Este senhor na foto chama-se Pedro Moutinho, é o actual líder da Juventude Popular (JP). Entrou no anedotário político nacional pelo episódio Bernardino Soares. Arrisca-se a aí ficar eternamente e pelas piores razões.
Em vésperas da quadra natalícia, certamente como prenda de Natal, a organização a que preside veio pronunciar-se sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN). SMN que, para a Juventude Popular, não é "mais do que o estabelecimento de um preço mínimo naquele que deveria ser o normal funcionamento do mercado de trabalho. Este preço mínimo tem dois efeitos muito claros no mercado de trabalho:impedir de trabalhar quem estiver disponível para trabalhar por valor inferior a esse preço; por outro lado impede de operar todas as empresas e serviços que não tenham a capacidade de remunerarem aquele montante."
Isto na mesma semana em que o líder do CDS/PP, Paulo Portas, veio apresentar um estudo sobre o aumento da natalidade em Portugal. É caso para dizer ORGANIZEM-SE! Registe-se que:
Em Portugal se empobrece a trabalhar;
Cerca de 1/3, ou seja mais de 600 mil, dos 2 milhões de pobres existentes no nosso país são trabalhadores no activo;
A JP entende que se deve trabalhar por valor inferior ao SMN (!!!);
A JP defende que há empresas e serviços que não têm capacidade para pagar aos seus trabalhadores 425€ mensais e que devem continuar de portas abertas;
A JP substituiu o «direito ao trabalho» pelo «direito de trabalhar», regredindo assim mais de 200 anos, quando a escravatura e a servidão pessoal foram abolidas;
Com isto, salários abaixo dos 425€, a JP pensa certamente estar a dar o seu contributo para o aumento da natalidade em Portugal;
Com dirigentes desta qualidade que credibilidade espera ter a Juventude Popular?
Uma vez mais o meu agradecimento aos autores. Ri-me até me doer a barriga…