Declaração ao povo da Síria
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Declaração do Partido Comunista Sirio
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Declaração do Partido Comunista Sirio
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Recordando o que escrevi no jornal "Público" - Edição de 5 de Abril de 2008:
«Há cinco anos Mia Couto escreveu nas páginas deste jornal uma Carta Aberta onde enumerava um conjunto de conflitos em que os EUA se tinham envolvido. Em todos e cada um deles (desde a guerra com a Espanha em 1902, aos bombardeamentos da Jugoslávia em 1999 [e pudemos acrescentar Iraque, Afeganistão, Líbia]) as sucessivas administrações americanas mentiram. Quer à opinião pública mundial, quer ao seu próprio povo. Porque haveria de ser diferente em relação ao Iraque [e à Síria]?
Para quem tenha dúvidas aconselho a visita a dois esclarecedores sites, que têm que ver com os documentos oficiais desclassificados, mais exactamente com o Freedom of Information Act (FOIA) https://nsarchive.gwu.edu/.
(...)
Lembremos que em dado momento, Colin Powell foi à ONU mostrar provas da existência das temíveis armas de destruição maciça. Provas que, em parte, lhe haviam sido fornecidas por Blair e que fizeram pular de entusiasmo Aznar, Barroso & Cia. As ditas provas, classificadas então pela comunicação social dominante como «irrefutáveis», «incontestáveis», «esclarecedoras» e «concludentes», cedo vieram a revelar-se uma mentira. Powell levou à ONU pedaços de um artigo publicado num qualquer jornal e de uma tese de doutoramento apresentada por um jovem, uma década antes, em Cambridge.
Lembremos que Paul Wolfowitz, secretário adjunto da Defesa dos EUA, revelou que, afinal, os tais argumentos eram falsos e foram utilizados somente por «razões burocráticas». Ou seja, explicou ele, considerando o Governo dos EUA que a existência de armas de destruição maciça no Iraque era «o único argumento capaz de pôr toda a gente de acordo, em relação à necessidade da guerra,» resolveu mentir a toda a gente.
Lembremos que recentemente duas organizações que analisam os média contaram 935 afirmações falsas proferidas pela administração Bush entre 11 de Setembro de 2001 e 19 de Março de 2003, que abriram o caminho para a invasão do Iraque. O Center for Public Integrity (Centro para a Integridade Pública), em colaboração com o Fund for Independence in Journalism (Fundo para a Independência no Jornalismo), contou 259 mentiras proferidas pelo próprio Bush, incluindo 231 afirmações que sustentavam que o Iraque tinha armas de destruição maciça e 28 segundo as quais Saddam Hussein tinha ligações à Al-Qaeda. O então Secretário de Estado Colin Powell, a única figura da administração que foi publicamente humilhado por mentir, situou-se num segundo lugar próximo, com 254.
(...)»
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É caso para dizer: onde é que já vi isto?...
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««Decidi que os EUA devem atuar militarmente na Síria» - informou Barack Obama no sábado. «Sei - acrescentou - que posso fazê-lo sem a autorização do Congresso, mas seremos mais eficazes se pedirmos a sua aprovação».
O Congresso está de férias, mas o Presidente esclareceu que já conversou com os líderes democratas e republicanos das duas Camaras.
A humanidade aguarda, portanto, com angústia, que a máquina de guerra estadunidense lance os primeiros misseis contra a terra milenar da Síria, dando inicio a mais um monstruoso crime do imperialismo.
O ato de barbárie repetirá noutras circunstâncias, e com outro estilo, aqueles que atingiram o Afeganistão, o Iraque e a Líbia.»
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«Nós, Partidos Comunistas e Operários expressamos a nossa solidariedade ao povo sírio e condenamos o ataque militar contra a Síria que está a ser preparado pelo imperialistas doas EUA, da NATO e da UE, juntamente com os seus aliados, para a promoção dos seus interesses na região.
Rejeitamos os pretextos imperialistas que, como se demonstrou, também foram utilizados na guerra contra o Iraque e nas demais guerras imperialistas contra a Jugoslávia, o Afeganistão e a Líbia.
Apelamos à classe operária, aos povos de todo mundo a que combatam e condenem a nova guerra imperialista, e exijam que os governos dos seus países não se envolvam nem apoiem o criminoso ataque militar.»
«É urgente travar o inaceitável derramamento de sangue na Síria. Mas este objectivo exige a cessação imediata das ingerências e apoios externos à militarização do conflito e o início dum processo negocial sem condições prévias, envolvendo todas as partes sírias, e sob os auspícios da ONU - como a prometida, mas nunca concretizada, Conferência de Genebra.»
