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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

Equador: Bicentenário primeira independência e tomada de posse de Rafael Correa

adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge

                                                                   

Novas bases militares dos EUA na Colômbia

Soberanía militar

    Isto tudo está muito bem explicadinho aqui Colombia bases USA pelo Ministro da Defesa, general Freddy Padilla de León.

«Fue justamente Padilla quien manifestó que en los próximos meses, militares estadounidenses y contratistas del Pentágono que están en Manta, Ecuador, ocuparían un lugar en las instalaciones de las bases de Malambo, Atlántico; Palanquero, Cundinamarca; y Apiay en el Meta, aunque también se tendrán en cuenta las bases militar es de Tolemaida y Larandia, e inclusive la bahía Málaga en el Pacífico».

Resumindo, tomem lá 3-bases-3 que, na realidade até são mais!

     Frases do general Freddy Padilla de León que bem mostram a «bondade» da cedência das bases militares: 

  • «Estados Unidos no tendrá áreas o instalaciones para su uso exclusivo (...), no pagarán por un alquiler porque no les estamos cediendo nuestro territorio, se colaborará sin ningún tipo de contraprestación económica, sino para incrementar nuestra capacidad».
  • «Sólo si otro país nos solicita nuestro apoyo, con base en nuestra experiencia, habiendo aclimatado esas instalaciones, será más fácil transferirlas, como podría ser el caso de México».
  • «no autoriza al Gobierno de Estados Unidos para el uso de la fuerza en territorio colombiano. Tampoco lo autoriza para que proyecte desde Colombia fuerza de ataque hacia otro lugar».

Que coerência! Que honestidade! Que generosidade!

Para Ler:

adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge

                                                                     

O que é a TeleSUR?

     «TeleSUR (La Nueva Televisora del Sur) es una cadena de televisión pan-Latinoamericana que transmite en señal abierta y por satélite con sede en Caracas, Venezuela. Telesur fue impulsada con la misión de ser un instrumento hacia la "consolidación del ideal bolivariano" a través de la integración de América Latina y como contrapeso a lo que los gobiernos que la auspician consideran una "visión distorsionada de la realidad de América Latina por las televisoras foráneas que transmiten a la región", tales como la CNN, Univisión, la BBC, TVE y Deutsche Welle».

«La Nueva Televisora del Sur, C.A. es, de acuerdo a su sitio de Internet una compañía pública que tiene gobiernos latinoamericanos como sus auspiciadores. Sus auspiciadores son los gobiernos de Argentina, Bolivia, Cuba, Ecuador, Nicaragua y Venezuela. La agenda noticiosa de la cadena es determinada por su Consejo de Administración, con la ayuda de un consejo consultivo formado por varios intelectuales latinoamericanos e internacionales de prestigio como el Premio Nobel Adolfo Pérez Esquivel, el poeta nicaragüense Ernesto Cardenal, los escritores Eduardo Galeano, Tariq Ali, Saul Landau, el redactor jefe de Le Monde diplomatique e historiador Ignacio Ramonet, el productor de cine argentino Tristán Bauer, el programador y pionero del software libre Richard Stallman y el actor y activista norteamericano Danny Glover. La cadena no difunde ningún tipo de publicidad comercial».

(sublinhados meus)

Também:

adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge

                                                                   

Zelaya impedido de aterrar e um insulto a Obama do «MNE» das Honduras

Tropas dispararon contra pueblo en aeropuerto, mataron a 2 y colocaron vehículos y obstáculos en la pista / Zelaya afirmó que responsabilidad de lo sucedido recae sobre grandes potencias, especialmente EEUU / Régimen de facto adelanta Toque de Queda desde las 6:30 pm / Plan B se inició desde El Salvador con la OEA y la ONU.

Enrique Ortez, la autoridad puesta de manera de facto en el alto cargo por Micheletti, dijo que el presidente Obama no conoce Tegucigalpa / Indicó que lo respeta pero es un "negrito" que no sabe lo que está pasando en Honduras / Dijo que ese gobierno "ya no es defensor de la democracia", como reacción al desconocimiento que hizo el mandatario estaodounidense.   

                                                                   

adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge

                                                                   

Notícias AQUI

                     

Milhares de pessoas aguardam Zelaya no aeroporto de Tegucigalpa

Miguel D`Escotto, presidente de la Asamblea General de la ONU, y otros representantes internacionales viajan en un avión con Zelaya directamente a Tegucigalpa / Una segunda aeronave, que transporta a presidentes de Argentina, Ecuador, Paraguay, así como otras personalidades, llegarán a El Salvador.

