Previsões e sondagens de um comunista português...
O ANTES:
- Três debates e um funeral (27 de Outubro de 2016)
«A menos de quinze dias das eleições presidenciais nos EUA, duas conclusões têm dominado o espaço mediático: esta é a campanha eleitoral mais acrimoniosa de sempre e é como se Hillary Clinton já tivesse ganho.
Ambas são igualmente precipitadas.
(...)
Com o historial de Clinton, a possibilidade de uma surpresa, um escândalo ou a revelação de segredo não deve ser excluída: é destas emoções que vive a própria democracia burguesa nos EUA.
As contradições internas do capitalismo atingiram, neste país, tal grau de volatilidade que pode dar-se um fenómeno eleitoral imprevisível e se desminta o prematuro funeral de Trump.
Afinal não há nenhum funeral em causa: só a escolha desapaixonada entre dois cancros terminais.»
O DEPOIS:
«Talvez seja altura de começarmos a questionar para que servem, afinal, as sondagens, se não para serem mais um elemento de condicionamento das escolhas.
(...)
Acredito que Trump não será a causa de coisa alguma. Trump é uma consequência de tudo o que foi e não foi dito atrás. Trump é também uma consequência do que foi Hillary na sua vida política.Trump é um produto do sistema e não creio que vá ser tão louco como foi durante a campanha.
O novo presidente não é uma ameaça para o sistema, é um produto dele.
E o que poderá acontecer, no máximo, é a troca do establishment do sistema por outros actores. O sistema eleitoral, político e económico dos EUA segue vivo e de boa saúde, para gáudio de quem vive muito bem às custas dele.»
(sublinhados meus)