São muitas as lutas, mas escassa a sua cobertura mediática...
Aviso Geral - 16 de Abril (Porto); 17 de Abril (Lisboa) Ando há algum tempo para fazer uma lista da luta dos trabalhadores. Mas não fiz. Fui sempre adiando por «falta de tempo». Mas o André Levy da «Jangada de Pedra» fez. Obrigado. Aqui fica (de 3ª a 6ª) mês a mês a lista de 2008.
«Quantas vezes não ouvimos já pessoas dizerem que em Portugal as pessoas não fazem nada, que acatam e não refilam? A verdade é que por todo o país as populações lutam em defesa dos sectores públicos de saúde e educação. Nos sectores público e privado, os trabalhadores portugueses lutam por melhores condições de trabalho, para defender a contratação colectiva, para resistir despedimentos, e combater o Código de Trabalho que o governo e o patronato querem impor. Acumulam-se os casos represálias contra trabalhadores e sindicalistas.
«Quantas vezes não ouvimos já pessoas dizerem que em Portugal as pessoas não fazem nada, que acatam e não refilam? A verdade é que por todo o país as populações lutam em defesa dos sectores públicos de saúde e educação. Nos sectores público e privado, os trabalhadores portugueses lutam por melhores condições de trabalho, para defender a contratação colectiva, para resistir despedimentos, e combater o Código de Trabalho que o governo e o patronato querem impor. Acumulam-se os casos represálias contra trabalhadores e sindicalistas.
São muitas as lutas, mas escassa a sua cobertura mediática. Com algumas excepções, as lutas dos trabalhadores e populações recebem pouca atenção, ou atenção pouco esclarecedora. Felizmente, há um local onde há acesso garantido a notícias sobre as lutas dos trabalhadores portugueses: o jornal , o orgão central do Partido Comunista Português. Muita da informação abaixo foi recolhida das páginas do e do sitio da CGTP-IN. (Ver lutas de 2006 e 2007.)
ABRIL 2008
- Uma greve de duas horas (dia 1) pelos trabalhadores da Fabopol, para exigirem o pagamento do salário de Março, depois de as remunerações de Fevereiro terem sido pagas com atraso.
- Manifestação nacional dos ferroviários, em Lisboa, por melhores salários, trabalho com direitos para todos, garantia dos postos de trabalho, mais justiça social.
- Acção pública e concentração junto ao portão da OGMA em solidariedade para com sete trabalhadores (3 suspensos e 4 expulsos).
- Paralisações parciais, sequenciais e por turnos dos trabalhadores da Vista Alegra/Atlantis para exigir o inicio das negociações da contratação colectiva.
- Concentração Nacional (dia 2) na FIL, em Lisboa, dos trabalhadores das Cantinas e Refeitórios contra o bloqueio do Contrato Colectivo de Trabalho. Na sequência da postura patronal, uma delegação de activistas sindicais deslocou-se à sede da Cantinas/ARESP, para exigir ao Grupo que negoceie o CCT, melhore os salários e respeite os direitos dos trabalhadores.
- Os trabalhadores da Ren-Gasodutos cumpriram 3 dias de greve para levar a empresa a apresentar uma escala anual definitiva para o ano de 2008; e para obrigar a negociação da Carta Reivindicativa e processo de reestruturação do sector.
- Greve dos trabalhadores da Lusitanea (FECTRANS) em luta pelo pagamento dos salários em atraso.
- Greve dos trabalhadores da Fisipe em luta pela negociação do Caderno Reivindicativo (salários e outras reivindicações).
- Defesa do Sistema Nacional de Saúde: em Almada, concentração dos utentes do Posto Médico da EDP/Almada, junto às instalações da EDP contra a sua decisão de encerramento do Posto Médico de Almada que servia cerca de 1300 utentes; em Aveiro, largas centenas de pessoas, vindas de vários pontos do distrito, desfilaram pelas ruas da cidade para exigir a reabertura de urgências, serviços de atendimento permanente (SAP) e maternidades; em Coimbra houve uma tribuna pública; em Odivelas, o «Movimento Mais Saúde» saiu à rua num buzinão; centenas de pessoas, desfilaram sob o lema «A saúde em Sintra, um direito de todos para todos» até ao Hospital Fernando da Fonseca, em Queluz, onde se aprovou uma moção que denuncia o Hospital Amadora-Sintra como claramente insuficiente para satisfazer as necessidades dos residentes.
- Uma enorme carta-aberta, com metro e meio de altura, foi afixada frente às instalações da CM de Aveiro, alertando as suas responsabilidades nas greves que os trabalhadores da Moveaveiro vão realizar em Abril e Maio.
- Os cerca de 50 trabalhadores da corticeira barreirense Esence concentraram-se (dia 17), junto ao escritório da empresa, em Lisboa, pelo pagamento das indemnizações, a quem foi alvo de despedimento colectivo, e dos subsídios de férias e de Natal e salários de Fevereiro e Março.
