«Saudamos a participação da JCP na preparação desta conferência. Destacamos quatro iniciativas onde participaram cerca de 200 camaradas que abordaram sobretudo aspectos do desenvolvimento económico e social para a melhoria das condições de vida da juventude. A juventude é das forças sociais mais afectadas pelas políticas de direita que nos tem governado nos últimos 31 anos.»
«Perante a tarefa de contribuir para uma conferência económica, um economista marxista sente-se como alguém que quer oferecer a um grupo de amigos um cozido à portuguesa, acompanhado por um bom vinho dos nossos, e tem, na dispensa e no mercado, as couves de Bruxelas como única hortaliça, aquele osso de porco (eis bein) de Estrasburgo como única carne, as salsichas de Frankfurt como único enchido, e que, em vez de vinho, apenas dispõe de produtos químicos importados de um norte onde não há nem sol, nem encostas, nem castas... nem uvas.»
«A Saúde está na primeira linha dos problemas que mais preocupam os portugueses. A prestação de cuidados de saúde, envolvendo no seu conjunto uma despesa que corresponde a quase 10% do Produto Interno Bruto, é altamente cobiçada pelos grandes grupos capitalistas que vêem nela uma muito rentável área de negócio. Sintonizados com estes grupos, sucessivos governos do PS, PSD e CDS/PP têm levado a cabo uma política de degradação da oferta pública de cuidados de saúde e de encerramento de serviços. Ao mesmo tempo que procuram desacreditar e destruir o Serviço Nacional de Saúde abrem as portas à privatização do sistema.»
«Novamente milhares de portugueses emigram à procura de trabalho e melhores condições de vida. Assistimos ao crescimento de novos fluxos emigratórios onde predomina a contratação de trabalhadores na situação de grande precariedade e em condições de trabalho próximas da escravatura. Esta é uma consequência imediata das políticas de direita de agravamento das condições de vida do povo português.»
«No âmbito da preparação desta Conferência, as Telecomunicações realizaram um Debate-Audição sob o lema - Por um forte sector publico, universal e de qualidade - condição de desenvolvimento.
O sector das telecomunicações, tal como temos afirmado, constitui um sector estratégico para o desenvolvimento do país, parte integrante de um projecto de modernização, desenvolvimento e coesão social que queremos para Portugal.»
«É recorrente a referência aos Fundos Estruturais e de Coesão para Portugal, no contexto da UE, fundos que já totalizaram mais de 50 mil milhões de euros nos últimos vinte anos. No entanto, escamoteia-se, entre outros argumentos, que o total das saídas na balança de rendimentos de Portugal com o exterior, durante o mesmo período, representou mais de 100 mil milhões de euros, ou seja, o dobro. Uma verdadeira sangria dos recursos do País.»
«Numa época em que o imperialismo e as elites capitalistas nacionais - acompanhadas pela sua corte de bajuladores e pelos autodenominados de “esquerda moderna” e outros conformados e há muito rendidos -, desenvolvem uma poderosíssima campanha ideológica para impor o pensamento de direita, único e supostamente sem alternativa, saúdo a coragem e o discernimento do PCP ao convocar esta Conferência sobre Questões Económicas e Sociais e justamente clamando que é possível e necessária “Uma Nova Política – Outro Rumo ao Serviço do Povo e do País”. Para além da barragem de discursos e cassetes repetidas à exaustão pela direita e pelos seus governantes de serviço sobre a bondade do capitalismo e das suas políticas, aí está, por esse mundo fora, o aumento da miséria extrema, da fome, das doenças e das desigualdades sociais e entre países; »
«A RDD que completou 250 anos de existência, e que este ano comemora o seu 6º aniversário como Património Mundial da Humanidade, atravessa uma das piores crises de sempre, apesar das suas características muito próprias, e de produzir um vinho generoso único no mundo, e da mais valia que o mesmo traz ou deveria trazer para a região, já que atinge um volume de negócios de cerca de 500 milhões de Euros ano, tais rendimentos não tem revertido a favor do progresso e desenvolvimento da região, nem da melhoria das condições de vida das populações, que continuam a ter os mais baixos índices de poder de compra do País, 60% da média dos restantes portugueses.»
Vítor Rodrigues «A política alternativa que o PCP preconiza não pode deixar de considerar o transporte ferroviário como a espinha dorsal de um sistema de transporte integrado, que responda à melhoria da mobilidade de pessoas e mercadorias, à correcção das assimetrias e desigualdades, e um sustentáculo importante da soberania económica do país.
Este é o critério que nos separa da política de direita dos sucessivos governos neste sector. Para o PS, PSD e CDS-PP, o comboio e a ferrovia têm de ser moldados à medida dos interesses dos grandes grupos económicos, devendo salvar-se apenas o que dá lucro, e ainda com o Estado a subsidiar a sua prestação de serviço. Mais uma vez se ignoram os custos económicos e sociais de tal perspectiva.»