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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

É mesmo uma pipa de massa…

    Em Novembro de 2004, na «Resolução Política» do seu XVII Congresso, o PCP alertava para os perigos da bolha especulativa do imobiliário. Em jeito de prever e prevenir a situação actual escrevia-se, «No mercado imobiliário, cujos preços têm vindo a subir a níveis demasiado elevados, subsistem riscos de um ajustamento abrupto com consequências de expressão mundial.» Na altura quase ninguém leu. E os que leram comentaram: “lá estão eles com a conversa catastrofista do costume”.

Passados três anos desta previsão/prevenção dos comunistas portugueses, no verão de 2007, a crise do chamado subprime rebentava em todo o seu esplendor nos EUA. Logo de seguida estendeu-se a Inglaterra e ao resto do globo. Os mercados financeiros foram apanhados de surpresa.
Os analistas económicos, prisioneiros das cartilhas neo-liberais, foram incapazes de a prever. Como incapazes foram de analisar o seu desenrolar. A maioria subestimou os seus efeitos devastadores. Outros procuraram, e conseguiram, esconder as suas causas, mas sobretudo as consequências. Nunca a censura (não há outro termo) na imprensa económica especializada (e não só), foi tão forte como nestes últimos nove meses. Ficará certamente para a história da comunicação social.
Subida dos juros. Falência das famílias. Casas penhoradas e famílias inteiras a viverem literalmente na rua. Cortejo de misérias. Bancos a anunciarem prejuízos de milhões e dezenas de milhões de euros. Reserva Federal dos EUA pela 1ª vez na sua história a abrir portas num domingo para permitir a compra de um banco por outro por tuta-e-meia. Títulos da dívida do tesouro americano, na posse da China e do Japão, a desvalorizarem-se a olhos vistos. A massa monetária em circulação no nosso planeta a ser quase 10 vezes superior ao PIB Mundial.
E, sobretudo, a injecção pelos grandes bancos centrais (Reserva Federal americana, Banco Central Europeu, Banco de Inglaterra, Banco do Japão) de centenas e centenas de milhões no sistema financeiro. Com o único objectivo de manter a economia de casino e a especulação a funcionarem. Sem pedir contas aos Conselhos de Administração dos bancos, todos eles actores principais desta crise financeira sem precedentes desde 1929.
Mil milhões de milhões de dólares diz o Fundo Monetário Internacional (FMI). Escreve-se 1 000 000 000 000. É um 1 seguido de doze zeros. Quase 5 vezes o PIB de um país como Portugal. Ou 3 apartamentos com 150 metros quadrados de área cheios de notas de 500€ até ao tecto.
Dava e sobrava para acabar com a fome e a pobreza em todo o mundo. E para erradicar de vez com doenças como a malária, a poliomielite, a varíola, ou a cólera.
E só a semana passada os governos dos países mais ricos, o chamado G7, se vieram armar em fortes, «exigindo» contas aos banqueiros. Mas só daqui a 100 dias. Isto depois de terem estado 9 meses a assobiar para o lado a ver em que é que paravam as modas.
A educação e o decoro impedem-me de escrever o que penso…

           

In "Jornal do Centro" - Edição de 18 de Abril de 2008

                       

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