Quem é afinal Juan Guaidó?
Um golpe de Estado protagonizado por um homem a soldo de Trump, Bolsonaro, o regime colombiano e por outros regimes de direita e extrema-direita.
Um homem que durante anos foi literalmente treinado por várias organizações conspirativas norte-americanas subsidiárias da CIA, pago por oligarcas venezuelanos, nomeadamente no exílio, e por sectores do grande capital colombiano e norte-americano.
Tudo para minar e tentar derrubar governos democraticamente eleitos na Venezuela, levar a cabo sucessivas acções de desestabilização e fundar uma organização de extrema direita – o Vontade Popular – que esteve envolvida em vários crimes, como as hediondas «guarimbas», e que está igualmente ligada às tentativas de assassinato de Maduro.
O homem a quem o Governo português reconhece «necessária legitimidade para uma transição pacífica» é o dirigente de uma organização
que esteve envolvida em crimes como os de 2017, em que foram mortas mais de uma centena de pessoas, algumas queimadas vivas;
que se recusou a participar nas eleições presidenciais, apesar de estas terem sido antecipadas a pedido da oposição, sabendo que as ia perder;
que recusou todas as propostas de diálogo feitas pelo presidente Maduro;
que apela à intensificação do boicote económico e às sanções contra o seu próprio povo;
que já verbalizou a ameaça de uma guerra civil;
que está a utilizar a cartada «humanitária» para preparar uma possível invasão da Venezuela
e que acaba de recusar uma proposta de mediação do Papa Francisco.
A solução que o Governo português entende ser a melhor para «restituir aos venezuelanos o poder de decidir livremente o seu destino» é promover o homem
que em Dezembro do ano passado se deslocou em segredo à Colômbia, ao Brasil e a Washington para articular as manobras de desestabilização interna;
que avançou para a auto-proclamação após receber a ordem do vice presidente dos EUA;
que está a articular todos os seus passos com sinistras figuras como Michael Pompeo ou John Bolton e que tem o acalorado apoio do governo israelita.
Não há hipocrisia ou oportunistas equidistâncias que consigam esconder o que está em causa.