«A escalada de violência no Médio Oriente é o resultado da actuação das principais potências imperialistas, nomeadamente os EUA e países da União Europeia, como a França que, em aliança com a Arábia Saudita, o Qatar e outras monarquias ditatoriais do mundo árabe e usando o sionismo de Israel como ponta de lança, visa assegurar por via da guerra e da submissão de países soberanos o domínio imperialista sobre os abundantes recursos naturais e energéticos da região.»
«Quase três anos passados sobre o início da criminosa incursão militar israelita contra a população palestiniana da Faixa de Gaza (17 de Dezembro de 2009), Israel desencadeia mais uma criminosa acção militar, de proporções e objectivos ainda não completamente conhecidos, com efeitos devastadores para o povo palestiniano e com perdas de vidas humanas entre a população civil, incluindo crianças.
Esta acção criminosa é mais uma a juntar às inúmeras provocações e acções contra o povo palestiniano, levadas a cabo pelo governo de Israel com apoio dos USA e de países europeus comprometidos com o militarismo sionista (...)»
«A realidade da acção e dos propósitos enunciados pela União Europeia muito se distanciam dos valores e princípios proclamados e estabelecidos pela histórica Conferência de Helsínquia, realizada em 1975, como: o respeito da soberania; o não recurso à ameaça ou uso da força; o respeito pela integridade territorial dos Estados; a resolução pacífica dos conflitos; a não ingerência nos assuntos internos dos Estados; o respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais; o direito à autodeterminação dos povos; e a cooperação entre os Estados – valores e princípios inscritos na Carta das Nações Unidas.»
«A CGTP-IN considera a atribuição do Prémio Nobel da Paz à U.E. uma profunda afronta aos trabalhadores e povos que sofrem no seu dia a dia as consequências das políticas e medidas crescentemente anti-laborais, anti-sociais e anti-populares desenvolvidas pelas estruturas dirigentes da União Europeia e por uma grande parte dos governos que a constituem. Não é aceitável que se atribua este galardão ressaltando “a luta pela paz e reconciliação, pela democracia e pelos direitos humanos”, ao mesmo tempo que se omite a profunda deriva de uma U.E. crescentemente neoliberal e orientada por princípios e práticas que lesam os interesses dos trabalhadores e dos povos, sobretudo dos países economicamente mais débeis.»
«Trata-se de uma inaceitável decisão, tão mais hipócrita quanto a União Europeia, pilar europeu da NATO, assume nestes dias um destacado papel nas operações de ingerência, chantagem e agressão militar na região do Médio Oriente, nomeadamente com as ameaças de agressão à Síria e a outros países soberanos da região. Simultaneamente constitui uma operação de branqueamento da história da União Europeia - marcada pela sua militarização e pela sua participação em algumas das principais guerras de agressão imperialista nos últimos 20 anos – e um vergonhoso atentado à memória dos milhões de seres humanos que deram a vida para libertar a Europa da guerra e do jugo do nazi-fascismo.»
O PCP condena a posição assumida pelo governo português face aos acontecimentos na Síria e apela aos trabalhadores e ao povo português, e aos movimentos unitários pela paz e pela defesa dos direitos nacionais dos povos, que se mobilizem em defesa da resolução pacífica dos conflitos, contra a guerra, pela paz e a cooperação entre os povos.
Portugal está obrigado pela sua Constituição a bater-se pelos valores da paz e do respeito pela soberania dos povos e pelo direito internacional. Mas o que o actual governo está a fazer é precisamente o contrário, com a sua intolerável subserviência e sujeição aos criminosos interesses económicos e políticos que hoje comandam a ofensiva contra a Síria.