O PCP considera que a reforma da política de defesa e das Forças Armadas anunciada pelo Governo representa o prosseguimento das medidas de padronização das nossas Forças Armadas com o modelo que predomina no quadro da NATO, assente numa cada vez mais estrita concepção do seu emprego em missões externas e aprofundando a sua governamentalização, com o reforço das competências do Ministério da Defesa em detrimento do papel dos diferentes Ramos e sublinha a exigência de umas Forças Armadas alicerçadas nos princípios e valores constitucionais, dignificadas e valorizadas.
«1. Conta José Cardoso Pires em "Lavagante": o lavagante alimenta o safio "levando-lhe comida a todas as horas (…) a essa serpente estúpida de grandes sonos, vendo-a a engordar, engordar, até saber que a tem bloqueada, incapaz de sair do buraco porque o corpo cresceu de mais, enovelou-se, e não cabe na abertura por onde podia libertar-se. Nesse momento (…) o lavagante servil aparece à boca da toca do safio mas já não traz comida. Vem de garras afiadas devorar o grande prisioneiro que alimentou durante tanto tempo."
Se procurar bem ainda encontra nas livrarias a primeira edição deste livro. [Edições Nelson de Matos, Fevereiro de 2008]
2. Uma empresa de informática, a Chip7, lançou o seguinte slogan para promover a venda de um computador: "Se o Sporting ganhar a Taça UEFA… Devolvemos-lhe o dinheiro!!!" Não gostei nada desta ideia…
Declaração de interesses: sou do Sporting. Ser do Sporting dá uma grande resistência psicológica: o Sporting sabe ganhar, sabe empatar e sabe perder. Só não sabe é marcar penáltis.
Há uns tempos, o Inimigo Público explicou tudo: quando o árbitro assinala um penálti a favor do Sporting isso é uma reles cabala, é um truque para instabilizar o leão. Já se sabe e o árbitro é o primeiro a sabê-lo: qualquer que seja o jogador sportinguista escolhido, ele falha o penálti, fica amarfanhado psicologicamente e nas semanas seguintes não joga nada de jeito. Quando chegaram os penáltis, no passado sábado, na final da Taça da Liga, ninguém se admirou com o colapso dos leões.
Apesar de tudo, penso que a Chip7 vai ter um desgosto e o Sporting vai ganhar a Taça UEFA. Não vai acontecer nenhum penálti mal intencionado a nosso favor. Nem todos os árbitros são como os portugueses…»
Minha Mãe (todas as mães negras cujos filhos partiram) tu me ensinaste a esperar como esperaste nas horas difíceis
Mas a vida matou em mim essa mística esperança
Eu já não espero sou aquele por quem se espera
Sou eu minha Mãe a esperança somos nós os teus filhos partidos para uma fé que alimenta a vida
Hoje somos as crianças nuas das sanzalas do mato os garotos sem escola a jogar a bola de trapos nos areais ao meio-dia somos nós mesmos os contratados a queimar vidas nos cafezais os homens negros ignorantes que devem respeitar o homem branco e temer o rico somos os teus filhos dos bairros de pretos além aonde não chega a luz elétrica os homens bêbedos a cair abandonados ao ritmo dum batuque de morte teus filhos com fome com sede com vergonha de te chamarmos Mãe com medo de atravessar as ruas com medo dos homens nós mesmos
Amanhã entoaremos hinos à liberdade quando comemorarmos a data da abolição desta escravatura
Nós vamos em busca de luz os teus filhos Mãe (todas as mães negras cujos filhos partiram) Vão em busca de vida.
«Se existe facto que celebrizou internacionalmente Clara Zetkin(1857-1933) foi sem dúvida a proposta de criação de um Dia Internacional da Mulher, apresentada em 1910, na 2.ª Conferência Internacional de Mulheres.
Mas a acção política desta revolucionária alemã, que se tornou uma prestigiada e influente dirigente do movimento comunista alemão, da II Internacional e da Internacional Comunista, foi bem mais vasta e rica em defesa dos direitos das mulheres e pela sua emancipação social.
No plano teórico, Clara Zetkin"assimilou e divulgou a matriz política e ideológica legada por Marx, Engels e por Lénine, e o conjunto dos seus escritos integra, amplia e enriquece o património do marxismo-leninismo quanto à situação da mulher na sociedade, sobre a situação da mulher no capitalismo e sobre a revolução socialista como resposta à aspiração de emancipação social da mulher. É por isso que, muito justamente, o conjunto das suas reflexões teóricas deve ser destacado como parte integrante do acervo teórico do marxismo-leninismo sobre a situação da mulher na sociedade, legado de contundente actualidade".».