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1. O PCP condena veementemente a perigosa escalada das ameaças de guerra contra a Síria por parte dos governos dos EUA, França e Inglaterra e dos seus aliados na região do Médio Oriente.
2. A concretizar-se, uma agressão militar directa das potências imperialistas e da NATO contra a Síria será, não apenas o corolário da guerra encoberta que há muito desencadearam contra o povo sírio e contra todos os povos do Médio Oriente, mas uma aventura de consequências imprevisíveis que ameaça incendiar toda esta região e para além dela.
3. Uma agressão militar directa à Síria constituiria um novo salto qualitativo no desrespeito pelo direito internacional e pela soberania dos povos. O belicismo exacerbado das potências imperialistas afronta deliberadamente os princípios do direito internacional consagrados na Carta da ONU – desde logo o repúdio da guerra e o respeito pela soberania dos Estados - e o sistema das Nações Unidas. A substituição destes princípios pela lei da força e da guerra é um objectivo indesmentível, já quase abertamente proclamado pelas potências imperialistas.
4. O PCP, reafirmando a sua posição de frontal condenação do uso de armas de destruição em massa, salienta que é impossível ignorar o longo historial de desinformação, fabricações e mentiras que têm servido de pretexto para as guerras imperialistas, seja no Afeganistão, no Iraque, na Jugoslávia ou na Líbia. Como considera ser igualmente impossível ignorar o longo historial de crimes cometidos por bandos terroristas armados, treinados, financiados e ao serviço das potências imperialistas - como aqueles que têm executado no terreno a agressão contra o povo sírio – que têm servido também para a criação de pretextos e condições que visam facilitar o desencadeamento de agressões imperialistas directas.
5. O PCP, considerando necessário o apuramento cabal dos factos, chama a atenção para a gravidade de se veicular ou aceitar acriticamente uma campanha de manipulação de factos que não só carecem de provas cabais – seja quanto à sua natureza, seja quanto à sua eventual autoria –, como situações anteriores testemunham serem eles próprios factos criados pelas forças imperialistas. Registem-se as repetidas declarações do Governo sírio, que nega categoricamente qualquer ataque com armas químicas e que atribuí aos chamados “rebeldes” a sua utilização, ou ainda, as declarações de diversas autoridades internacionais sobre a existência de indícios que atribuem a utilização de armas químicas no conflito sírio, não ao exército sírio mas aos chamados “rebeldes”.
6. O PCP relembra que as potências imperialistas que hoje se dizem chocadas com o alegado uso de armas químicas na Síria têm um longo historial de utilização de armas químicas, biológicas e mesmo nucleares contra populações civis, incluindo armas cujos efeitos terríveis se fazem sentir sobre gerações posteriores (como as bombas atómicas lançadas sobre o Japão, o “agente laranja” que devastou o Vietname ou as armas com base no urânio empobrecido na destruição da Jugoslávia). É de uma inaceitável hipocrisia que dirigentes dos EUA, França ou Inglaterra invoquem este argumento para desencadear mais uma guerra de agressão.
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7. O PCP denuncia e condena o papel desempenhado pelos mais violentos e retrógrados regimes da região – a Arábia Saudita e o Qatar – na agressão à Síria, na promoção dos mais bárbaros grupos terroristas do fundamentalismo islâmico e no incitamento ao conflito sectário em numerosos países da região, bem como na repressão militar às justas revoltas populares em países como o Bahrain (sede da V Esquadra Naval dos EUA) e o Iémen.
8. O PCP relembra as consequências das anteriores guerras imperialistas, muitas delas desencadeadas invocando pretextos “humanitários”. Centenas de milhares de mortos, milhões de refugiados, países destruídos, fragmentados e reduzidos ao caos, onde predominam bandos armados muitas vezes ligados a tráficos sórdidos de armas, drogas e pessoas, são a realidade actual do Iraque, do Afeganistão, da Líbia ou do Kosovo. O PCP chama a atenção para o quadro de conflito e de guerra generalizados que marca hoje a realidade da martirizada região do Médio Oriente e condena veementemente os atentados terroristas com carros armadilhados praticados regularmente no Iraque e na Síria e recentemente no Líbano, bem como os recentes ataques da aviação israelita nos subúrbios de Beirute. O PCP denuncia e condena igualmente as sucessivas incursões de Israel nos territórios palestinianos, nomeadamente o recente assassinato de civis palestinianos pelo exército israelita na Cisjordânia.
9. O PCP não pode deixar de sublinhar o papel destacado que a social-democracia tem desempenhado na promoção activa das mais violentas agressões do imperialismo, confirmado, uma vez mais, pelas posições do Governo “socialista” francês ou pelas declarações de responsáveis do PS relativamente à Síria.
