A Crise do Sistema Capitalista: os números de Portugal (2)
O salário médio real caiu 2,6% (enquanto na OCDE cresceu 1,3%), sendo agora Portugalo quarto país com menor poder de compra.
Cerca de 18% da população portuguesa (cerca de 2 milhões) vive abaixo do limiar da pobreza (o que significa que vivem com menos de 406 euros/mês). Tal como 20% das crianças e jovens até aos 17 anos e 25% dos portugueses com mais de 65 anos.
Quase três milhões de portugueses vivem com menos de 10 euros por dia. Mais de 230 mil com menos de 5 euros.
Um país que detém um valor médio dos salários abaixo de metade da média europeia.
O salário mínimo nacional é o mais baixo da UE a 15.Se o salário mínimo tivesse sido actualizado desde 1974, repondo a inflação de cada ano, o seu valor em 2010 seria de 562 euros e não os 475 euros anunciados pelo Governo. Aquela quantia respeitaria o limiar de 60 por cento da remuneração base média tida internacionalmente como suficiente para um nível de vida decente.
Cerca de 450 mil portugueses trabalham e recebem apenas o Salário Mínimo Nacional. Mais de 40% dos trabalhadores por conta de outrem têm um rendimento inferior a 600 euros.
35% dos portugueses não têm rendimentos suficientes para manter um sistema de aquecimento em casa. 64% não conseguem pagar uma semana de férias fora de casa.
Entre 1973 e 1975 a parte que as remunerações, sem incluir as contribuições sociais, representavam do PIB aumentou de uma forma contínua e significativa. Passou de 47% para 59% do PIB. Depois assistiu-se a uma diminuição sistemática, alcançando com o governo de Sócrates, em 2008, apenas 34% do PIB.
No nosso país um gestor executivo de uma empresa do PSI 20 ganha, em média, mais de 50 mil euros brutos mensais (1 666 euros por dia). Há quem, com mais sorte, chegue aos 8 500 euros/dia.
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