Lutar e Vencer - Junho 2009
O André Levy da «Jangada de Pedra» continua a fazer o levantamento das lutas dos trabalhadores em Portugal.
São muitas as lutas, mas escassa a sua cobertura mediática. Com algumas excepções, as lutas dos trabalhadores e populações recebem pouca atenção, ou atenção pouco esclarecedora. Felizmente, há um local onde há acesso garantido a notícias sobre as lutas dos trabalhadores portugueses: o jornal , o orgão central do Partido Comunista Português. Muita da informação abaixo foi recolhida das páginas do
e do sitio da CGTP-IN. (Ver lutas de 2006, 2007, Jan a Abril de 2008, Maio a Dez de 2008).
Aqui fica, mês a mês, a lista de 2009.
JUNHO/2009
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Professores do Ensino Superior (3/6) em manifestação frente à AR, contra as propostas do Estatuto da Carreira Docente.
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Representantes dos trabalhadores da EMEF, REFER e FERTAGUS (4/6), em frente ao Ministério do Trabalho, em defesa da contratação colectiva nestas 3 empresas.
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Várias greves dos trabalhadores das indústrias de material eléctrico e electrónico (4-12/6), abrangendo o Grupo Bosch (Blaupunkt e Motometer), a Preh, a GE Power Controls, a Jayme da Costa, a Visteon, a Tudor Baterias, a Delphi e a Actaris, entre outras empresas.
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Greve por tempo indeterminado dos 50 trabalhadores da corticeira Facol (com início a 4/6), em Lourosa, com concentração permanente à porta da empresa, para exigirem o pagamento dos salários em atraso desde Novembro do ano passado até agora, e dos subsídios de férias e de Natal de 2008. Há oito meses sem receber, os operários decidiram esta luta depois de a administração ter falhado os compromissos que tinha assumido durante a anterior greve.
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Acções de protesto dos trabalhadores dos bingos do Belenenses e Estrela da Amadora. Tentativa de despedimentos de 20 trabalhadores do Casino da Figueira da Foz, da Sociedade Figueira Praia.
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Greve (6/6), na véspera de eleições para o Parlamento Europeu, dos trabalhadores dos consulados e da embaixada , para exigir do Governo a reposição das perdas salariais devidas à depreciação do euro face ao franco suíço e para exigir a concretização do seu estatuto profissional.
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Greve dos trabalhadores da Inapal Plásticos (8-9/6), pela negociação do Caderno Reivindicativo.
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Mais de mil elementos da PSP atiraram os bonés da farda ao chão (8/12), junto à residência oficial de José Sócrates, num simbólico protesto provocado pela recusa do Governo em negociar um estatuto digno para os quadros da Polícia.
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Completados os 10 dias de greve dos pilotos da Portugália (PGA) (13/6), para exigirem respeito pelos tempos de descanso necessários a garantir a segurança dos voos e prevenir o excesso de fadiga, e não, essencialmente por motivos salariais, como a comunicação social dominante tentou fazer crer.
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Vigília de 3 dias dos trabalhadores dos Transportes Rodoviários e de Mercadorias (15/6), junto ao Ministério do Trabalho, pela defesa e dinamização da contratação colectiva.
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Nova greve (15-19/6) dos trabalhadores da Tanquipor, no Barreiro, exigindo uma actualização salarial de 2,6 por cento. Este valor é aquele que a administração tinha proposto em Dezembro e que agora quer limitar a apenas dois por cento.
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Dezenas de trabalhadores dos Serviços Municipalizados de Aveiro deslocaram-se aos Paços do Concelho de Aveiro (15/6), para se oporem à criação da empresa intermunicipal Águas da Região de Aveiro, a quem está previsto que seja entregue a gestão dos sistemas de água e saneamento.
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Os cerca de 60 trabalhadores nos SMAS das Caldas da Rainha, cumprirem greve às horas extraordinárias que se deve prolongar até 11 de Julho em protesto pelo atraso de dois meses verificado no pagamento daquelas remunerações.
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Concentração dos trabalhadores dos Transportes Ferroviários (16/6), junto ao Ministério do Trabalho, pela defesa e dinamização da contratação colectiva.
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Concentração de trabalhadores do sector de comunicações (Correios) (17/6), junto ao Ministério do Trabalho, pela defesa e dinamização da contratação colectiva.
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Trabalhadores dos estabelecimentos fabris do Exército entregaram (18/6) na Presidência do Conselho de Ministros um abaixo-assinado contra o anunciado encerramento da Manutenção Militar e das Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento. Estão em causa a extinção dos postos de trabalho.
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Vigília contra o Desemprego e a Precariedade de emprego em Faro (19/6), junto ao Governo Civil de Faro.
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Greve de fome (22-25/6) de um motorista de camiões TIR da Luz & Irmão, em Torres Novas, para exigir o pagamento dos salários em atraso desde Abril e o cumprimento de um acordo obtido no Tribunal de Trabalho.
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Suspenso, pelo Tribunal de Trabalho, o despedimento de uma delegada do STAL/CGTP-IN, telefonista dos Bombeiros de Mirandela, a quem tinha sido instaurado um processo disciplinar por ter denunciado a existência de «mau ambiente» naquela corporação.
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Greve dos trabalhadores dos Equipamentos de Acção Social do Instituto da Segurança Social (26/6), em defesa dos Equipamentos de Acção Social e contra a mobilidade especial e os despedimentos; e concentração junto "Recursos Humanos"do ISS,IP, deslocando-se de seguida para o Ministério do Trabalho e da Solidariedade, em Lisboa..
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Acções de Luta no Grupo Pestana Pousadas de Portugal (27/6), dada a recusa do grupo aumentar os salários dos trabalhadores, a retirada de direitos e a recusa em negociar o AE.
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Greve dos operadores e técnicos de produção da Central de Sines da EDP (29/6-2/7), pelo cumprimento do ACT e respeito pelos trabalhadores.
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Greve convocada pela Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal, Fesaht/CGTP-IN, contra o despedimento de dois delegados sindicais e gerentes de restaurantes da Makro e contra o fim do pagamento do trabalho nocturno, teve uma adesão total em Coimbra e de 60 por cento, em Matosinhos. A ambos foram aplicados processos disciplinares, com suspensão imediata das funções e o objectivo de despedimento.
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Greve nos dias em que a Soflusa não cumpre as escalas de serviço e, «abusivamente», altera os turnos, está a ser cumprida desde meados de Junho. A administração de mente aos passageiros, com o argumento de avarias técnicas, sempre que, por motivo da luta, são suprimidas carreiras.
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Greve (25-26/6) , na Póvoa de Varzim, dos trabalhadores da Transportes Rodoviários Portugueses do Norte (ex-Linhares), adquirida pelo Grupo Transdev, porque, desde que assumiu funções, a nova administração tenta suprimir direitos pressionando trabalhadores para que rescindam os contratos.
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Segunda greve com 85% de adesão dos trabalhadoros da empresa de limpezas industriais Iberlim, nos Hospitais de São José, Santa Marta e dos Capuchos, em Lisboa, e no Hospital Garcia de Orta, em Almada, contra a discriminação salarial aplicada aos sócios do Sindicato dos Trabalhadores de Actividades Diversas, STAD/CGTP-IN. A empresa apenas actualizou os salários dos sócios do sindicato da UGT, que firmou um acordo onde são destruídos direitos adquiridos. Decorrem também processos disciplinares contra trabalhadores que recusaram cumprir serviços mínimos decretados sem o acordo do STAD.
In blog "Jangada de Pedra"