«Apesar das repetidas afirmações públicas por parte de membros da Administração do Banco Espírito Santo e do Governo, sobre a solidez do Banco, a evolução da situação no Grupo Espírito Santo, cujos desenvolvimentos confirmam a possibilidade real de se fazerem repercutir na actividade do BES e no sistema financeiro nacional, as consequências dos muitos problemas detectados nas empresas do grupo, o PCP reafirma a necessidade de uma intervenção decidida da parte do Governo e do Banco de Portugal no BES que garanta a defesa do interesse nacional.»
«Recentemente, o PSD e o CDS, com a cumplicidade do PS, aprovaram uma reforma do IRC que permite que os prejuízos fiscais apurados em determinado período de tributação possam ser deduzidos aos lucros nos 12 anos seguintes. Esta alteração veio abrir as portas aos grandes grupos económicos e financeiros para um planeamento fiscal agressivo, reduzindo de forma significativa os impostos a pagar. Na situação limite, as grandes empresas poderão mesmo “descontar” a totalidade dos resultados, não pagando impostos.»
«A situação no GES em muito semelhante à do sistema financeiro em Portugal, é a ponta de um iceberg, cuja dimensão é difícil de prever.
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O PCPconsidera inadmissível que, perante a gravidade da situação e a possibilidade real, apesar das afirmações públicas de solidez do Banco, de se vir a repetir uma situação semelhante à do BPN e do BPP, com custos para o País superiores a 6 000 milhões de euros, o governo afirme não ter que se imiscuir na situação do Grupo e o Governador do Banco de Portugal continue a escudar-se no sigilo. Ao Governo e ao Banco de Portugal exige-se uma intervenção rigorosa e transparente, e não a atitude de silêncio e cumplicidade determinada pela subordinação ao poder financeiro.»