- Agora não posso falar... É que estamos a apresentar as linhas gerais para a suaaprovação.
- Na Assembleia?
- Não. Isso é depois...
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Para Ler:
«Sujeito de boa fé, não suspeito de que os compromissos comerciais da RTP pudessem esperar dois ou três minutos mais se Carvalho da Silva não tivesse iniciado a sua intervenção com tanta fogosidade e com sínteses tão dirigidas ao fundamental. Disse ele, calcule-se!, e para mais com o ar de ter perdido um pouco a paciência que contudo deve ser muita e já duramente experimentada, ter por certo que a actual crise é «o maior roubo organizado da História da humanidade». Que o futuro dos povos não vai poder continuar a ser «mais do mesmo». Que não pode prosseguir a aplicação ao mundo do agora dominante fundamentalismo neoliberal. Lembrou que as famigeradas agências de rating não passam de «extensões do actual sistema financeiro». Disse isto em pouco tempo e quase de rajada, pelo que bem se entende que o intervalo para as publicidades não pudesse esperar nem mais um segundo.» Sem relógio de pulso (Edição N.º 1922, 30-09-2010)
Diz a Moody's, agência de classificação de crédito, que "Portugal e Grécia enfrentam risco de morte lenta". Depois da Islândia, eles estão assustados. Mas o susto deles não é com o destino dos povos português ou grego. O susto deles é um susto de credores: especuladores que querem recuperar o seu dinheiro. Mas a desmoralização das agências de classificação de crédito é mais do que muita. Elas não foram sequer capazes de prever o afundamento da Islândia, nem dos países bálticos e nem dos próprios Estados Unidos. Na realidade, a verdadeira morte lenta é a progressiva desindustrialização de Portugal, o encerramento de sectores inteiros da economia nacional, o desemprego crescente, a falta de perspectivas para a juventude, a ausência de política energética, os investimentos ruinosos – como o novo aeroporto – programados pelo governo do sr. Sócrates. Todo esse panorama sombrio foi preparado pelo PS & PPD, quando mancomunados destruíram o Sector Empresarial do Estado. Só com um novo programa de nacionalizações, a principiar pela banca privada, será possível escapar a isso.
«Na concentração racista de 11 de Setembro em Nova Iorque discursou Geert Wilders, o chefe do terceiro maior partido na «tolerante» Holanda (15,4% dos votos em Junho passado). Também discursou o ex-embaixador dos EUA na ONU, e émulo do Dr. Estranhamor, John Bolton (BBC, 11.9.10). O (então) dirigente do Banco Central alemão e membro do SPD, Thilo Sarrazin, publicou há dias um livro a dar mais um passo na «legitimação» do racismo. No respeitável Der Spiegel (10.9.10) é possível ler colunistas a dar-lhe a mão. Na Europa, da Itália de Berlusconi à França de Sarkozy, da Holanda à Bélgica, da Alemanha ao Reino Unido, e no mediático Portugal do «arrastão», é cada vez mais frequente ouvir insinuar que a culpa de tudo é dos imigrantes, dos muçulmanos, ou dalgum outro bode expiatório. Há 80 anos, no auge da outra grande crise mundial do capitalismo, a conversa era igual, embora os alvos fossem os judeus e a «conspiração judaico-bolchevique». O racismo serviu de caldo de cultura para lançar a mais violenta e brutal resposta do capitalismo à sua crise – o nazi-fascismo e a guerra.»
Mais de 100 mil pessoas participaram, no sábado, 4, nas manifestações realizadas em123 cidades de França, contra a política de expulsão de ciganos do presidente Nicolas Sarkozy, convocadas pelas centrais sindicais, diversas associações e por todos os partidos da esquerda francesa. A maior acção decorreu em Paris, onde desfilaram cerca de 50 mil pessoas.
Lisboa e Porto, tal como outras cidades europeias, foram palco de manifestações de solidariedade com a população cigana e de protesto contra as medidas xenófobas do governo francês.
Estas iniciativas, que decorreram frente à embaixada de França em Lisboa e ao respectivo consulado no Porto, foram convocadas por um amplo conjunto de associações ciganas com o apoio da SOS Racismo.