10. As verdadeiras razões das infindáveis agressões militares imperialistas nada têm que ver com as legítimas aspirações dos povos à liberdade, à soberania, ao progresso social e económico dos seus países, antes residem no objectivo de recolonizar o planeta e desde logo essa região fulcral de reservas energéticas que é o Médio Oriente, bem como assegurar - através da destruição sucessiva dos Estados soberanos com uma história de resistência à dominação imperialista na região - a impunidade regional do imperialismo e de Israel e da sua política de terrorismo de Estado e ocupação da Palestina.
11. O novo surto belicista do imperialismo é expressão dos perigos que se avolumam com o aprofundamento da crise estrutural do capitalismo. Perigos que obrigam a lembrar momentos negros da História mundial em que o sistema capitalista reagiu à sua crise através do recurso ao fascismo e à guerra. Aos trabalhadores e aos povos – as principais vítimas do militarismo e da guerra –, às forças revolucionárias e progressistas coloca-se a necessidade de fazer ouvir a sua voz e de reforçar uma vasta frente social de resistência à guerra e ao imperialismo. O PCP apela ao reforço no nosso país da luta pela paz, contra o imperialismo e a guerra, que é indissociável da luta por uma alternativa patriótica e de esquerda, que inverta o rumo de desastre nacional e promova uma política externa de paz e cooperação com todos os povos do mundo.
12. O PCP exige do Governo português uma postura que não apenas se distancie da actual escalada e chantagem belicistas, mas que pugne, tal como exige a Constituição da República Portuguesa, pela resolução pacífica dos conflitos, pela defesa intransigente da soberania dos povos e pelos princípios consagrados na Carta da ONU e do Direito Internacional.
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Mapa das bases militares dos EUA e seus aliados no Médio Oriente
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As Nações Unidas ilibam o governo liderado por Bashar al-Assad do uso de armas químicas na guerra provocada por grupos armados que prossegue na Síria. A declaração surge depois de Israel ter bombardeado o território.
Os ataques de Israel contra a Síria, apoiados pela Administração Norte-americana, inserem-se em toda a operação de ingerência e agressão contra este país – levada a cabo pelas principais potências imperialistas da NATO em aliança com as ditaduras monárquicas do Golfo Pérsico – e constituem uma provocação que visa a escalada do conflito no Médio Oriente. Ataques que ocorrem quando se assiste a uma campanha que pretende dar cobertura a uma intervenção directa estrangeira em larga escala na Síria.
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Os recentes ataques aéreos de Israel contra a Síria introduzem dados qualitativamente novos na tragédia do Médio-Oriente. Israel é o mais agressivo e melhor armado peão militar do imperialismo na região. Mas entre as interrogações que estes ataques levantam está a da relação entre esse peão e os EUA, entre o expansionismo sionista e a estratégia geral do imperialismo. Poderão existir diferenças tácticas. Mas existe uma identidade essencial na criminosa acção levada a cabo.
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A escalada da violência na Síria não parece ter fim, alimentada pelas potências da NATO e pelas monarquias do Golfo que apoiam mercenários que não conhecem limites nas sua acção, e por provocações da Turquia visando a internacionalização do conflito.
O desvio de um avião da companhia aérea síria foi o mais recente episódio. A aeronove havia partido de Moscovo rumo a Damasco, e antes de chegar à capital da Síria foi interceptada por dois caças da força aérea turca.
A Turquia alega que a bordo do voo civil seguia material militar, vendido por uma empresa russa, cujo destino seria o Ministério da Defesa sírio. O primeiro-ministro, Recep Erdogan, apoiado imediatamente pelos EUA e pela NATO, afirmou mesmo, segundo a AFP, que a carga apreendida estava a ser analisada ao pormenor. Mas, posteriormente, desafiado pelos governos de Damasco e Moscovo a apresentar provas e detalhes, pouco mais adiantou, muito embora a gravidade da situação o justificasse.
Síria e Rússia rejeitam as acusações e qualificam o acto de pirataria. Contornos de provocação similar foram observados aquando do nubloso abatimento de um avião turco pela síria, há escassos meses.-
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Agressão imperialista à Síria - «Oposição» acusada de crimes (Avante!, Edição N.º 2025, 20-09-2012)
«A alta comissária para os Direitos Humanos das Nações Unidas, a Human Rights Watch (HRW) e o relator da comissão de inquérito da ONU para a Síria admitem que a chamada «oposição síria» está a cometer todo o tipo de barbáridades na campanha para derrubar o governo de Bashar al-Assad.»
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Global Europe Anticipation Bulletin (inglês, francês, castelhano, alemão)
Laboratoire européen d'Anticipation Politique (inglês, francês, castelhano, alemão)
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