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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

As pessoas não refilam...

      Ando há algum tempo para fazer uma lista da luta dos trabalhadores. Mas não fiz. Fui sempre adiando por «falta de tempo». Mas o André Levy da «Jangada de Pedra» fez. Obrigado. Aqui fica (de 3ª a 6ª) mês a mês a lista de 2008.
                                                

«Quantas vezes não ouvimos já pessoas dizerem que em Portugal as pessoas não fazem nada, que acatam e não refilam? A verdade é que por todo o país as populações lutam em defesa dos sectores públicos de saúde e educação. Nos sectores público e privado, os trabalhadores portugueses lutam por melhores condições de trabalho, para defender a contratação colectiva, para resistir despedimentos, e combater o Código de Trabalho que o governo e o patronato querem impor. Acumulam-se os casos represálias contra trabalhadores e sindicalistas.

São muitas as lutas, mas escassa a sua cobertura mediática. Com algumas excepções, as lutas dos trabalhadores e populações recebem pouca atenção, ou atenção pouco esclarecedora. Felizmente, há um local onde há acesso garantido a notícias sobre as lutas dos trabalhadores portugueses: o jornal , o orgão central do Partido Comunista Português. Muita da informação abaixo foi recolhida das páginas do e do sitio da CGTP-IN. (Ver lutas de 2006 e 2007.)

                                                                

FEVEREIRO 2008

  • Greve dos trabalhadores da Sisáqua, na ETAR de Ribeira de Moinhos, pelos mesmos motivos que levaram à série de paralisações que foi interrompida há cerca de dois meses. Reclamam aumento salarial para 800 euros, garantia de dois operadores por turno, melhores condições de trabalho e melhor protecção do ambiente. A decisão foi tomada depois de a administração das Águas de Santo André se ter comprometido a pressionar a sua prestadora de serviços para que fossem satisfeitos todos os pontos do caderno reivindicativo.
  • Uma greve nos Transurbanos de Guimarães depois da administração ter recuado na intenção de despedir 11 trabalhadores contratados a prazo, principal motivo da convocação da greve. Os trabalhadores preveniram a administração de que querem ver concretizados aumentos salariais até Abril, tendo ficado decidido aguardar até final de Abril, que a administração responda ao caderno reivindicativo, incluindo um aumento salarial de 50 euros.
  • Protesto geral dos trabalhadores de Castelo Branco (dia 9) contra o aumento do custo de vida, melhores salários, trabalho com direitos, sob o lema «Stop! Estamos a ser saqueados!»
  • Concentração (dia 13) de bombeiros em Lisboa, frente aos Paços do Concelho, contestando a retirada do direito ao passe social, já concretizada, e as anunciadas alterações nos horários de trabalho, sem discussão prévia com os trabalhadores.
  • 11º Congresso da CGTP-IN (dias 15-16). Manuel Carvalho da Silva lembrou alguns momentos altos de mobilização, como as comemorações do 1.º de Maio, a greve geral de 30 de Maio de 2007, as manifestações de 12 de Outubro de 2006 e de 2 de Março de 2007 e 18 de Outubro, em Lisboa, bem como a de 5 de Julho, em Guimarães, mas evocou igualmente algumas «lutas simbólicas de enorme importância» (na Pereira da Costa, na Valorsul, na Cofaco e nos transportes colectivos de Guimarães). Destacou ainda «grandes combates» que foram travados com êxito, como, por exemplo, contra a privatização de partes das pensões de reforma, pelo combate à grande evasão fiscal, pela preservação da generalidade da contratação colectiva e pela revisão de um grande número de convenções com ganhos para os trabalhadores, pelo crescimento do salário mínimo nacional.
  • Centenas de trabalhadores do Arsenal do Alfeite concentraram-se (dia 19) diante do Ministério da Defesa, e avisaram que lutarão pelos empregos e para impedir a entrega do estaleiro a privados.
  • Concentração de Trabalhadores da Gestnave e Erecta (dia 21) junto à residência oficial Primeiro-Ministro, para exigir do Governo a integração dos trabalhadores na Lisnave.
  • Continuam as paralisações dos trabalhadores da MOVEAVEIRO, por atrasos no pagamentos de salários.
  • Greve dos Trabalhadores dos Restaurantes da Makro (dia 22) pela manutenção dos direitos dos 130 funcionários dos seis Resdtaurantes da MAKRO, transferidos em Novembro da Novorest.
  • João Serpa, trabalhador da Pereira da Costa é o primeiro condenado por manifestação ilegal desde 1974: foi condenado a 75 dias de prisão no resultado de uma manifestação espontânea em 2005, considerada ilegal pelo Tribunal de Oeiras. A 16 de Janeiro deste ano, João Serpa tomou conhecimento que no Sindicato da Construção Civil do Sul tinha sido entregue uma notificação para se apresentar no tribunal no dia seguinte. Sem saber do que se tratava, o antigo trabalhador da Pereira da Costa ficou surpreendido quando se apercebeu, já no Tribunal de Oeiras, que iria ser presente a julgamento, acusado por ter participado numa manifestação ilegal. Sem preparação, sem testemunhas de defesa e sem advogado contratado - o caso ficou entregue a um advogado oficioso -, João Serpa acabou por ser condenado. O caso remonta a Janeiro de 2005, quando um plenário de trabalhadores da Pereira da Costa decidiu procurar o gestor judicial responsável pela unidade que havia declarado falência. Querendo ver esclarecida a situação dos salários em atraso, os trabalhadores decidiram, no momento, deslocar-se até à Securitas, empresa onde o gestor trabalhava. A manifestação espontânea, de cerca de 50 trabalhadores, acabou por ser dissolvida, sem que tenham existido desacatos, uma vez que o gestor não se encontrava naquele dia no local de trabalho. João Serpa acabou, no entanto, por ser identificado pela PSP.
  • Greve geral nos CTT (dia 25) em resposta à administração, que aplicou aumentos salariais inferiores à inflação e desencadeou um processo para provocar a caducidade do Acordo de Empresa.
  • Manifestação dos Trabalhadores da Fábrica da COFACO/Açores (dia 27) contra o impasse negocial no Acordo e Empresa.
  • 1 hora de greve por dia dos trabalhadores da Renault em Chelas em luta pela defesa dos seus direitos
  • Um piquenique de protesto por parte dos mais de 200 trabalhadores da Câmara do Porto, (dia 13), nas proximidades dos Paços do Concelho, contra o encerramento da cantina.
  • Greve de uma hora em cada turno dos trabalhadores da VISTEON Portuguesa em luta pela exigência do início das negociações da revisão salarial para este ano e a reposição da dispensa do trabalho nos dias 24 e 31 de Dezembro que a administração quer retirar a partir deste ano.»
In  blog "Jangada de Pedra"
                                                

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