A luta entre o capital e o trabalho e os seus resultados
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Engels distingue duas formas de autoridade: uma que submete os indivíduos nas sociedades onde há exploração do homem pelo homem, e outra que, implicando inevitavelmente «subordinação» à vontade de alguém, é imprescindível à vida em sociedade e ao trabalho colectivo. Como salienta Engels, «a organização social do futuro restringirá a autoridade até o limite estrito em que as condições da produção a tornam inevitável».
Talvez com uma única excepção, burguesias arrogantes controlam os governos europeus. Os políticos que as representam são neoliberais, social-democratas domesticados, ou saudosistas do fascismo. Neste contexto histórico tão sombrio, ao reler o Manifesto Comunista, concluí que não perdeu actualidade.
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Manifesto do Partido Comunista
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Comemorar 150 anos do Manifesto Comunista de Marx e Engels é falar de um documento que - pelas suas análises, o seu conteúdo ideológico, o objectivo e a possibilidade que aponta de construir uma sociedade nova - lançou e promoveu uma luta revolucionária de alcance universal: a luta dos comunistas, que marcou e determinou as principais realizações e conquistas de transformação social desde então até aos dias de hoje.
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O Manifesto Comunista é um extraordinário libelo acusatório contra o capitalismo.
Não apenas indicando a situação da classe operária e das massas trabalhadoras: os salários injustos, o desemprego, o tempo e intensidade de trabalho, as discriminações e falta de direitos da mulher, o trabalho infantil, os problemas da habitação e da saúde, o alastramento da pobreza e da miséria. Não apenas apontando medidas necessárias de carácter imediato. Mas também desvendando a natureza e as leis do capitalismo e apontando a necessidade e possibilidade histórica de superá-lo.
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«O Capital», Livro Terceiro, Tomo VI, Karl Marx
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«No Livro Primeiro, foram investigados os fenómenos que o processo capitalista de produção, tomado por si, oferece como processo imediato de produção; aí abstraiu-se ainda de todas as influências secundárias sobre ele [operadas] por circunstâncias alheias. Mas este processo imediato de produção não esgota o curso de vida do capital. No mundo real, ele é complementado pelo processo de circulação, e este formou o objecto das investigações do Livro Segundo. Aí se mostrou — nomeadamente, na terceira secção, aquando da consideração do processo de circulação como [processo] da mediação do processo social de reprodução — que o processo capitalista de produção, considerado no [seu] todo, é unidade de processo de produção e de processo de circulação. Neste Livro Terceiro, aquilo de que se trata não pode ser de fazer reflexões gerais acerca dessa unidade. Trata-se antes, de encontrar e de expor as formas concretas que crescem a partir do processo de movimento do capital, considerado como [um] todo. No seu movimento real, os capitais enfrentam-se em formas concretas tais que para elas a figura do capital no processo imediato de produção, tal como a sua figura no processo de circulação, apenas aparecem como momentos particulares. As configurações do capital, tal como as desenvolvemos neste Livro, aproximam-se, portanto, progressivamente, da forma em que elas próprias ocorrem à superfície da sociedade, na acção dos diversos capitais uns sobre os outros, na concorrência e na consciência habitual dos próprios agentes da produção.»
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