentro de alguns dias». Neste sentido foi feita ampla distribuição de armas sendo ordenado aos chefes militares para rapidamente explorarem os bombardeamentos americanos, marchar sobre Damasco e derrubar o governo.
Assinam a carta 11 membros em representação do «Steering Group, Veteran Intelligence Professionals for Sanity»
Texto completo em inglês: em Consortiumnews
Em francês: em Le Grand Soir
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Esta carta – e o seu silenciamento – mostra a que ponto a «desinformação social» dominada pela oligarquia, desceu quanto a critérios jornalísticos...
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