 

adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge

                                                                   

Rafael Correa foi reeleito presidente do Equador logo na primeira volta

Rafael Correa, izquierda, celebra con su compañero de candidatura Lenin Moreno los primeros sondeos

El actual presidente de Ecuador renovará su mandato después de ganar las elecciones con algo más del 50% de los votos. Rafael Correa ha obtenido una mayoría de 61 escaños de los 124 con lo que cuenta la Asamblea Nacional. Correa ha agradecido el apoyo de los ecuatorianos por respaldar lo que ha llamado "su proyecto de revolución ciudadana" para atender a los más pobres. En España, viven casi 500.000 ecuatorianos. Más de 100.000 han ido a las urnas y, también aquí, han apoyado en su mayoría al candidato socialista.

Vídeos:

Notícias: 

adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge

                                                                 

O PCP, as FARC, a Colômbia e a América Latina

    O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) afirmou que a sua força política rejeita «qualquer criminalização da resistência» e que não aprova os «métodos» utilizados pelas Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (FARC).

Em declarações aos jornalistas no final de um encontro, em Lisboa, com Renato Rabelo, seu homólogo do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Jerónimo de Sousa sustentou, porém, que, criticar os métodos das FARC não implica a «glorificação do regime proto-fascista» do Presidente colombiano, Alvaro Uribe.

«Em relação às FARC, optámos por um voto muito silenciado na Assembleia da República, mas combatemos toda e qualquer ideia da criminalização da resistência. Já é conhecido que nos demarcamos dos seus métodos e não temos nenhum preconceito em assumir claramente que não os subscrevemos. Rejeitamo-los», afirmou o líder comunista português.

«Mas isto não significa a glorificação de um regime proto-fascista, como é o caso do de Uribe. Não se pode esquecer também que é um regime que assassinou sindicalistas e candidatos a eleições sem que nunca se tenha levantado uma voz a denunciar essa situação», sustentou.

Questionado pela Agência Lusa sobre se ainda há espaço para movimentos revolucionários e se o comunismo está em expansão na América Latina, Jerónimo de Sousa foi evasivo.

«Não esperará, por certo, uma resposta desenvolvida. Em termos de síntese, aquilo que dizemos em relação ao caso particular da Colômbia é que sempre reconhecemos a cada povo o direito de decidir o seu próprio destino, de procurar no processo de justiça social, de justiça e de soberania que sejam eles próprios a construir esse caminho», respondeu.

«Mas propomos aquilo que consideramos justo: que exista paz na Colômbia, através de uma solução negociada e pacífica para o conflito, e que sejam encontradas soluções políticas que tenham no centro uma Colômbia democrática, de progresso e soberana», acrescentou.

Por isso, frisou, o que se passa actualmente em vários países da América Latina não pode ser apenas focalizado no caso da Colômbia.

«Há um processo em desenvolvimento, há realidades que merecem ser observadas e analisadas com rigor. Nota-se a existência de uma grande afirmação de soberania de muitos povos, como no Brasil, Venezuela, Equador, Uruguai e Bolívia», realçou.

Questionado se esses regimes poderão tornar-se, à luz do actual estado do mundo, ditaduras ou democracias musculadas, Jerónimo de Sousa lembrou que todos eles resultaram de eleições livres e democráticas.

"Democracias musculadas são classificações que eu rejeito. São muito superficiais e subjectivas. São processos que, resultante de eleições, levaram à constituição desse poder. Quanto aos seus desenvolvimentos, existem sempre incertezas", defendeu.

"Por isso é que considero que a América Latina é um laboratório social a pulsar, com desenvolvimentos positivos, pois estão a caminhar para um maior justiça, maior desenvolvimento, democracia e soberania", justificou Jerónimo de Sousa.

Sobre o encontro com Renato Rabelo, o líder dos comunistas portugueses sublinhou tratar-se de uma reunião que visa sobretudo reforçar a cooperação bilateral, acentuando a convergência de pontos de vista.

"Num quadro de reforço da cooperação bilateral, comungamos as preocupações e pontos de vista em relação à situação internacional e em relação à América Latina", ressalvou, insistindo na ideia de "laboratório social".

