Se Augusto Santos Silva diz «mata!», vem Luís Amado e diz «esfola!»
Eis um duelo de titãs para ver quem se chega mais à frente no apoio à guerra no Afeganistão!
«O ministro da Defesa afirmou hoje que Portugal tem "a porta sempre aberta" relativamente à possibilidade de alargar o apoio militar no Afeganistão, sublinhando, contudo, que um reforço de 250 militares já é "muito considerável".
Augusto Santos Silva reiterou a importância de Portugal duplicar o número de militares envolvidos na Força de Protecção Internacional do Afeganistão (ISAF), uma decisão que já estava tomada antes do anúncio do presidente Obama.
Confrontado com os apelos feitos pela NATO para que os aliados aumentem a sua contribuição militar na ordem dos 5 000 homens, Augusto Santos Silva referiu que "a porta portuguesa em relação às obrigações e solidariedade com os aliados está sempre aberta".»
[A palavra socialismo / Como está hoje mudada / De colarinho à Texas / Sempre muito aperaltada]
Nas reportagens seguintes, Luís Amado não só teoriza na sua habitual linguagem hermética (Santos Silva é mais directo) própria dos grandes diplomatas, como passa um raspanete à União Europeia (ao que parece pelo sua falta de empenhamento).
Em carta de 7 de Dezembro à baronesa Ashton Luis Amado é mais mais concreto, embora mantenha a mesma linguagem "diplomática" (ou será "eufemística"?): «É vital que nós - a UE e os Estados-membros – nos reunamos em Londres com ideias claras do que pode ser o nosso esforço e de como podemos melhorar a eficácia global dos recursos aplicados no Afeganistão. (...) Neste contexto, uma das preocupações mais prementes é o compromisso europeu para a estabilização do Afeganistão, em suas vertentes civil e militar. (...) [a estratégia anunciada na semana passada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama] traduz uma visão clara e sensata do que se pode e deve fazer no e para o Afeganistão», e, segundo a Agência Lusa, Luís Amado mencionou o empenho de novos recursos militares, o reforço do treinamento das forças afegãs e do esforço civil para o desenvolvimento social e econômico do país. E a Agência Lusa termina assim a sua notícia: A carta inclui ainda uma referência à necessidade de os dirigentes europeus transmitirem às opiniões públicas europeias a importância da presença internacional no Afeganistão, para que seja possível ter o apoio necessário ao esforço em recursos militares, civis e financeiros.
[Os barões da vida boa / Vão de manobra em manobra / Visitar as capelinhas / Vender pomada da cobra]
Eis dois homens, Augusto Santos Silva e Luís Amado, dois gigantes da política internacional, que estão fadados para as mais altas missões! No Afeganistão, por exemplo!... Se é preciso derramar sangue, senhores ministros, que seja o vosso, que seja o vosso...
adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge