7 de Novembro (25 de Outubro segundo o calendário juliano) de 1917
Revolução Socialista de Outubro de 1917
(publicado neste blog)
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Revolução Socialista de Outubro de 1917
(publicado neste blog)
Porém, o problema não reside nem nas qualidades pessoais de Gorbatchov, nem no seu acto de traição.
A este propósito é pertinente recordar as palavras de Friedrich Engels: «Quando se inquire das causas dos sucessos contra-revolucionários, é-se confrontado de todos os lados com a resposta de que foi o senhor Este ou o cidadão Aquele que "traiu" o povo. Resposta esta que pode ser muito verdadeira ou não, consoante as circunstâncias, mas que em circunstância alguma explica o que quer que seja — nem mesmo mostra como é que veio a acontecer que o "povo" consentisse, desse modo, em ser traído. E quão poucas hipóteses tem um partido político cujos inteiros recursos consistam num conhecimento do facto solitário de que o cidadão Tal ou Tal não é digno de confiança!»[1]
Que Gorbatchov traiu o socialismo, isso é claro para todos. É um tal lugar-comum que nem temos vontade de o repetir. Será mais interessante mostrar que os pressupostos teórico-ideológicos, nos quais a direcção de Gorbatchov se apoiou para liquidar o socialismo na URSS, continuam a existir no movimento de esquerda pós-soviético, o qual, na sua grande parte, à semelhança de Bourbon, «não aprendeu nada, nem esqueceu nada».[2]
[1] Friedrich Engels, Revolução e Contra-Revolução na Alemanha, Marx e Engels, Obras Escolhidas em três tomos, Ed. Avante! – Progresso, Lisboa – Moscovo, 1982, t. 1, p. 311. (N. Ed.)
[2] Da expressão francesa «Ils n 'ont rien appris, ni rien oublié», geralmente atribuída Charles-Maurice de Talleyrand (ministro de Napoleão e depois da monarquia da Casa de Bourbon), que teria dito esta frase referindo-se à nobreza emigrante que regressava a França após a queda de Napoleão em 1814. (N. Ed.)
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Lénine, na clássica investigação sobre este tema destaca os seguintes traços da fase imperialista do desenvolvimento capitalista:
«O imperialismo é o capitalismo na fase de desenvolvimento em que ganhou corpo a dominação dos monopólios e do capital financeiro, adquiriu marcada importância a exportação de capitais, começou a partilha do mundo pelos trusts internacionais e terminou a partilha de todo o território da Terra entre os países capitalistas mais importantes.»[1]
O entendimento da metafísica apresenta o problema como se estes traços do imperialismo tivessem uma importância igual e a ausência de um deles significasse a ausência do próprio imperialismo. (Mais ou menos como na definição de Platão, segundo a qual, aparentemente, um homem com uma só perna já não seria um homem).
No entanto, a ausência patente do quinto traço do imperialismo destacado por Lénine (após a falência do sistema colonial na segunda metade do século XX) não conduziu de longe ao desaparecimento do imperialismo. Pelo contrário, os demais traços tornaram-se ainda mais fortes: a concentração do capital atingiu um tal grau que as corporações transnacionais se tornaram a força dominante da vida económica do planeta, etc. Na realidade, os traços destacados por Lénine não são de todo «iguais em direitos». Há um traço essencial do imperialismo em relação ao qual todos os restantes são secundários.
A concentração da produção e os monopólios são o traço essencial do imperialismo.
Todos os restantes são uma decorrência deste, são consequências desta alteração fundamental na estrutura da produção capitalista. Assim, é precisamente o carácter monopolista do capitalismo que conduz à fusão do capital bancário com o capital industrial. São precisamente os lucros monopolistas que geram o capital excedentário, que é escoado através da exportação de capitais. São precisamente os monopólios que se unem em associações para a partilha do mundo e submissão dos países menos desenvolvidos. É precisamente o monopólio que constitui o traço marcante da fase descendente do desenvolvimento do modo de produção capitalista e dos fenómenos que Lénine designou de parasitismo e decomposição.
[1] V.I. Lénine, O Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo (Junho 1916), Obras Escolhidas em seis tomos, Ed. Avante! – Progresso, Lisboa – Moscovo, 1984, t. 2, pp. 367-368. (N. Ed.)
A batalha de Moscovo ficou na história da Segunda Guerra Mundial como uma das maiores e mais sangrentas.
