UPP: «Da Resistência Antifascista à Nacionalização da Banca»
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DOSSIER: Apurar todos os factos, retirar todas as consequências
«Por proposta do PCP, foi constituída uma Comissão de Inquérito Parlamentar à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo, ao processo que conduziu à aplicação da medida de resolução e às suas consequências, nomeadamente quanto aos desenvolvimentos e opções relativos ao GES, ao BES e ao Novo Banco.»
As políticas dos PECs e do Pacto de Agressão traduziram-se no aprofundamento das injustiças e desigualdades sociais.
Numa situação em que apenas 1% da população detém cerca de 25% da riqueza nacional e 5% da população acumula 50% dessa riqueza, o governo aumentou de forma brutal os impostos sobre os trabalhadores, os reformados e a população em geral e diminuiu os impostos sobre os grupos económicos e financeiros.
O lucro acumulado pelos principais grupos económicos e financeiros e o dinheiro público que é drenado, para a banca sobre os escândalos do BPN, do BPP ou do GES/BES, para as PPP e os swaps, contrasta com a redução dos salários e pensões e os cortes dos apoios àqueles que necessitam de proteção e apoio social.
«A implosão do grupo BES/GES e o inquérito parlamentar realizado permitiu aos portugueses ficarem a conhecer a banca por dentro e muitas das sua práticas, assim como a arrogância de muitos dos seus administradores, que se sentem "donos de tudo isto" desrespeitando as determinações das próprias entidades de supervisão, bem como o perigo que essas praticas representam quer para a segurança das suas poupanças (depósitos, investimentos, etc.) quer para o desenvolvimento do país, e para a reputação e estabilidade do próprio sistema bancário. Uma reflexão objetiva da situação da banca com base nos últimos dados disponibilizados pelo Banco de Portugal será certamente útil para um correto conhecimento e compreensão da situação atual do setor bancário, constituindo também um alerta para a reflexão sobre um atividade fundamental para o desenvolvimento do país, e sendo um indicador importante da situação da economia.
CONTINUA A REDUÇÃO SIGNIFICATIVA DO CRÉDITO À ECONOMIA E ÀS FAMÍLIAS E A MÁ GESTÃO
No quadro 1, reuniu-se os dados mais recentes divulgados pelo Banco de Portugal que são importantes para uma reflexão sobre a situação atual do setor bancário. São dados do Balanço e das Demonstrações Financeiras consolidadas elaboradas pelo supervisor e referem-se ao período 2010-2014, o período da "troika" e do governo PSD/CDS.»
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A UBR – União de Reformados e Pensionistas da Banca, com o apoio da Associação Conquistas da Revolução, vai comemorar no dia 14 de Março próximo, o 40º. aniversário da nacionalização da Banca.
De facto, este acontecimento foi o coroar de uma luta que os bancários iniciaram meia dúzia de anos antes de Abril 74, quando decidiram - e conseguiram - pôr na direcção de sindicatos fascistas, trabalhadores honestos e democratas. Não obstante a dura repressão que, sob diversas formas, atingiu muitos de nós, esta decisão provou ter sida acertada pelos seguintes motivos:
1 - Obtivemos vitórias de monta no campo profissional:
2 - Permitiu que os bancários, sindicalmente organizados, aumentassem a sua intervenção na luta, que se vinha agudizando, pelo derrube do fascismo e o fim da guerra, abrindo assim caminhos por onde veio a passar o MFA;
3 - Levou os trabalhadores da Banca a participar na fundação da Intersindical. E, convém não esquecer, que foi por iniciativa e com organização da Inter que milhões de portugueses referendaram no 1º. de Maio, o conteúdo democrático e revolucionário do 25 de Abril;
4 - Proporcionou-nos um melhor conhecimento da banca e dos banqueiros, e também testar as suas capacidades, formas de reagir e com que instrumentos
Este último aspecto veio a revelar-se fundamental. Foi com base nele que, logo a partir de 26.04.74, tomámos iniciativas que, tendo surpreendido os banqueiros, os tolheram muito na sua previsível reacção ao derrube do seu governo. E, com a generosa e competente colaboração de quadros superiores bancários, os quais, corajosamente, arriscaram as suas carreiras, fomos mantendo o poder democrático nascente, não só informado a par e passo das sucessivas investidas da Finança contra Abril, mas também habilitando com as medidas para lhes fazer frente. Porque, de facto, foram os banqueiros, com as suas acções, que permitiram demonstrar, até a empedernidos adversários da medida, que só a nacionalização da banca, por nós proposta, permitiria defender Abril.
E foi assim que em 11 de Março de 1975 os bancários, aos milhares, resgataram a Banca do domínio dos monopólios que suportaram o fascismo e, com a colaboração do MFA e com o D/L132-A/75 do Conselho da revolução, no dia 14 depositaram-na nas mãos do povo português. INTACTA E APTA A CUMPRIR A NOVA MISSÃO.
Nós, bancários, e os que de mais de perto nos acompanharam, merecemos comemorar com dignidade e orgulho este nosso percurso e temos o direito a continuar a luta por uma banca decente ao serviço de um Portugal de Abril.
«Neste momento está em funcionamento uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso BES/GES.
E apesar de muitas perguntas feitas pelos deputados pouco ou nada contribuírem para o esclarecimento deste caso, pois são sobre matérias secundárias, mesmo assim já foram apuradas situações que revelam mais uma vez que tanto as autoridades de supervisão como o próprio governo estão reféns dos banqueiros, ou seja, foram capturados pelo poder financeiro.
Mas antes de analisar essas situações que são importantes, interessa recordar a importância que tem a banca para a economia e para o próprio país, o que é muitas vezes esquecido, assim como o peso do BES no setor bancário que é necessário ter presente para se compreender devidamente a dimensão e as consequências deste caso.»
«No estudo anterior [A banca, a saída do euro e o desenvolvimento do país] analisamos algumas questões que, a nosso ver, se colocarão numa eventual saída do euro, nomeadamente:
Como garantir o poder de compra de salários e pensões já que, em momentos anteriores de forte desvalorização da moeda, foram os trabalhadores e os pensionistas os que mais sofreram (e isso não resolve dizendo que a inflação será apenas de 10%, um valor calculado, à semelhança das previsões de Vítor Gaspar, numa folha de Excel, quando se sabe que esse valor ninguém poderá garantir)?
Como assegurar o poder de compra das poupanças de milhões de portugueses (e isso não se resolve apenas trocando euros, uma moeda forte, pelo mesmo montante de “novos escudos”, uma moeda fraca, como alguns pretendem fazer crer)?
Como evitar que a dívida das famílias (crédito à habitação), se transforme num instrumento de ruína para centenas de milhares de famílias (e isto porque se sabe que os bancos não poderão continuar a cobrar um taxa média de 2% pelo crédito concedido até 2007, que é a esmagadora maioria do crédito à habitação)?
Como evitar a implosão do sistema financeiro fundamental para funcionamento normal da economia?
São questões que preocupam os portugueses numa eventual saída do euro, que não interessa silenciar ou iludir mas que, infelizmente, por serem incómodas, têm estado afastadas do debate público e provocam sempre reações. Mas são questões importantes pelos efeitos na vida das pessoas, por isso não poderão ser tratadas com a ligeireza, a arrogância e a irritação como muitas vezes são abordadas com fossem de menor importância e chamando catastrofista, à falta de argumentos, a quem as levanta.»
Os silêncios e as omissões do caso BES/GES e a evolução do Novo Banco e das restantes empresas
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