Um amigo aqui de Viseu de seu nome Bruno Lamelas produziu para a empresa de publicidade onde trabalha, a «Celeuma», uma ideia simples e fabulosa. «Imagine um mundo sem professores». É este pensamento que quero hoje partilhar com os leitores.
Por vezes a melhor maneira de apresentar um conceito é evidenciar o seu contrário. Recorrendo à antítese como recurso estilístico para, neste caso, falarmos da importância dos professores na sociedade. Como pilares de relacionamento ou desenvolvimento. Como promotores da cultura, da palavra, do diálogo, da ciência, da gramática, da matemática. Tudo conceitos que entroncam naturalmente na educação. Conceitos indissociáveis, pois a sua perenidade depende directamente de factores educacionais. Como seria pois um mundo de «não educação»?
Imagine um mundo onde estas palavras aqui escritas não passam de riscos. Imagine um mundo sem palavras. Imagine um mundo onde os livros não se lêem. Imagine um mundo onde as palavras não têm sentido. Imagine um mundo onde ninguém se percebe. Imagine um mundo sem poesia. Imagine um mundo sem música. Imagine um mundo sem letras. Imagine um mundo sem números. Imagine um mundo onde as leis se apagaram. Imagine um mundo onde ninguém sabe trabalhar. Imagine um mundo onde ninguém faz contas. Imagine um mundo onde ninguém sabe falar. IMAGINE UM MUNDO SEM PROFESSORES.
Imagine um mundo sem português, sem física, sem química. Imagine um mundo sem memória. Então talvez possamos concluir, com o Bruno Lamelas, que Portugal precisa deles, mestres do conhecimento, na conquista do futuro.
E que talvez mereçam um pouco mais de respeito dos poderes instituídos e de todos nós. Vem isto a propósito de algumas notícias, comentários e análises que por aí circulam. Na comunicação social e na blogosfera. Nas caixas de comentários e nas cartas aos directores. Mas sobretudo oriundas dos gabinetes governamentais.
Desde logo alguns conceitos peregrinos sobre o papel das manifestações. Cem mil pessoas na rua podem derrubar governos desde que seja a leste do meridiano de Berlim e a oeste do de Tóquio. Fora disso ficámos a saber que para o engenheiro José Sócrates (e não só) sociedade civil forte sim, desde que não se expresse em movimentações sociais. Sociedade civil, sim, mas se a sua concretização se manifestar no associativismo para escutar os pássaros no alto das montanhas do Arizona, e não em manifestações por todo o país, na feliz imagem de António Costa Pinto. Depois, difunde-se a ideia, igualmente peregrina, de que reforma boa é a que tem a oposição de uma classe (quase) inteira. Já que estamos nessa onda, que critério de avaliação é este? Não são os resultados obtidos, face ao objectivo pretendido, analisados de uma forma sistémica que contam? Não? Então é melhor alterarem os programas que nas escolas e nas Universidades andam a ser ensinados. E as consultoras que se ponham a pau. Os seus paradigmas pelos vistos estão errados de fio a pavio. A menos que o objectivo pretendido fosse pura e simplesmente destruir a escola pública… Finalmente a desonestidade intelectual (e não só) pura e dura. Os professores não querem avaliação. Não querem alterações. Querem trabalhar pouco. Os sindicatos não têm alternativas, nem propostas concretas. Eu sei, trabalho no sector, que o infoanalfabetismo é muito grande em Portugal. Mas custa muito ir aos sites da FENPROF e sindicatos nela filiados? Está lá tudo. Termino como comecei. IMAGINE UM MUNDO SEM PROFESSORES.
Especialista em Sistemas de Comunicação e Informação
In jornal "Público" - Edição de 21 de Março de 2008
Aprieto firme mi mano y hundo el arado en la tierra hace años que llevo en ella ¿cómo no estar agotado?
Vuelan mariposas, cantan grillos, la piel se me pone negra y el sol brilla, brilla, brilla. El sudor me hace surcos, yo hago surcos a la tierra sin parar.
Afirmo bien la esperanza cuando pienso en la otra estrella; nunca es tarde me dice ella la paloma volará.
Vuelan mariposas, cantan grillos, la piel se me pone negra y el sol brilla, brilla, brilla. y en la tarde cuando vuelvo en el cielo apareciendo una estrella.
Nunca es tarde, me dice ella, la paloma volará, volará, volará, como el yugo de apretado tengo el puño esperanzado porque todo cambiará.