Os combates ocorreram num território equivalente, em área, à Inglaterra, Irlanda, Islândia, Bélgica e Holanda somadas.
Hitler, depois dos primeiros êxitos do exército alemão, exigiu «tomar Moscovo em 15 de Agosto e terminar a guerra com a URSS a 1 de Outubro».
A resistência soviética surpreendeu os alemães; a Operação Tufão, nome de código para a tomada da capital soviética, só começou em 30 de Setembro.
O que os nazis previam ser uma marcha triunfal transformou-se num pesadelo.
Dos mais de sete milhões de soldados de ambos os lados que participaram nos combates, mais de um milhão e meio ficou no campo de batalha.
Moscovo não caiu e a vitória da URSS nesta batalha foi o momento de viragem na guerra.
Em 12 de Junho de 1990, dia que hoje está inscrito no calendário como uma data histórica, você era um político activo, estava quase a tornar-se ministro da Imprensa da RSFSR [foi nomeado para este cargo passado um mês (Nota da Redacção – N.R.)]. Mas temos dois 12 de Junho na nossa história recente: um é o dia da aprovação da declaração sobre a independência e o outro, no ano seguinte, o dia da eleição de Éltsine como presidente. São dois elos ligados entre si, dois anéis de serpente, que se cerraram em torno da União Soviética agonizante. Celebra hoje esta data? Este é para si um dia luminoso ou uma data negra do calendário?
Para mim, naturalmente, é um dia negro do calendário. O segundo 12 de Junho decorre do primeiro: a eleição de Borís Éltsine decorre da declaração da independência da RSFSR. Posso afirmar-lhe que a declaração da independência não foi de todo uma decisão política espontânea, mas o resultado de um plano longamente amadurecido, uma vez que o projecto desse documento foi esboçado ainda em 1974 no Instituto IIASA.
Entrevista com Mikhail Poltaránine
Em 2017 assinalam-se 100 anos sobre a Revolução Socialista de Outubro de 1917.
Depois de milénios de sociedades em que os sistemas socioeconómicos se basearam na exploração do homem pelo homem, a Revolução de Outubro iniciou uma nova época na história da humanidade, a época da passagem do capitalismo ao socialismo, sendo a primeira revolução que, concretizando profundas transformações democráticas nos domínios político, económico, social e cultural, assegurando a justiça e o progresso social e respondendo aos anseios dos trabalhadores e dos povos, empreendeu a construção de uma sociedade sem exploradores nem explorados.
No tempo em que vivemos, no seguimento da evolução no século XX, 100 anos após a Revolução de Outubro, quando o sistema capitalista, com a sua natureza exploradora, opressora, agressiva e predadora, com as consequências trágicas que comporta, é atravessado pelo agravamento da sua crise estrutural, torna-se ainda mais evidente que o capitalismo é responsável pelos crescentes problemas e perigos que a humanidade enfrenta. A realidade do mundo de hoje comprova a importância e alcance dos objectivos da Revolução de Outubro e afirma o socialismo como exigência da actualidade e do futuro.
E importa extrair as lições que tudo isto encerra. Lições que são de tremenda actualidade.
«O alegado «genocídio» e «limpeza étnica» de que a Jugoslávia e Milosevic foram acusados são como as «armas de destruição em massa de Saddam Hussein»: uma fabricação monstruosa.
(...)
Há mais duma década que se reconhecia não haver bases plausíveis para condenar Milosevic.
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A 8 de Março de 2006 Milosevic escreveu uma carta oficial ao Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, afirmando desconfiar que, em vez de estar a ser tratado dos seus problemas cardíacos, estaria a ser envenenado. Três dias depois, Milosevic morre na sua cela da prisão NATO-ICTY. As legítimas suspeitas de assassinato reforçam-se se pensarmos no destino de outros alvos das potências imperialistas, como Saddam Hussein ou Muamar Qadafi.
A propaganda de guerra tinha de ser implacável e aterrorizadora porque a dimensão do crime que estava a ser praticado era enorme. A guerra de agressão à Jugoslávia foi a primeira guerra na Europa após 1945. Foi a primeira guerra aberta desencadeada pela NATO e uma violação aberta do Direito Internacional. Mas foi sobretudo a afirmação por parte das potências imperialistas de que a nova correlação de forças resultante da desintegração da URSS e das vitórias contra-revolucionárias no Leste da Europa lhes permitia libertarem-se das amarras que a derrota do nazi-fascismo havia imposto em 1945. A Carta da ONU era coisa do passado. A partir de agora vigorava a lei do mais forte. E o mais forte era o imperialismo norte-americano. Era essa a essência do novo conceito estratégico da NATO, aprovado em plena agressão à Jugoslávia (Cimeira de Washington, 23-24 Abril 1999), que descartou a máscara de organização defensiva, proclamando o «direito» de intervir em qualquer parte do planeta.
