«Ao fim de 21 dias de ofensiva, o número de palestinianos mortos ou feridos ultrapassava os oito mil. Mortos contavam-se, anteontem, 1113, e os feridos ascendiam a cerca de sete mil, informavam as autoridades de saúde da Faixa de Gaza. Metade das vítimas são mulheres e crianças e a maioria dos mortos, civis, contabilizam-se a partir do início da segunda fase da campanha militar lançada por Israel.»
As notícias que chegam da Ucrânia confirmam o acerto da avaliação do PCP sobre os acontecimentos que conduziram ao golpe de Estado de 21-22 de Fevereiro e evidenciam um quadro de constante e crescente repressão e violação das liberdades e direitos civis fundamentais, resultante desse golpe, fomentado e patrocinado pelos EUA, UE e NATO, com a participação determinante de forças ucranianas de assumido cariz fascista e neonazi.
Neste plano, assinala-se a extraordinária gravidade da campanha protagonizada pelo poder ilegítimo contra as forças democráticas, em particular contra o Partido Comunista da Ucrânia (PCU). Registando inúmeros actos de intimidação e violência – incluindo agressões físicas e o assassinato brutal de dirigentes e militantes comunistas – esta campanha tem como objectivo declarado a ilegalização do PCU.
Simultaneamente, deve sublinhar-se que o lançamento pelo governo de Kiev da criminosa operação militar que há mais de três meses assola a região ucraniana do Donbass – operação em que participam activamente batalhões neofascistas enquadrados no comando militar e operacional de Kiev - tem já um saldo de muitos milhares de vítimas civis e refugiados. Esta campanha militar é expressão da natureza anti-democrática e profundamente reaccionária do actual poder golpista e fantoche de Kiev. É igualmente reveladora das ameaças e sérios perigos para a paz e a segurança internacionais que advêm da aposta dos círculos mais agressivos do imperialismo na política do intervencionismo e da guerra. Ganham acrescido fundamento as inquietações quanto ao caminhar para um conflito militar de grandes proporções, envolvendo as principais potências nucleares do planeta, com evidentes consequências dramáticas para a Humanidade.
«Nos media têm-se multiplicado os elogios, quer de jornalistas quer de comentadores com acesso fácil aos media, ao “Anteprojeto da reforma do IRS” (“muito bom” afirma Miguel Reis da sociedade de advogados PLMJ à Lusa, Bagão Félix na SIC Noticias e Manuela Ferreira Leite na TVI repetem o mesmo, só é pena, dizem os mesmos, que o governo não o possa aplicar devido à necessidade de continuar a consolidação orçamental), anteprojeto esse apresentado por uma comissão que, tal como sucedeu com a do IRC, é constituída apenas por “técnicos” da confiança do governo.
Interessa por isso analisar com objetividade o essencial deste extenso estudo constituído por 156 páginas.»
O massacre israelita prossegue em Gaza. Os números são elucidativos do crime contra a Humanidade que ali está a acontecer. Os mortos palestinianos ascendem, no momento em que escrevemos, a 512. Apenas no passado domingo o exército israelita matou 100 palestinianos. As vítimas são civis e na sua maioria mulheres, crianças e idosos. Os alvos são zonas residenciais como o bairro de Shejaiya onde ocorreu o massacre que o mundo viu. Nas praias de Gaza crianças são assassinadas enquanto brincam. Sentem o primeiro bombardeamento lançado de um submarino israelita. Põem-se em fuga, correm e tentam resguardar-se numa cabana de pescador. O segundo «tiro» do submarino não falha e mata as três crianças.
Os feridos são, ao momento da redacção deste artigo, francamente mais de 3000. Os refugiados internos contam-se já em 63 000, amontoados em 48 centros da ONU. Colonos israelitas montam plateias improvisadas para ver o «espectáculo» da matança. A loucura racista e fascista vai tão longe que Mordechai Kedar, um dito professor de Literatura Árabe na Universidade de Bar-Ilan, recomendou, num programa de rádio, a violação de mulheres palestinianas como forma de impedir «ataques terroristas». Mas os palestinianos não estão sós. São centenas as cidades, por todo o mundo, onde o povo faz ouvir, por estes dias, a solidariedade com a Palestina.
Israel apenas é apoiado pelos seus cúmplices. Esses respondem com frases assassinas como «direito de Israel de se defender» (Obama), ou como «pedido de contenção a Israel» (Ban Ki Moon) ou ainda discursos cúmplices como «lamentar a perda de vidas civis» (Laurent Fabius). Mas respondem também de outra forma, com repressão. Hollande, o tal «social-democrata de esquerda», acabou de tornar a França num dos primeiros países do mundo a proibir manifestações pela Palestina. A CNN retirou a sua repórter de Gaza porque esta não se conteve e disse no Tweeter a verdade. Um judeu americano que manifestava a sua solidariedade com a palestina foi violentamente levado por soldados. Entretanto circula a informação que Israel prepara um novo poder político em Gaza para controlar as reservas de gás recentemente descobertas ao largo de Gaza. A cumplicidade do crime cheira a gás... e a sangue.
Confrontados com o inadmissível silêncio do Governo Português perante a criminosa agressão de Israel contra o povo palestino, em Gaza e na Margem Ocidental, a CGTP-IN, o CPPC e o MPPM dirigiram ao Primeiro-Ministro uma CARTA ABERTA e decidiram promover uma SESSÃO PÚBLICA DE SOLIDARIEDADE NA PRÓXIMA TERÇA-FEIRA, 29, ÀS 18.30 HORAS, NA CASA DO ALENTEJO EM LISBOA, na qual intervirão, designadamente, o Embaixador da Palestina, Dr. Hikmat Ajjuri, e a Presidente do MPPM, Maria do Céu Guerra.
Terrorismo de Estado é defender a concepção de que se pode expulsar, pelo uso combinado da violência física e da pressão económica, alguém de uma terra onde nasceu e que é sua, para em seu lugar colocar alguém que nasceu algures e nunca conheceu o país.
É transplantar para diferentes locais populações inteiras, provocando a morte de milhares dos seus filhos.
É privar um povo do direito ao acesso à educação e à cultura.
Terrorismo de Estado é enclausurar populações inteiras em guetos (ou campos de refugiados), forçando-as a viver no seio da miséria e da doença, abaixo de qualquer limite de pobreza.
É responder à revolta generalizada com a repressão em massa, considerando toda a população como potencial terrorista.
É executar prisioneiros a sangue frio.
Esta tem sido ao longo dos tempos, embora com diferentes graus, a política oficial de Israel.