A grande revolução socialista de Outubro de 1917, na Rússia, foi um dos mais marcantes acontecimentos do século XX e de toda a história da Humanidade: pela primeira vez, uma revolução não se propôs substituir uma forma de exploração por outra, mais avançada, mas sim abolir toda a exploração e opressão e a construir uma sociedade sem classes – a «Terra sem Amos» de que fala A Internacional. Cercado e atacado desde o primeiro dia, confrontando-se com tarefas inéditas e gigantescas, o primeiro Estado socialista concretizou feitos notáveis e impulsionou a luta dos trabalhadores e dos povos, mudando por completo a face do planeta. A Revolução de Outubro permanece nos nossos dias como a principal referência para quem luta pela soberania, a democracia e o socialismo.
«Passam 98 Anos sobre a Revolução Socialista de Outubro, o maior acontecimento revolucionário do Século XX. A dois anos de comemorarmos o centenário desse extraordinário acontecimento é tempo de realçar o impressionante impacto que a Revolução Socialista teve para o povo russo, para os povos daquela que viria a ser a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e dos países socialistas no Leste europeu, e para os trabalhadores e povos de todo o Mundo. A Revolução de Outubro foi a transformação em força material, em acontecimento concreto, em ruptura revolucionária e em progressos extraordinários, da teoria revolucionária de Marx e Lénine. Mas não só. Ela possibilitou um enriquecimento extraordinário do marxismo, como aliás a obra de Lénine o comprova e ele próprio sublinha quando afirma que não existe teoria revolucionária sem prática revolucionária.»
Cumpre-se amanhã [hoje], 7 de Novembro, o 97.º aniversário da Revolução Socialista de Outubro. Acontecimento maior do século XX e da história da Humanidade, o «assalto do céu» pelos bolcheviques, liderados por Lénine, colocou pela primeira vez e de forma consistente o proletariado no poder e iniciou a construção de uma sociedade nova, sem exploradores nem explorados, a sociedade socialista. O significado histórico da Revolução de Outubro, as conquistas inéditas que alcançou e o impacto que teve na vida dos povos são inapagáveis, independentemente das pesadas derrotas sofridas no final do século passado, cujas consequências os trabalhadores e os povos sentem, hoje, de forma particularmente dramática. As futuras revoluções terão a sua marca.
No dia 9 de Março, assinalando o 78.º aniversário do nascimento de Iúri Gagárin e ainda celebrando o 50.º aniversário do histórico primeiro voo cósmico da humanidade (12 de Abril de 1961), a Associação Portuguesa de Amizade e Cooperação Iúri Gagárin (Antiga Associação Portugal-URSS) e a Cinemateca Portuguesa realizam as primeiras sessões em que vão ser exibidos filmes da nossa colecção de cinema soviético.
Com a mudança de sede, o espólio cinematográfico da Associação foi depositado no Arquivo Nacional de Imagens em Movimento, da Cinemateca. Trata-se de uma colecção de filmes de curta e longa-metragem, em bitolas de 35mm e 16mm, com cerca de 4500 cópias e 1300 títulos, entre os quais se encontram clássicos do cinema soviético e muito diversificados documentários. Foram igualmente depositados equipamentos de projecção, cartazes, catálogos e outros materiais.
Na sala Luís de Pina terão lugar, dia 9, duas sessões.
Às 19.30 horas, passam os documentários “Quando Gagárin Ainda Andava na Escola” e “O Voo Cósmico de Iúri Gagárin”. Representantes da Associação e da Cinemateca farão breves alocuções sobre o acordo de depósito e o significado desta primeira iniciativa.
Às 22 horas, será exibido “O Começo da Lenda”, um drama biográfico sobre a infância do cosmonauta soviético. Esta sessão vai ser apresentada por Francisco Silva, investigador e autor, especialista em tecnologias da informação e comunicação.
Percebe-se o objectivo dessa ofensiva: a Revolução de Outubro foi o primeiro grande acto de ruptura com o capitalismo e a exploração do homem pelo homem; foi o primeiro exemplo concreto da aplicação, na construção de uma nova sociedade, da ideologia do proletariado – nascida e desenvolvida a partir da análise da história da sociedade e das suas leis objectivas essenciais; foi a primeira demonstração concreta de que o socialismo é a única alternativa histórica ao capitalismo. E por tudo isto, porque a Revolução de Outubro mostrou que o socialismo é, não apenas possível, mas inevitável, o grande capital tremeu… e 94 anos passados, apesar de dominante, continua a tremer.
Começarei por dizer que me seria muito menos difícil organizar esta intervenção sob o tema geral destas conversas, ou seja, Lénine e a democracia, do que sob o tema de hoje, A democracia liberta-se.
E isto por uma razão teórica bastante simples: porque para Lénine, como antes para Marx e Engels, o processo da emancipação humana segue um caminho que, a certo passo do seu texto sobre «O Estado e a Revolução», Lénine sintetiza da seguinte forma: «quanto mais completa for a democracia mais próximo está o momento em que se tornará desnecessária. Quanto mais democrático for o Estado, […] mais depressa começará a extinguir-se todo o Estado».