Miguel Urbano Rodrigues é seguramente também o jornalista e analista político que mais estudou, reflectiu e analisou a situação política no Afeganistão nos últimos 30 anos. Pelo menos desde a revolução verificada naquele país em 1978.
Escreveu milhares de páginas, nomeadamente nos jornais «O Diário» e «Avante!» e dois livros sobre a história e os conflitos mais recentes desencadeados na região.
E no entanto...
Nunca se lhe abriram as páginas dos diários de maior circulação em Portugal. Nunca falou nas rádios nacionais. A televisão raramente (só me recordo de duas ou três vezes em 30 anos), o convidou para comentar.
A comunicação social dita de «referência», como agora está na moda chamar, ostracizou-o por completo. Decerto por o Miguel ser portador de vários vírus infecto-contagiosos facilmente transmissíveis.
Em primeiro lugar, horror dos horrores, é comunista. Depois tem aquela característica, muito pouco correcta politicamente, de «não ter papas na língua». Para terminar tem o péssimo hábito de «chamar os bois pelo nome». Deve ser por isso que o silenciaram. Só pode.
Ou será que o facto de em Portugal mais de uma centena de órgãos de comunicação social estar nas mãos de cinco grandes grupos económicos tem alguma coisa a ver?
Miguel Urbano Rodrigues é seguramente o jornalista e analista político que mais estudou, reflectiu e analisou a situação política na Colômbia nos últimos 40 anos. Pelo menos desde 1968 com a publicação em S. Paulo, no Brasil, do seu ensaio intitulado «Opções da Revolução da América Latina». Daí em diante devemos-lhe milhares de páginas sobre o tema.
Haverá poucas pessoas no mundo que percepcionem como ele a realidade colombiana. Pode-se concordar ou discordar das suas ideias. Mas os seus textos são de leitura obrigatória. Até pelo seu conhecimento pessoal e próximo de muitos dos actores da história contemporânea da Colômbia. Aqui ficam, para consulta de quem se interesse pelo tema, uma dúzia (podiam ser 5 dúzias ou mais) dos últimos artigos do Miguel Urbano.
Na conferencia de imprensa, cujo objectivo era divulgar os conteúdos da 31ª edição da Festa do «Avante!», Alexandre Araújo, do Secretariado do PCP e da Direcção da Festa do «Avante!»o , sublinhou «alguns aspectos do vasto programa que este ano os visitantes poderão encontrar e que fazem da Festa do «Avante!» a maior iniciativa político-cultural que se realiza no nosso pais». Alexandre Araújo salientou que a «Festa se projecta muito além dos três dias da sua duração, que deve a sua realização ao empenhamento e dedicação de muitos militantes e simpatizantes do PCP e da JCP que, na Quinta da Atalaia e um pouco por todo o pais, se envolvem na sua preparação, divulgação, concepção e construção». Registaram-se «já mais de 6.500 participações em jornadas de trabalho voluntário desde que há dois meses e meio se iniciou a construção da Festa do «Avante!».
«Cresce o desemprego e a precariedade» é a manchete desta edição do Avante!, remetendo para a conferência de imprensa do PCP da passada semana, comentando a divulgação dos dados do Instituto Nacional de Estatística. Ao contrário do que afirma o Governo, que manipula os dados, o desemprego não pára de aumentar, aproximando-se do mais alto valor de sempre. O mesmo com a precariedade.A Festa do Avante! merece também um especial destaque. Esta semana, as organizações regionais, o Espaço Internacional, os livros e o tributo a Adriano Correia de Oliveira.
