Ao contrário do que o Governo afirma o País está mais vulnerável e pior preparado para enfrenta a crise financeira internacional. Praticou uma política que travou o investimento público, diminuiu o poder aquisitivo do povo, promoveu a financeirização da economia com a liquidação da actividade produtiva nacional, concentrou a riqueza e fez do controlo orçamental a primeira e principal prioridade em detrimento do crescimento económico e do emprego!
Os sectores produtivos e os pequenos e médias empresas foram duramente penalizados pelos efeitos da excessiva valorização do euro, dos custos agravados dos combustíveis, da energia e do crédito. Sucedem-se as falências, agora a um ritmo mais elevado.
A substituição da produção nacional pela estrangeira continua a ter uma preocupante evolução, em resultado da contínua liquidação do nosso aparelho produtivo, nomeadamente nos sectores da agricultura e das pescas. No sector do comércio, os pequenos e médios comerciantes são sufocados e arruinados pelas facilidades de instalação e horários das grandes superfícies, a crise alimentar expressa, agora, com mais evidência as fragilidades e dependência do nosso país, em resultado de uma política que não foi capaz de acautelar a segurança alimentar dos portugueses.
O investimento privado continua em queda. As exportações caem há seis meses consecutivos, tal como o consumo privado em resultado da política de empobrecimento das populações. Os principais problemas estruturais com que o país está há muito confrontado permanecem e alguns conheceram um novo agravamento. A dívida pública aumentou. O endividamento externo continuou a crescer e hoje somos um dos países mais endividados da Europa. Continuaram a agravar-se o défice das contas externas, nomeadamente o défice comercial.
A grande viragem em direcção ao crescimento económico claudicou. O ano de 2008 será pior que o de 2007 e 2009 será mais um ano de preocupante letargia.
Este é o resultado de uma política que fracassou na concretização dos objectivos que o Governo solenemente proclamou forte crescimento económico e mais desenvolvimento em convergência com a União Europeia, mais emprego e mais qualificado e melhores condições de vida para os portugueses!
Políticas que são responsáveis não só pelo agravamento das desigualdades sociais, mas também pelo aumento das desigualdades regionais, com o país interior a sofrer de forma agravada as consequências do encerramento de milhares de serviços públicos por todo o país.