(...)
Teria sido difícil à NATO desencadear os bombardeamentos sobre Belgrado sem a legitimação escandalosa por parte de forças políticas que se auto-proclamam de «esquerda» ou «progressistas».
(...)
Mas os acordos que o imperialismo norte-americano assina não valem sequer o preço da resma de papel em que são impressos.
(...)
Importa lembrar estes factos. Não estamos só a falar do passado. Estamos a falar do presente. Estamos a falar das campanhas de demonização de Assad, Putin ou Kim Jong-Un. A crise do sistema capitalista está prestes a conhecer uma nova explosão. Não há paliativos que consigam esconder que o sistema financeiro está totalmente quebrado. A tentação do sistema responder pela via da guerra é um perigo enorme. É esta a natureza do imperialismo. Trocar oportunisticamente a identificação da verdadeira essência do imperialismo por fáceis mentiras ou ilusões mediáticas significa desarmar os povos e fazer o jogo dos verdadeiros senhores da guerra e do genocídio.»
Doutorada em Ciências Filosóficas
A propósito desta notícia, e de quem a publica, recorde-se que a BBC, tida como órgão de referência, deu como provado a existência do golpe. A notícia espalhou-se por todo o planeta, contribuindo para a neutralização do protesto de amplos sectores da opinião pública mundial. Um milhão de mortos depois a BBC veio reconhecer que tinha sido manipulada. Apresentou desculpas. Mas os homens, mulheres e crianças, vítimas mortais da repressão, já não podiam receber esse acto de contrição.
«Há meio século consumou-se uma das grandes chacinas da História.
A partir de Outubro de 1965, os militares indonésios, com o apoio activo e directo do imperialismo norte-americano, massacraram cerca de um milhão de comunistas, sindicalistas e membros dos poderosos movimentos de massas indonésios.
O genocídio indonésio é um dos mais sangrentos episódios da grande guerra de classes mundial com que o imperialismo procurou conter e derrotar o ascenso do poderoso movimento de libertação nacional e social da segunda metade do Século XX, sob o impacto da derrota do nazi-fascismo e do prestígio imenso da União Soviética e do movimento comunista internacional.»
«Um realizador de cinema pede a um assassino que recrie, em filme, as torturas e crimes que cometeu na vida real. Este, encantado com a oferta, dispõe-se a isso com entusiamo e diligência. O resultado da experiência é uma alucinação cinematográfica que adquire proporções épicas quando se descobre que o criminoso é um dos líderes mais sanguinários dos esquadrões da morte na Indonésia, bandos de carniceiros que, em 1965, acabaram com a vida de um milhão de pessoas em menos de um ano. «The Act of Killing», de Joshua Oppenheimer, é a consequência desse assustador delírio de fama dos genocidas indonésios que, no entanto, hoje vivem como heróis no seu país.»
O Golpe Militar de 1965
Em 1965, o Governo Indonésio foi derrubado pelos militares. Sukarno, o primeiro presidente da Indonésia, fundador do movimento não alinhado e líder da revolução nacional contra o colonialismo holandês, foi destituído e substituído pelo General Suharto. O Partido Comunista Indonésio (PKI), que havia apoiado firmemente o Presidente o Presidente Sukarno, que não era comunista, foi proibido de imediato. Na véspera do golpe, o PKI era o maior partido comunista do mundo fora de um país comunista.
Depois do golpe militar de 1965, qualquer pessoa poderia ser acusada de ser comunista: sindicalistas, agricultores sem terras, intelectuais, chineses Em menos de um ano e com a ajuda directa de certos governos ocidentais, mais de um milhão destes comunistas foram assassinados, assegura a equipa de The Act of Killing.
Os EUA aplaudiram o massacre, que consideraram uma grandiosa vitória sobre o comunismo. A revista Time informava que era uma das melhores notícias para o Ocidente em anos, na Ásia, enquanto o The New York Times escrevia: Um raio de luz na Ásia.
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