Vladimir Ilitch Oulianov (Lénine) 22 de Abril de 1870 / 21 de Janeiro de 1924
150 anos do nascimento de Lénine
«(...)
Sim, fomos, somos e seremos comunistas, seguindo na esteira de Lénine!»
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«(...)
Sim, fomos, somos e seremos comunistas, seguindo na esteira de Lénine!»
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Em 19 de Fevereiro de 2016 os dados eram estes...
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Públio Terêncio Afro, Retrato retirado do Codex Vaticanus Latinus 3868
«Sou um Homem, nada do que é humano me é estranho»
(Homo sum ; humani nihil a me alienum puto)
Esta frase de Terêncio, escravo liberto no império romano que se tornou dramaturgo, exprime como poucas o processo de formação da consciência social e política. Processo individual, de cada ser humano, e colectivo, de toda a sociedade.
Processo não linear, antes feito de avanços e recuos. Processo permanente, que termina com a nossa morte. Mas que passa de geração em geração, numa mutação sem fim. A consciência social e política de hoje, não é igual à de ontem, nem será igual à de amanhã.
Processo cujo objectivo final é a construção de uma sociedade de liberdade e de abundância, em que o Estado e a política estejam inteiramente ao serviço do bem e da felicidade do ser humano.
Vamos exemplificar com uma situação real:
Por razões de curiosidade profissional tenho procurado ler e analisar muitos artigos de opinião, alguns com carácter mais ao menos técnico-científico, que se vão escrevendo sobre o teletrabalho.
Confesso que chego a pensar que os seus autores vivem noutro mundo e que estão a precisar urgentemente de descer à terra.
Este artigo do Fernando Sequeira «Teletrabalho: da ficção oportunista à realidade objetiva» vem dar cabal resposta a todas essas fantasias. e é de leitura obrigatória.
Para abrir o apetite à sua leitura obrigatória, aqui fica, a parte referente a exemplos concrectos que demonstram que esta forma de organização do trabalho não é o futuro agora anunciado por fazedores de opinião ao serviço dos interesses do capital.
Gostaria de ver um pouco mais de coerência em quem exprime publicamente as suas opiniões. Mas não é isso que se passa.
Há quem ande por aí a pronunciar-se contra a cerimónia comemorativa no 25 de Abril que vai ter lugar na Assembleia da República (AR). E até já corre uma petição devidamente publicitada pela comunicação social dominante, em particular nos canais televisivos.
Não percebo, palavra que não percebo.
No dia 25 de Abril, tirando os cravos e um número muito limitado de convidados, a Assembleia da República vai estar tal e qual como tem estado nos dias em que tem reunido. Ou seja, para ser ainda mais claro, como quando decidiu os estados de emergência (e não só).
E nesses momentos não li, não ouvi, não vi ninguém a contestar o seu funcionamento nos novos moldes. Acresce que na AR se cumprem, se vão continuar a cumprir, as normas de higiene da DGS!
Como também não li, não ouvi, não vi a maioria dos agora contestatários a protestar e a organizar petições quando milhares de portugueses continuam todos os dias a ser obrigados a ir trabalhar em autocarros e carruagens cheios de gente, encostados uns aos outros.
Isto acontece em meios de transportes de empresas financiadas por todos nós, que se deram ao luxo de suprimir serviços durante a pandemia, pondo assim em risco a saúde pública.
Como também acho uma tremenda falta de coerência (para não lhe chamar outra coisa) o facto de «senhores gajos» que em plena pandemia Covid-19 queriam, e querem, «reabrir» a economia, andarem por aí indignados porque o Parlamento vai assinalar o 25 de Abril, DATA QUE NUNCA COMEMORARAM.
NOTA: antes que alguém se ponha para aí a lançar boatos, aqui se recorda a posição da CGTP-IN sobre o 1º de Maio deste ano:
Comboio de camiões militares transporta mortos de Bérgamo para o cemitérios de Ferrara
Fotografia de Massimo Paolone
Em Itália, o epicentro da epidemia foi a região industrial da Lombardia. Mas como conta a jornalista Alba Sidera numa revista espanhola (ctxt.es, 10/4/2020), «por incrível que pareça, a zona [Val Seriana, em Bergamo] com mais mortos de coronavírus por habitante em Itália – e na Europa – nunca foi decretada zona vermelha» devido às pressões dos grandes industriais da região.
«Quem tem interesse em manter as fábricas abertas são, em alguns casos, os mesmos com interesses nas clínicas privadas».
