Notícia da «silly season» (III)
Segundo nos informou o nosso correspondente Sr. José Maria Queirós, a notícia de que o país do bei de Tunes «reduziu 46,13 por cento a pobreza no país, nos últimos 10 anos, passando de 49 para 26,4 por cento da população» é mais uma manobra demagógica e populista daquele chefe de Estado manipulador.
O Sr. José Maria Queirós reafirmou-nos também que o bei de Tunes é mesmo um grandessíssimo déspota! E se não é, vai ser!
Ao contrário do que acontece nas democracias ocidentais como, por exemplo, a Bélgica, o Luxemburgo, os Países Baixos, a Dinamarca, o Reino Unido, a Espanha ou a Suécia - para falar apenas de países da União Europeia - aquele chefe de Estado nunca se submeteu a genuínas e boas eleições!
De acordo com a Constituição as eleições devem ter lugar depois de cumpridos seis anos sobre a eleição do bei em funções. Este bei foi eleito em 1998 quando ainda vigorava a Constituição de 1961, o que é grave. No ano 2000, e devido à instauração de uma nova ordem constitucional, tiveram lugar eleições gerais, nas quais o bei de Tunes foi reeleito, o que só acentua a trama que está por trás de tudo isto.
A 14 de Agosto de 2004 foi referendada a permanência ou não do bei de Tunes, tendo 59,10% dos eleitores votado a favor da sua permanência. Mas este resultado foi contestado pela oposição (e por nós!), que denunciou a existência de uma alegada fraude (só pode ter sido!) e exigiu uma contagem manual dos votos. É certo que até o insuspeito Centro Carter, organismo que participou nas eleições como observador, ratificou o resultado destas, mas o que é que isso nos interessa? Em finais de 2004 realizaram-se eleições para os cargos de governadores de estado, tendo a maioria dos eleitos sido partidários do bei de Tunes, o que só vem corroborar que este é uma besta até porque não é um dos nossos.
As mais recentes eleições desenrolaram-se a 3 de Dezembro de 2006, tendo como objectivo a eleição do bei, que é simultaneamente, nos termos da constituição, chefe de Estado e de governo, o que não é nada democrático. O bei de Tunes iniciou o seu mandato de seis anos a 10 de Janeiro de 2007. Seis anos! Não é isto uma ditadura?
E é este indivíduo que se apresta este ano, mais uma vez a convite do PCP, a estar presente na Festa do Avante!, que irá decorrer entre 4 e 6 de Setembro, na Atalaia!!!
O «venerável chefe de Estado» - a expressão é do nosso correspondente Sr. José Maria Queirós que tem dupla personalidade, coitado - vem com uma comitiva que inclui uma banda rock, os «Família Camelidae», que vai actuar num dos palcos da Festa (ver Festa do «Avante!» 2009 - Os Artistas da Festa). O escândalo da presença dos «Família Camelidae», suspeitos de coisas horrorosas que agora não nos ocorrem, é acentuado pelo facto de bandas com nomes mais catitas e ocidentais terem sido preteridas. É o caso dos «Desert Storm», dos «Desert Fox» e dos «Shock and awe», acusadas pela organização de terem conotações imperialistas.
Contactadas pela nossa redacção, três impolutas personalidades democráticas europeias - o Rei Alberto II, irmão de Balduíno, ambos orgulhosos e dignos descendentes de Leopoldo II (ver Patrice Lumumba), Juan Carlos I, rei por graça de Franco, e ainda a rainha Isabel II (ver Diego Garcia: O roubo de uma nação) - afirmaram que indo o bei de Tunes à Festa do Avante!, eles é que não punham lá os pés! Com esta última lamentável notícia - a ausência de, pelo menos, três soberanos europeus na Festa do Avante! - um sopro de desalento varreu a Atalaia...
adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge