Tibete: Notas sobre o «tecto do mundo»
Texto Hugo Janeiro No último mês e meio, o Tibete saltou para as primeiras páginas dos jornais e revistas, abriu telejornais e alimentou horas de conversa manhosa por parte de comentadores e especialistas.
O desenrolar da meada em torno da contestação ao Jogos Olímpicos de Pequim torna claro que o objectivo é nutrir a campanha anti-China perfilada nos centros de decisão transatlânticos. O Tibete, o Dalai Lama e a sua «causa» são meros instrumentos.
Para o grande capital, o que realmente está em causa é o domínio geopolítico de uma parcela de 1 milhão e 200 mil quilómetros quadrados, onde nascem os mais importantes rios da Ásia: o Amarelo e o Azul, em direcção à China, o Mekong, cujo delta se situa no Vietname, o Indo e o Ganges, os maiores da Índia; cujos recursos hídricos oferecem um potencial energético precioso e o subsolo tem ferro, ouro, chumbo, cobre, urânio, crómio e prata.
Em fase imperialista, a natureza predadora do capitalismo exige que uma oitava parte do território chinês passe a ser um seu protectorado, repetindo o cenário do século XIX quando a China dilacerada pelas Guerras do Ópio se transformou numa semi-colónia aberta às rotas do tráfico de droga.
A orientação é retomar a venda de armas aos secessionistas de Taiwan, promover o Dalai Lama e a mistificação religiosa, dos «direitos humanos» e da independência do Tibete.
Tanto faz se desde o século XIII nunca nenhuma nação reconheceu o Tibete como um território independente; se a China é um país com cerca de 4 mil anos de história contínua integrando hoje 56 nacionalidades reconhecidas constitucionalmente.
Tudo o que importa a Bush, Sarkozy, Durão ou Brown é que a China cresce e agiganta-se, assumindo-se soberana e capaz de traçar autonomamente o seu destino frente à hegemonia mundial da UE e dos EUA.
Nas páginas seguintes denunciamos a duplicidade do Dalai Lama e os interesses da camarilha que o acompanha, hoje como ontem. Lembramos as relações sociais no Tibete antes da reunificação com a China e as tentativas da CIA para o impedir. Olhamos dum ponto de vista crítico os acontecimentos do passado dia 10 de Março na capital tibetana, Lhasa.
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