Foi apenas sob a ameaça duma greve geral, perante as trágicas dimensões da epidemia, que foi decretado o encerramento das actividades não essenciais. Mesmo assim, a lista inicial de actividades essenciais incluía «a indústria armamentista e de munições» e os call-centers publicitários.
Clicar na imagem para ler toda a crónica (em castelhano)
Cartoon in Tiempo Latino
A pandemia terá um impacto tremendo.
Põe a nu, e agrava qualitativamente, realidades sociais, económicas e políticas.
O New York Times dizia que o encerramento de escolas na cidade seria «um último recurso», pois «há cerca de 750 000 crianças pobres, incluíndo cerca de 114 000 sem abrigo [!]. Para esses, a escola pode ser o único sítio que garante 3 refeições quentes por dia e cuidados médicos, ou mesmo a lavagem da roupa» (09/03/2020). O COVID-19 veio depois.
Em apenas 3 semanas, 17 milhões [!] de trabalhadores ficaram sem emprego nos EUA. As ajudas são escassas.
Mas para o grande capital o dinheiro nunca falta. Já foram oficialmente reservados quase 5.000.000.000.000 de dólares.
Trump (cartoon de Pedro Ribeiro Ferreira)
Como em 2008, o Estado vai pagar e endividar-se, mas o dinheiro público servirá para a banca lucrar e quem trabalha se endividar:
«Embora os governos e bancos centrais forneçam grande parte do dinheiro, está-se a pedir aos prestamistas que funcionem como ‘correia de transmissão’ para assegurar que o apoio chegue às empresas e consumidores que dele mais necessitam» (Financial Times, 01/04/2020).
A Reserva Federal está a comprar tudo, sem limites, para «evitar a derrocada dos mercados» (Financial Times, 24/03/2020).
É a «’nacionalização’ dos mercados de Títulos […] com muitas grandes empresas a aproveitar para vender» (Financial Times, 24/03/2020) e até o «apoio ao mercado das dívidas de alto rendimento das grandes empresas» (Financial Times, 09/04/2020).
O Zé Povinho que pague. As Emergências servem também para isso.
Sublinhados meus
Num dos dias desta Primavera de 2020 morreu Manu Dibango. Tinha 86 anos e não resistiu à infecção por coronavírus. O homem que foi aplaudido por multidões vibrantes foi sepultado em silêncio no Cemitério de Père-Lachaise de Paris. Sinal destes tempos de forçada solidão, no funeral de Manu compareceram apenas os seus familiares mais próximos. Ficará na companhia de Paul Éluard, Modigliani, Chopin, Isadora Duncan, Nadar, Maurice Thorez, e tantos outros.
«Desembarquei em França depois de três semanas no mar, em 1948» – diria em entrevista ao jornal L’Humanité. «Foi pouco depois do final da guerra e, no ar, sentia-se amor. Só mais tarde é que ressurgiram os velhos demónios do racismo. Vivi toda a vida com um pé em África e o outro pé na Europa. De um lado e do outro encontrei sempre quem me dissesse que eu não era dali. Não foi fácil encontrar o meu lugar».
Emmanuel N'Djoké Dibango nasceu em Douala (Camarões) a 12 de dezembro de 1933. Filho de pais protestantes - a mãe, de etnia Douala, era costureira e o pai, de etnia Yabassi, era funcionário público - frequentava com os progenitores um templo local a cujo coro viria a pertencer.
Dito assim, até parece que o «nosso modelo de sociedade» é um bem para se guardar e pelo qual vale a pena arriscar a vida.
Ora, tanto quanto vimos da última vez, em Portugal os 10% mais ricos têm rendimentos quase nove (!) vezes superiores aos dos 10% mais pobres.
No ano passado, Portugal ocupava o sexto lugar do topo da lista dos estados-membros da União Europeia com maiores desigualdades nos rendimentos, atrás da Bulgária, Roménia, Letónia, Espanha e Grécia.
Mais, no País permanecem em situação de pobreza mais de 1,7 milhões de pessoas, sendo uma parte significativa destes crianças e jovens.
Alargando o horizonte, o «modelo de sociedade» a preservar arriscando a vida... dos outros, é o que permite, segundo dados de 2019, que 2 153 bilionários possuam mais riqueza do que 4,6 mil milhões de pessoas, ou seja 60% da população mundial.
163.000 trabalhadores já perderam o emprego
981.5000 portugueses estão sem actividade
1.766.700 já sofreram redução importante nos seus rendimentos
Por cada mês de economia parada o país perde 6,5% do PIB (13.800m€)
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