"Vejamos o caso do Brasil. Não é um país, mas sim um continente, com as suas contradições, as suas potencialidades. Queremos que a visita tenha um resultado estimulante", acrescentou.

Nesse sentido, foram debatidas questões como as políticas alternativas, na acção e organização de massas, nos problemas da juventude e das mulheres, "tendo em conta o actual momento de grande dificuldade para os partidos comunistas".

Por seu lado, Renato Rabelo, cujo partido faz parte da coligação do Governo Lula, lembrou aos jornalistas que ambos os partidos "têm os mesmos ideais e princípios", embora cada um deles tenha a sua política própria.

"A importância das relações de amizade e cooperação são muito valorizadas por nós. De concreto desta reunião saiu a diversificação dessa cooperação. Propusemos que devemos fazer isso em todos os terrenos políticos, na organização dos partidos e aos níveis sindical e de trabalho popular", referiu o líder dos comunistas brasileiros.

"São questões como essas que interessam aos dois partidos e aos dois povos. Trabalho sindical, com a juventude, com as mulheres, diversificação. Temos muita experiência a este nível", acentuou.

                       

In "Lusa"

                                                                     

O Brasil está numa encruzilhada e terá de escolher o caminho

   No laboratório político que é a América Latina, com todas as suas contradições e complexidades, o Brasil está hoje numa encruzilhada e vai ter de decidir qual o caminho por onde quer seguir. Quem o afirma é Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP, que recentemente visitou aquele país. Os importantes progressos sociais registados no segundo mandato do governo Lula, em que participa o PCdoB, não iludem a questão de fundo com que se debatem as forças políticas progressistas brasileiras: sem pôr em causa o sistema capitalista não há solução para os problemas a que têm de fazer face.

