Os trabalhadores dos sectores públicos e privado não estão obrigados a declarar a sua adesão ou não à greve. Nem antes nem depois da sua realização. Nenhuma entidade pode solicitar a comunicação ou o preenchimento de impresso de justificação de ausência no dia da Greve Geral, 22 de Março.
A greve suspende o contrato de trabalho, com isso, ficam suspensas parte das obrigações decorrentes da relação de trabalho, para trabalhador e entidade patronal.
Os pré avisos de greve emitidos, nos termos legais, pela CGTP-IN, federações e sindicatos são suficientes para justificar a ausência de quaisquer trabalhadores no dia da greve geral, sejam eles sindicalizados ou não sindicalizados, efectivos ou precários, dos sectores público ou privado.
Qualquer exigência de justificação ou registo de adesão à greve, oral ou escrito, é ilegal e deve ser prontamente comunicada para ser denunciada e combatida. -
Um homem, afinador de máquinas de costura, ganha mais 95 euros do que uma costureira especializada, que está oito horas por dia a produzir na mesma fábrica;
Uma operadora especializada, na peixaria de uma grande superfície, ganha menos 84 euros do que um oficial de carnes especializado;
No sector da cortiça, a escolhedora de rolhas ganha menos 48,83 euros do que o escolhedor de prancha;
Na restauração e bebidas, a copeira aufere menos 35 euros do que o cafeteiro, apesar daquela, para além da cafetaria, tratar também da loiça;
Nas conservas, uma preparadora de conservas ganha menos 68 euros do que um trabalhador de fabrico, isto num sector que tem 90 por cento de mão-de-obra feminina. Enquanto elas escolhem, amanham, embalam e conservam o peixe, os homens trabalham com os empilhadores.
In jornal "Avante!" - Edição de 22 de Março de 2012
As mulheres ganham menos do que os homens em todos os sectores de actividade e em todos os níveis de qualificação profissional, verificando-se uma grave situação de discriminação salarial.
Entre Outubro de 2007 e Outubro de 2010 aumentou o número de trabalhadoras a receber o Salário Mínimo Nacional (de 8,8 por cento para 14,4 por cento), o que significa um salário líquido de 432 euros, ou seja, abaixo do limiar da pobreza, e cerca de 40 por cento das trabalhadoras auferem um salário mensal de apenas 500 euros.
As diferenças salariais entre homens e mulheres chegam a superar os 30 por cento, realidade que atravessa os diferentes sectores de actividade. Entretanto, quanto mais elevada é a qualificação maior é a discriminação a nível de remunerações, chegando a diferir 26,1 por cento no caso dos quadros superiores da Administração Pública, dirigentes e quadros superiores de empresas.
Destaca-se, entretanto, a persistência nas discriminações salariais indirectas entre mulheres e homens que, intervindo no mesmo processo produtivo e tendo categorias diferentes, executam um trabalho de igual valor.
In jornal "Avante!" - Edição de 22 de Março de 2012
Em plena campanha eleitoral para a Presidência da República, com as sondagens a serem-lhe desfavoráveis, Nicolas Sarkozy parece ter descoberto na Al Qaeda o seu avatar para a vitória. Como antes dele, no outro lado do Atlântico, Bush (filho) e Obama.
É a farsa das duas Al Qaeda:
Uma é só «terroristas». Radicalismo islâmico (fica por explicar que esse radicalismo tem a sua origem ideológica no «fiel aliado» Arábia Saudita). Ameaças de atentados e descoberta de células sempre que tal se revela conveniente. Alguns dos chamados «politólogos» vão ao ponto de lhe chamar uma «estrutura franchisada», onde quem lhe apetece se intitula seu membro. Tudo a justificar as Novas Cruzadas do século XXI sob o manto diáfano da «guerra ao terrorismo». Invade-se o Afeganistão e o Iraque. Mais de um milhão de inocentes mortos em 10 anos é o rescaldo. Para já!
A outra, estranho paradoxo, ou talvez não, aparece como aliada dos mesmos que a dizem combater. É assim que vemos os famigerados «terroristas» de mãos dadas com a França, a Inglaterra e os EUA na invasão da Líbia. E o mesmo na actual intervenção na Síria.
-
Alguém acredita nas chamadas «teorias da conspiração»?...
Este artigo não pretende ser mais do que um registo valorativo das grandes lutas estudantis de 1962, lutas que a data de 24 de Março, comemorada em Portugal como o «Dia do Estudante», simboliza.
Um registo oportuno porque passam este ano 50 anos sobre esse acontecimento histórico. Mas sobretudo um registo necessário para lembrar que o movimento estudantil, e em particular a sua expressão legal e semi-legal que foi o movimento associativo, tendo como base as Associações e Pró-Associações de Estudantes, constituiu uma componente muito activa e importante do movimento popular e antifascista.
Muito foi já escrito nas páginas de «O Militante» sobre o tema, antes e depois do 25 de Abril (1). Mas é sempre instrutivo evocar o poderoso movimento de massas que, despoletado em 1961, na Universidade de Coimbra, em torno das comemorações da Tomada da Bastilha e da luta pela reabertura da Associação Académica de Coimbra, se desenvolveu em protesto contra a proibição em Lisboa das comemorações do Dia do Estudante e a carga policial contra os estudantes, que, partindo da Cidade Universitária, desfilavam em direcção ao Campo Grande, onde, numa manobra para desmobilizar o protesto estudantil, o Reitor Marcelo Caetano, prometera um jantar.
A passagem de um ano sobre as primeiras manifestações na Síria contra o governo do presidente Bashar Al-Assad está a ser marcada por desenvolvimentos, factos e denúncias que dizem muito do que está realmente em causa naquilo a que erradamente se chama de «revolução síria».
Segundo relatos de vários meios de informação alternativos, chegaram nas recentes semanas a Amman (capital da Jordânia) cerca de 600 a 1000 membros pertencentes ao «Grupo Combatente Islâmico na Líbia» (a organização terrorista que se aliou à NATO na guerra da Líbia), sendo provável que na passada sexta-feira se tenham deslocado para a zona de fronteira com a Síria. Várias fontes indicam que nos últimos dias grandes quantidades de armamento estarão a ser enviadas a partir da Arábia Saudita para a Jordânia para armar esta «frente» do «exército livre sírio». Simultaneamente, e noutro ponto do «cerco» à Síria, chegam as notícias do envolvimento do exército turco no transporte de cerca de 2000 «combatentes» para um «campo de refugiados» na província de Hatay, uma zona de fronteira entre a Turquia e a Síria com acesso por mar a partir do Mediterrâneo. No seu conjunto estas movimentações elevam para cerca de 3000 a 4000 os elementos que constituem o chamado «exército livre sírio», um «exército» financiado directamente pelo Qatar e pela Arábia Saudita, apoiado pelo governo turco e que, segundo os próprios, terá recebido armamento e sistemas de defesa aérea dos EUA e da França. Ou seja, uma força de agressão contra o povo sírio criada, treinada e financiada pelo imperialismo e seus aliados na região e constituída por mercenários, personagens e organizações terroristas.
«Três atentados nas duas maiores cidades sírias e um ataque indiscriminado na província de Homs mataram e feriram dezenas de civis. A violência ocorre quando as autoridades desmantelam grupos armados acusados de serem os responsáveis pela violência no país.»