Este ano, o Espaço da Ciência está situado junto ao lago, junto com a Astronomia e a Física. «Ciência sobre rodas: da roda ao TGV» é o tema da edição deste ano. Os avanços técnico-científicos neste sector ao longo dos tempos estarão em destaque na exposição, assim como os seus impactes no meio ambiente e nas formas de vida das populações. A exposição divide-se em quatro épocas: a primeira, de 3500 a.C. a 1700 d.C., é intitulada «A roda e os primeiros veículos» e a seguinte aborda os tempos da revolução industrial (de 1700 a 1880 d.C.) e tem como lema «A todo o vapor». «A ascensão do automóvel e do eléctrico» é a época seguinte, que engloba os anos de 1880 a 1960 da nossa Era. «A actualidade», é a época seguinte. Uma última parte da exposição avança «O Futuro». Em cada uma destas épocas há diferentes perspectivas de abordagem: os meios de transporte; as infra-estruturas; o impacto deste desenvolvimento nas artes e nas letras; e também as suas consequências sociais, políticas e ambientais. Os debates debruçam-se sobre os temas «Transportes e poluição – um questão de saúde pública»; «Transportes e energia – que futuro?»; «Avanços tecnológicos na área dos transportes»; e «Política Nacional de Transportes». No mesmo espaço, convivem também a Astronomia e a Física, com a colaboração, respectivamente, de Máximo Ferreira e do Grupo de Física do Instituto Superior Técnico. Na Física, as experiências estarão voltadas igualmente para os transportes terrestres.
1. (...) A DORViseu vai dispor na Festa de um espaço de mais de 300 m2, ocupado por um Restaurante, um Bar e Garrafeira, um espaço de Mostra/Venda de Artesanato, outro de Venda de Produtos Regionais e também uma documentada Exposição Política.
2. Privilegiando a genuinidade e qualidade dos produtos, a DORV do PCP estabeleceu com a ANCRA, associação representativa dos criadores da raça Arouquesa, sedeada em Cinfães, um contrato de fornecimento para o Restaurante. Nele, a Vitela Arouquesa certificada será a rainha, assada no forno ou grelhada à posta. Ainda no campo da gastronomia, o Restaurante e Bar de Viseu oferecem os “Rojões à Moda de Campia”, a sandes de Presunto e Queijo “à Lavrador”, a “Punheta de Bacalhau”.
Na Garrafeira vamos mostrar e vender os melhores vinhos das Adegas Cooperativas do Dão (Penalva do Castelo, Mangualde, Silgueiros), os brancos e espumantes de Moimenta da Beira, Varosa e Tarouca, no que constituiu um acto de promoção incomparável, enaltecido pelos responsáveis destas estruturas cooperativas e sociedades comerciais.
Dos Produtos Regionais presentes no nosso estande destacamos o Queijo de Ovelha de Penalva do Castelo, o Queijo de Cabra do Montemuro, o Presunto e Fumeiro de Lamego, o Mel do Caramulo, as Broas, Centeios e Bolos de Azeite de Vildemoinhos.
O Artesanato estará representado pelos oleiros do barro preto de Molelos, Tondela, e pelas miniaturas em madeira de Lalim, Lamego.
Como sempre, a música de cariz popular do Distrito não podia faltar na Festa. Pena é que a DORV não possa levar todos os grupos que se disponibilizaram para participar, num inegável exemplo da importância que a Festa representa na promoção de todos eles. Este ano cabe ao Rancho Folclórico “Os Lavradores” de Cubos, Mangualde e à Associação Etnográfica e Recreativa de Penajóia, Lamego, a responsabilidade de elevar o prestígio da música popular do Distrito.
Mas a música do Distrito na Festa não se fica por aqui. A JCP - Juventude Comunista Portuguesa - realizou no passado mês de Julho, no “Luna Bar” o seu Festival Distrital de Bandas, apurando aquela que posteriormente disputou e venceu a Final Norte, e que devido a esse êxito conquistou o direito a tocar para milhares de pessoas na Festa do Avante, no Palco Novos Valores, da Cidade da Juventude: os “Rebel Inc.”
Ainda para animar o espaço de Viseu, sobretudo há hora das refeições, contaremos com um animado grupo de concertinas e tocadores ao desafio do norte do Distrito.
3. A Exposição Política, espaço nobre de divulgação da luta dos comunistas, dos trabalhadores e das populações do Distrito, tratará da ofensiva do governo contra os serviços públicos, particularmente no que toca ao encerramento das escolas do 1º Ciclo nas nossas aldeias. A luta contra a intenção de edificar o “santuário” fascista em Santa Comba, terá igualmente um tratamento especial na exposição política, tal como a realização da VII Assembleia da Organização Regional de Viseu, bem como a actividade política e as diferentes iniciativas do partido.
Mas este ano outras novidades há a registar, como sejam a realização dos Torneios de Futsal em Armamar e Cinfães, com numerosas equipas, que apuraram as duas que irão à Festa disputar a meia final e final do Torneio Nacional da Festa do Avante.