Acabas de regressar de uma viagem ao Brasil a convite do Partido Comunista do Brasil (PCdoB); recebeste recentemente o Secretário-geral da Fretilin, Mário Alkatiri; foste à África do Sul e a Angola. A que se deve este intensificar da actividade internacional do Secretário-geral do PCP?
Esta actividade deve-se às relações bilaterais e multilaterais muito vastas do Partido Comunista Português no plano internacional. Pelo seu papel, pelas suas análises, pela sua acção o PCP é um partido respeitado e de referência para muitos partidos comunistas e também para outros partidos progressistas e forças de esquerda. Por outro lado, esta actividade visa permitir que o nosso Partido tenha conhecimento de realidades muito diversas, de processos de grande complexidade e diversidade de modo a fazer uma avaliação do mundo em que vivemos, da actual correlação de forças, de modo a validar aquela tese congressual de que ao mundo e aos povos se colocam hoje grandes perigos e ameaças, mas simultaneamente grandes potencialidades no desenvolvimento progressista do nosso planeta. É assim que, com esforço da nossa parte, procuramos corresponder aos convites e iniciativas em que somos solicitados a participar.
O programa da tua visita ao Brasil foi particularmente intenso. Que balanço fazes dessa iniciativa?
O balanço, ainda que provisório, pode sintetizar-se em três aspectos. Em primeiro lugar, esta foi uma visita que permitiu o aprofundamento das relações com o PCdoB; em segundo lugar, possibilitou um melhor conhecimento da realidade brasileira e de todo o processo que está em desenvolvimento; em terceiro lugar, deu-nos possibilidade de expor as posições do nosso Partido em relação a questões como o desenvolvimento do processo da União Europeia, o nosso ponto de vista sobre a problemática da alternativa política e a política alternativa, e a avaliação no sentido em que vai o mundo, designadamente a evolução na América Latina, que é hoje um grande laboratório.
Durante esta visita tivemos uma grande diversidade de contactos, quer a nível partidário quer institucional, incluindo a Presidência da República, a Câmara dos Deputados, o Senado, bem como com as forças que sustentam o governo de Lula. Tivemos também oportunidade de nos encontrarmos com Oscar Niemeyer. Valorizamos muito esse o encontro, muito fraterno, muito solidário, que nos impressionou pela capacidade desse homem, desse comunista, que com 100 anos de idade mantém uma visão internacionalista muito interessante, para além de uma grande admiração pelo PCP face ao seu papel e coesão.
A participação do PCdoB no governo, a exemplo do que sucede ou sucedeu com outros partidos comunistas noutros países, está longe de ser pacífica. Como é que um partido que advoga a liquidação do sistema capitalista pode participar num governo que, apesar de algumas preocupações sociais, contribui objectivamente para perpetuar e mesmo branquear esse sistema?
Creio que neste segundo mandato do governo de Lula tem havido evoluções que, sem retirar ou eliminar as contradições que colocas, necessitam de uma avaliação mais rigorosa. Obviamente que para o PCdoB, um partido que pela sua identidade, pela sua natureza, pelo seu próprio projecto de transformação social, não é fácil participar como força apoiante do governo de Lula, tanto no plano institucional como pela participação ministerial. Durante as conversações ao mais alto nível com o Secretário-geral e uma importante delegação do PCdoB, constatámos que o partido não abdica de uma intervenção no plano de massas e da luta de massas, de uma concepção revolucionária, simultaneamente com a sua participação institucional. Sentimos que não é fácil articular tudo isto, mas no entendimento da realidade brasileira em relação ao governo de Lula, particularmente neste segundo mandato, mais do que a avaliação do seu posicionamento ideológico há um elemento que pesa bastante, que é aquilo que ele representa em termos de valores, de justiça social. A este aspecto junta-se um outro elemento, que é uma concepção de defesa da soberania nacional, muito ligada à solidariedade com outros povos da América Latina.
É bom ter presente, por exemplo, que o Brasil é hoje o primeiro parceiro de Cuba, não numa vertente assistencialista mas através do envio de tecnologia muito avançada, da disponibilização de instrumentos virados para o desenvolvimento de Cuba, a par de uma exigência de não interferência dos EUA em relação à soberania brasileira.
Temos igualmente de ter presente que estamos a falar de um continente, em que o processo de combate à pobreza e à exclusão social, com um poderoso investimento público, visando integrar na sociedade centenas de milhares de brasileiros que viviam numa situação extrema de pobreza, tem um grande impacto.
Não é de subestimar também o aumento significativo do emprego e, ao mesmo tempo – os números foram avançados na altura em que lá estivemos – do crescimento económico em 5,8 por cento, o que já não sucedia há décadas.
     Sem subestimar de modo algum o impacto dessas medidas, quer no imediato quer em termos de futuro, continuo no entanto a questionar-me qual o seu real alcance em termos de evolução social quando em cima da mesa não está a questão do controlo dos meios de produção, a redistribuição da riqueza. Sabemos que o Brasil é um dos países do mundo com maiores desigualdades sociais. A pergunta é se essas medidas, por maior impacto que tenham, não são paliativos para a manutenção do sistema que é o gerador dessas mesmas desigualdades.
Para essa pergunta, de grande profundidade e complexidade, não há uma resposta rigorosa nem meramente conjuntural. Nós próprios fizemos notar essa contradição, durante as conversações que mantivemos. Quem detém os principais meios de produção? Quem determina a política económica do país?
Um outro elemento de grande complexidade tem a ver com o carácter heterogéneo, no plano ideológico, das forças que apoiam o próprio governo. Creio que neste momento se poderia dizer que o Brasil e o governo se aproximam de uma encruzilhada em que vão ter de optar pelo caminho a seguir.
Notámos, durante a visita, que existe um esforço muito grande por parte do governo brasileiro para incentivar a produção nacional e o aparelho produtivo nacional. Sem se livrar das pressões das multinacionais, que naturalmente existem, o governo está a fazer um esforço claro na valorização do capital brasileiro, do desenvolvimento do aparelho produtivo, o que obviamente não invalida a questão central que colocas: quem detém o poder económico?
Aliás, há um outro elemento que nos impressionou muito, que é o papel da comunicação social dominante no Brasil. Os grandes grupos económicos e algumas seitas religiosas mandam nos média; não há televisão, nem rádios, nem jornais públicos. Estão todos nas mãos do capital privado e manifestam no plano político, no plano ideológico, no plano social uma hostilidade tremenda em relação ao governo e às suas medidas. Não é um obstáculo pequeno, tendo em conta as próprias contradições da sociedade brasileira. As notícias estão centradas em dizer mal do governo e de Lula, em falar da corrupção, da violência e da criminalidade. O PCdoB quase não tem voz na comunicação social.