- Concentração junto à sede da Sisáqua, em Oeiras, para exigir à concessionária da ETAR de Ribeira dos Moinhos (Sines) que arquive os processos disciplinares que instaurou aos sete trabalhadores que fizeram greve, durante quase dois meses, por melhores salários e melhores condições de higiene e segurança. O sindicato exige que seja levantada a suspensão e que os operários possam regressar ao trabalho. Pretende ainda que a empresa, do grupo Consulgal/IPG, abandone a acção intentada em tribunal contra o sindicato.
- O coronel Luís Fraga, militar reformado, foi alvo de processo disciplinar, por ter referido no seu blogue as condições das filas de espera à porta do Hospital Militar da Força Aérea. A Comissão de Militares promoveu uma petição de solidariedade, e a Associação Nacional de Sargentos promoveu um «Porto de honra» em solidariedade.
- Apesar da assinatura do "entendimento" entre a Frente Comum e o Ministério de Educação, os professores mantêm as segundas-feiras de protesto, pois foi a luta que permitiu essa cedência do Ministério, e será a luta que permitirá garantir a realização das restantes reivindicações dos professores. No dia 14 de Abril, concentrações na zona Norte. No dia 21,mais de três mil professores protestaram na Região Centro: 600 em Aveiro, 500 em Castelo Branco, 700 em Coimbra, 500 na Guarda, 300 em Leiria, 400 em Viseu e 100 em Lamego. Os professores entendem que só com A próxima concentração, no dia 28, será em Lisboa, frente ao edifício do Ministério da Educação.
- Aviso Geral, no Porto e em Lisboa, nos dias 16 e 17, quase cem mil trabalhadoras e trabalhadores saíram à rua, respondendo ao apelo da CGTP-IN, para deixarem um claro aviso ao Governo e ao patronato: se a ofensiva contra os direitos e os salários prosseguir e intensificar-se, particularmente por via da revisão das leis laborais, vai ser dada uma resposta de luta à altura.
- Manifestação (dia 23) de dirigentes sindicais dos CTT, junto ao Ministério dos Transportes e Comunicações, para alertar para a «vergonhosa discriminação» da administração que declarou que apenas aplicará uma anunciada actualização salarial a uma minoria dos seus trabalhadores. De fora, querem deixar todos aqueles que não aceitem aderir ao «novo acordo de empresa» que a empresa e nove sindicatos minoritários firmaram recentemente e que retira importantes direitos. Foram marcadas greves para os dias 30 de Abril, para o atendimento, distribuição e serviços centrais de apoio, e 2 de Maio, para o tratamento e transporte de correspondência e para trabalhadores cedidos a outras empresas.
- Greve (dia 24) dos trabalhadores da Betablue, para acabar com as ilegalidades na empresa de recauchutagem, e pelo pagamento de salários e subsídios em atraso.
- Os jardineiros afectos ao Jardim do Campo Grande, em Lisboa, ofereceram simbolicamente material de construção civil à CMLisboa, para que sejam feitas com urgências as reparações necessárias, uma vez que já está ameaçada a segurança dos trabalhadores em alguns locais.
- No dia 11, o Tribunal do Trabalho declarou ilícito o despedimento de uma delegada sindical da empresa de confecções de Famalicão Fersoni. A empresa ficou obrigada a reintegrar a trabalhadora e a pagar a quantia correspondente à remuneração que deixou de auferir, bem como 250 euros por cada dia de atraso no cumprimento da obrigação de reintegração. A trabalhadora em causa era costureira há 24 anos na empresa e delegada e dirigente do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes
- Concentração junto às instalações da Cerâmica Torreense, no Outeiro da Cabeça, Torres Vedras, de uma centena de trabalhadores e dirigentes sindicais, solidários com Pedro Jorge —electricista alvo de um processo disciplinar, depois de ter dito na televisão que o seu salário não é aumentado desde 2003.
- Greve (dia 24) nos Transportes Sul do Tejo.
- Greve (dia 28) dos trabalhadores do sector das limpezas industriais, para pressionarem a associação patronal a acordar aumentos salariais e melhores condições de trabalho, e pela assinatura final do contrato colectivo de 2006, processo cujo arrastamento se deve ao boicote patronal, para obter a caducidade.
Só no Distrito de Lisboa são já dezenas os Dirigentes e Delegados Sindicais com processos judiciais ou disciplinares. No dia 25 Abril lançou-se a Campanha "Dá a Cara contra a Repressão", partindo de 4 exemplos de repressão comtra a acção sindical (Pedro Jorge, Fátima Messias, João Serpa e Valor Sul). A Liberdade não pode ficar à porta das Empresas, e sem Liberdade não há Democracia ! E porque as liberdades se defendem exercendo-as, DAMOS A CARA CONTRA A REPRESSÃO!»
In blog "Jangada de Pedra"
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