Tem interesse e ajuda a compreender o que no mundo actualmente se passa, recordar em traços gerais as afinidades que sempre ligaram as hierarquias religiosas aos altos postos e ao aparelho do capitalismo político e financeiro mundial. Necessariamente numa abordagem muito superficial e só para nossa informação.
A expressão igreja começou a ser usada na antiga Grécia vários séculos antes de Cristo. Designava conselhos eleitos entre os cidadãos com a finalidade de gerirem a polis ou cidade, conceito que depois evoluiu para a noção mais sofisticada de cidade-estado ou seja, cidade que era cabeça política de um território mais vasto.
«O protesto solitário do jovem comerciante, Mohamed Buazizi, em 17 de Dezembro, foi a faísca que acendeu o rastilho da revolta popular contra o regime autoritário de Ben Ali, há 23 anos no poder. Ao ver negada a devolução da mercadoria que lhe fora abusivamente apreendida pela polícia, Buazizi fez-se imolar pelo fogo frente a sede do município de Sidi Bouzid (Centro-Oeste). O sacrifício do jovem, que viria a morrer no hospital em 5 de Janeiro, desencadeou uma sucessão de manifestações que, apesar da violenta repressão, alastraram a outras localidades, ganhando a capital, Tunes, em 27 de Dezembro.»
«Os acontecimentos em curso na Tunísia inquietam profundamente as forças do sistema. Perante o ímpeto da revolta popular e o descontentamento alargado que tomou conta das ruas, apesar da repressão, o afastamento do ditador Ben Ali era irremediável. A sua fuga para a Arábia Saudita constituiu uma vitória do povo tunisino.»
««Abaixo a ditadura», «fora os ministros podres» e «viva a revolução» são algumas das palavras de ordem que se ouvem na capital, Tunes, e aparecem escritas nas paredes da praça onde se situa o Palácio do Governo.»
A «comissão de inquérito» (comissão Turkel) nomeada pelo governo de Israel para analisar o ataque pirata – desencadeado em Maio passado por esse mesmo governo de Israel – contra a flotilha de solidariedade com o povo de Gaza fez entrega do seu relatório. As conclusões são as esperadas. Repetem o que a contra-informação sionista e os grandes média internacionais repetiram desde o início: legitimam a agressão, fazem de vítima o agressor e de agressores os militantes humanitários embarcados na flotilha.
Esta «comissão» constitui uma farsa desde o início. Tendo o governo sionista recusado uma comissão internacional de inquérito, e para fingir que não se tratava de uma operação de branqueamento meramente interna, integrou duas individualidades exteriores: David Trimble, da Irlanda do Norte, e Ken Watkin, do Canadá. Não se podendo dizer que agiram como simples cúmplices nesta operação, não pode ignorar-se que se prestaram a um papel vergonhoso. Aceitaram integrar a comissão sem direito a voto em relação às conclusões finais.
Conclui o relatório que as tropas de elite sionistas agiram em legítima defesa e no quadro da legalidade internacional. Entre as 300 páginas do relatório não devem constar os resultados das autópsias: todas as nove vítimas mortais foram atingidas por balas de 9 mm na parte superior do corpo. Várias foram atingidas com 4, 5 e até seis tiros. Algumas foram mortas com tiros na cabeça disparados à queima-roupa ou a curta distância. Tratou-se de um assassínio em massa, deliberado e executado com precisão profissional.
Este relatório é bem revelador da miséria moral e ética a que chegou o poder sionista. Quando o terrorismo, o racismo e a violência fascista se tornam políticas de Estado, todos os valores humanos, democráticos e éticos são arrasados.
Tiveram pouca sorte os criminosos nazi-fascistas em serem julgados pelo Tribunal de Nuremberga. Tivessem eles sido julgados por uma comissão de inquérito como esta e não apenas teria sido aceite o argumento invocado por tantos desses criminosos de que «apenas cumpriam ordens». Provavelmente teria também sido concluído que agiam em legítima defesa e no respeito pela lei.
In jornal «Avante!» - Edição de 27 de Janeiro de 2011
- Dizem os governantes que não tenhamos tanta pressa em fazer outra greve geral... e que até exactamente à véspera de nos retirarem o último direito, temos tempo...
- Pelos vistos vamos morrer de asco, não de stress...
«A esmagadora maioria dos trabalhadores “independentes” , também conhecidos por trabalhadores a “recibos verdes” auferem remunerações muito baixas. Para concluir basta ter presente que, segundo estimativas que fizemos com base em dados divulgados pelo INE, no 3º Trimestre de2010, dos 827,4 mil trabalhadores que estavam nesta situação, 54,6% tinham apenas o 1º ciclo do ensino básico; 29% o 2º e o 3º ciclos do básico; 5,6% o ensino secundário; e apenas 10,7% possuíam o ensino superior. E segundo o inquérito ao orçamento das famílias feito pelo INE, orendimento de uma família em que “o individuo de referência” tem apenas o 1º ciclo do ensino básico corresponde somente a 31,2% ao de uma família com o ensino superior. No entanto, estes trabalhadores com baixíssimos rendimentos continuam a ter de pagar a sua contribuição e a daentidade contratante (patronal) para a Segurança Social.
A Lei 110/2009 (Código contributivo) estabelecia no artº 168º que a contribuição dos trabalhadores independentes seria calculada aplicando a percentagem de 29,6%, sendo 24,6% paga pelo trabalhador e 5% pela entidade contratante. Estes valores são calculados com base emremunerações convencionais (escalões) calculadas com base em 70% do rendimento auferido pelo trabalhador no ano anterior, da forma como se explica mais à frente. No entanto, a Lei do OE-2011 (Lei 55-A/2010) aumentou a taxa de contribuição para a Segurança Social a que ficamsujeitos os trabalhadores independentes de 24,6% para 29,6%, ou seja, mais 5 pontos percentuais do que tinha sido estabelecido anteriormente pelo Código contributivo (Lei 110/2009). Para se poder ficar com uma ideia do que isto significa para os trabalhadores, basta dizer que admitindo que apenas metade dos 824,7 mil trabalhadores “independentes” são prestadores de serviços, e que descontam para a Segurança Social apenas sobre um IAS, ou seja, sobre 419,22€, este aumento de 5 pontos percentuais representa, para eles, uma redução de cerca de 104 milhões € no seu rendimento anual. Por outro lado, segundo outra alteração feita também pela Lei do OE-2011 ao Código Contributivo, só pagam os 5% as entidades contratantes que “beneficiem de pelo menos 80% do valor total da actividade de trabalhador independente”.»