Por isso é de admirar muito que Lula, pelo que representa, insisto, tenha neste quadro o apoio da larga maioria do povo brasileiro.
Em síntese, há uma questão por resolver. Existe um capital de esperança, partindo daqueles níveis que referi: situações de desigualdades muito grandes, uma sociedade muito violenta em termos de criminalidade e de insegurança, um poder económico muito concentrado nas mãos dos poderosos nacionais e multinacionais. A questão está em saber qual vai ser o desfecho desta situação.
É interessante referir que o próprio Niemeyer, no nosso encontro, tenha sublinhado que Lula, neste segundo mandato, está a ter uma evolução no sentido do progresso, da democracia e da soberania, e de solidariedade com os países da América Latina que convém acompanhar.
Portanto, não tendo resposta para a questão, em termos de desfecho, sentimos, pelo que pudemos observar, é que há uma evolução progressista mas num processo que não se esgota até ao final do actual mandato presidencial.
Não é estranho que o governo Lula, estando no segundo mandato, não tenha ainda tomado medidas de fundo em diversos sectores, como a criação de um sector público da comunicação social, ou de ter concretizado o que foi uma das suas mais fortes promessas, a distribuição da terra? É a correlação de forças que não o permite? É a falta de um movimento político organizado que dê sustentação ao governo?
Muito do que se passa, as medidas ou a falta delas, terá certamente a ver com a correlação de forças. O PT, o partido de Lula, tem apenas 17 por cento dos votos; há uma dispersão muito grande do eleitorado, com a agravante de que isto se verifica num quadro de desvalorização do papel dos partidos políticos. Às eleições concorrem pessoas, personalidades, não listas fechadas apoiadas pelos partidos. Tirando o PT, e mesmo este com muitas tendências, a força mais aglutinada é o PCdoB, que procura neste mar de contradições uma afirmação partidária, uma convergência e coesão dos seus eleitos. Como se compreende, neste contexto torna-se ainda mais difícil levar a cabo as medidas de fundo que, num sentido progressista, seriam desejáveis. Nesse sentido, quando falo numa encruzilhada, é porque considero que o processo tem de ter uma evolução.
Há quem afirme que os partidos comunistas não têm uma doutrina para a fase de transição do sistema capitalista para o sistema socialista. Tomando como exemplo o que se passa no Brasil, achas que este é um problema que se coloca aos partidos comunistas?
Creio que a questão da transição, ou das etapas, é uma questão central que leva a uma grande discussão no seio do próprio PCdoB. Nas duas conferências que fiz com militantes do partido, em S. Paulo e no Rio de Janeiro, um dos aspectos mais relevantes foi justamente a questão da política alternativa e da alternativa política. Há uma grande vontade em saber como é que o PCP se posiciona em relação a este aspecto, que envolve naturalmente os aspectos da transição. Creio que o PCdoB está muito empenhado na procura de soluções. É um partido que luta pelo socialismo, que considera que são necessárias etapas onde os trabalhadores tenham um papel determinante. Por exemplo, os comunistas do PCdoB e outros democratas que estão no movimento sindical romperam com a CUT e formaram uma nova central sindical de classe, que está a crescer e tem já um peso significativo, demonstrando assim que não se ficam pelas «inevitabilidades», antes dando com esta decisão importantíssima uma prova da sua autonomia e do seu objectivo de transformação social.
     E muito provavelmente um destes dias estão a tomar posição contra medidas do governo em que se integram ministros do PCdoB...
Pode ser. O PCdoB não tem uma posição acrítica em relação às medidas que o governo de Lula toma. Está naturalmente numa posição de grande responsabilidade e de grande honestidade no governo, percebendo que é importante que este processo de democratização e de evolução social positiva, de afirmação da soberania, não só se mantenha como se aprofunde. Nesse sentido, há uma relação do PCdoB com o PT de grande seriedade mas sem perda da sua autonomia.
E não corre o risco de ficar refém do facto de estar no governo?
Nos encontros que tivemos, e designadamente nas conversações ao mais alto nível, os camaradas do PCdoB manifestaram uma clara vontade de preservar a sua autonomia, ao mesmo tempo que se empenham seriamente para que a evolução dos elementos positivos se aprofunde, ao contrário do PCB (Partido Comunista Brasileiro), com quem também nos encontrámos. Considera o PCB que não há espaço para períodos de transição, para os «etapismos», como dizem, e que estão a amadurecer as condições para a revolução socialista no Brasil, o que contraria a visão dialéctica que temos da transformação social para o nosso País e das etapas para uma democracia avançada.
A situação política existente no Brasil, à semelhança do que sucede noutros países da América Latina, como os casos da Venezuela, Equador, Bolívia, coloca novos desafios aos partidos comunistas. Como achas que vai ser a evolução política na região?
Eu diria que a América Latina é actualmente um gigantesco laboratório de experiências e evoluções sociais, políticas e ideológicas, que neste momento não têm ainda uma orientação definida. Sem dúvida que é de progresso; não é por acaso que assistimos à crescente preocupação do imperialismo com o que se passa na região. Não é de somenos para os EUA que o Brasil seja hoje um parceiro fraterno de Cuba...
...Mas entretanto os EUA entendem-se com o Brasil por causa da questão do etanol...
Sim, mas de qualquer forma é marcante o relacionamento com Cuba, bem como a existência de alguma articulação com outros países, como os que referiste, para encontrar resposta para as políticas económicas e até de articulação noutras áreas. Depois, coloca-se a questão de saber até onde se aprofundam as medidas de justiça social e de progresso nesses mesmos países. Por exemplo, no Brasil, durante a nossa estadia, foi afirmado que vão avançar com a lei fixando a jornada de trabalho, o que constitui um avanço histórico. Outro aspecto significativo é a paralisação do processo de privatizações. Convém também avaliar o posicionamento dos partidos da social-democracia, relativamente ao que sucede na Europa.
Em que sentido?
Em termos de uma visão de justiça social, por exemplo. Estamos a lidar aqui com uma social-democracia que se tem demarcado do neoliberalismo, ao contrário do que sucedeu na Europa.
A sensação que se tem, quando se olha para qualquer destes processos, é que estão todos ainda muito dependentes de personalidades. Onde estão as forças políticas que é suposto serem o suporte das transformações sociais?
Em relação a isso, bem poderemos reafirmar o que foi tese do nosso XVII Congresso: tendo em conta a evolução do mundo e a sua crescente complexidade, os partidos comunistas são mais necessários do que nunca. Independentemente da avaliação que possamos fazer da actuação própria do indivíduo, do democrata mais ou menos progressista, mais ou menos revolucionário, mesmo na situação da América Latina, que com todas as suas contradições precisa de uma avaliação mais cuidada e rigorosa, o sentimento que temos é que são indispensáveis fortes partidos comunistas para fazer face aos desafios que se colocam.   