Como se sabe, a Festa do Avante é obra do esforço colectivo de comunistas e seus amigos, jovens e menos jovens, que voluntariamente disponibilizam parte das suas férias para erguer o maior evento politico/cultural do Portugal de Abril. Os pavilhões da Organização Regional de Viseu foram construídos em três jornadas de trabalho voluntário dado por cerca de meia centena de camaradas e amigos da Festa que se deslocaram de Viseu à Atalaia.
Para entrar na Festa basta ter a EP (Entrada Permanente) que este ano custa, para quem a comprar até ao dia da Festa, 18.00€ e nos dias da Festa 25€. A EP está à venda nos Centros de Trabalho do PCP e é, para além do ingresso na Festa, um título de solidariedade com o projecto e a luta do PCP por um Portugal Mais Justo.
Para quem quiser ir à Festa em Excursão, pode inscrever-se na que a JCP está a organizar, que sai de Viseu na Sexta-feira, dia 7 de Setembro, pelas 8 horas e regressa do Seixal no Domingo, dia 9 de Setembro, pelas 24 horas, sendo o preço da viagem, sem EP, de 25 €. (...)
In Nota do Secretariado da D.O.R. Viseu do PCP de 28 de Agosto de 2007
A pedido de outros blogs vizinhos esclarece-se que:
QREN - Quadro de Referência Estratégica Nacional
«O Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) constitui o enquadramento para a aplicação da política comunitária de coesão económica e social em Portugal no período 2007-2013.»
«O Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) assume como grande desígnio estratégico a qualificação dos portugueses e das portuguesas, valorizando o conhecimento, a ciência, a tecnologia e a inovação, bem como a promoção de níveis elevados e sustentados de desenvolvimento económico e sócio-cultural e de qualificação territorial, num quadro de valorização da igualdade de oportunidades e, bem assim, do aumento da eficiência e qualidade das instituições públicas.»
1 - Foi sem surpresa que o Partido Comunista Português tomou conhecimento da decisão do Conselho de Ministros, já que está em curso uma das maiores ofensivas contra o Ensino Superior Público caracterizada, entre outros aspectos, por uma política de financiamento que se tem vindo a afastar da garantia constitucional de um ensino tendencialmente gratuito. O actual Governo do PS, na linha dos anteriores do PSD-CDS/PP, não só tem estrangulado financeiramente o funcionamento das universidades e politécnicos, como tem vindo a transferir para os estudantes e suas famílias, parte significativa dos custos de funcionamento do nosso sistema de ensino. A adopção da lógica do utilizador/pagador, que ignora as profundas injustiças na distribuição da riqueza e no sistema fiscal vigente, agrava a elitização do ensino e compromete a recuperação de anos de atraso estrutural do nosso país ena qualificação da nossa população.
2 - Com a decisão ontem tomada, o Governo PS dá mais um importante passo na mercantilização do ensino e assume inequivocamente que o investimento na educação é apenas no aluno e não no País e por essa razão devem ser cada vez mais os estudantes e as famílias a assumirem os custos desse investimento. O acesso automático ao crédito terá como consequência imediata o endividamento a prazo do estudante que no final do seu curso será, com alta probabilidade, confrontado não apenas com o problema do desemprego que já hoje atinge mais de mais de 50.000licenciados, mas também com o facto de não ter um rendimento regular que lhe permita pagar a dívida ao banco transferindo para a família essa responsabilidade. O endividamento médio das famílias portuguesas que não pára de crescer é, já hoje, 124% do rendimento disponível.
3 - O PCP não só está contra a decisão do Governo que apenas favorece os interesses comerciais da banca, como considera a medida o prenúncio de um novo aumento das propinas a curto prazo e de profundas alterações nos apoios da Acção Social Escolar aos estudantes mais carenciados, restringindo ainda mais aos mais ricos o acesso à formação superior e ao conhecimento. O Ensino Superior não é um luxo! É um dos pilares estratégicos para o desenvolvimento nacional. Neste sentido o PCP defende a revogação da actual Lei do Financiamento do Ensino Superior e a aprovação de regras mais justas, contidas num diploma legal, sem o recurso ao pagamento de propinas e com níveis de financiamento adequados, de forma a garantir um ensino e uma investigação de qualidade, autónomos do poder político e do poder económico.