                                

In jornal "Avante!" - Edição de 26 de Junho de 2008

                                        

Rafael Correa, presidente do Equador

    Rafael Correa presidente de Ecuador, entrevistado en el 40 aniversario del asesinato de Ernesto Che Guevara:

 

 

                 
Arribo, honores de rigor y palabras iniciales del Presidente de Ecuador Rafael Correa Delgado, a su llegada a Santiago de Chile para participar de la Cumbre Iberoamericana de Jefes de Estado y de Gobierno, en Chile. Nov 8 de 2007:
 
                   
                                        
Discurso del Presidente Rafael Correa durante el plenario de la cumbre Iberoamericana de jefes de Estado realizada en Santiago de Chile. Noviembre de 2007:
 
            

Colômbia: a 6 de Março manifestaram-se para honrar as memórias das vítimas

    Os colombianos manifestaram-se massivamente no passado dia 6 de Março, em Bogotá, para prestar homenagem às vítimas dos paramilitares e da forças públicas, numa demonstração da unidade a favor da paz e de uma saída política para o conflito armado interno.

Durante mais de cinco horas centenas de milhares de pessoas, previamente concentradas em 12 pontos, marcharam nesta capital percorrendo a Carrera Séptima, transportando as  fotos das dezenas de milhares de vítimas do conflito armado.

                      

  • Marchas en el mundo condenan el paramilitarismo y el guerrerismo de Uribe - VÍDEO e FOTOGRAFIAS
     
E o que têm a dizer o Tiago Barbosa Ribeiro ("El Niño colombiano") e todos os que por altura da Festa do «Avante!» de 2007 estiveram a seu lado nas  invencionices a isto e a tudo o que sobre a Colômbia se tem sido escrito neste blog?
                   
E a estas declarações de Lorenzo Delloye, filho de Ingrid Betancourt: Hijo de Ingrid: "Uribe se está burlando de las vidas de los secuestrados"
                            
E a comunicação social dominante seja ela escrita, falada ou vista? Népias? Niente? Rien de rien? Nada?
                                

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