É tudo uma questão de COERÊNCIA...
Sobre as comemorações do 25 de Abril e do 1º de Maio
Gostaria de ver um pouco mais de coerência em quem exprime publicamente as suas opiniões. Mas não é isso que se passa.
Há quem ande por aí a pronunciar-se contra a cerimónia comemorativa no 25 de Abril que vai ter lugar na Assembleia da República (AR). E até já corre uma petição devidamente publicitada pela comunicação social dominante, em particular nos canais televisivos.
Não percebo, palavra que não percebo.
No dia 25 de Abril, tirando os cravos e um número muito limitado de convidados, a Assembleia da República vai estar tal e qual como tem estado nos dias em que tem reunido. Ou seja, para ser ainda mais claro, como quando decidiu os estados de emergência (e não só).
E nesses momentos não li, não ouvi, não vi ninguém a contestar o seu funcionamento nos novos moldes. Acresce que na AR se cumprem, se vão continuar a cumprir, as normas de higiene da DGS!
Como também não li, não ouvi, não vi a maioria dos agora contestatários a protestar e a organizar petições quando milhares de portugueses continuam todos os dias a ser obrigados a ir trabalhar em autocarros e carruagens cheios de gente, encostados uns aos outros.
Isto acontece em meios de transportes de empresas financiadas por todos nós, que se deram ao luxo de suprimir serviços durante a pandemia, pondo assim em risco a saúde pública.
Como também acho uma tremenda falta de coerência (para não lhe chamar outra coisa) o facto de «senhores gajos» que em plena pandemia Covid-19 queriam, e querem, «reabrir» a economia, andarem por aí indignados porque o Parlamento vai assinalar o 25 de Abril, DATA QUE NUNCA COMEMORARAM.
NOTA: antes que alguém se ponha para aí a lançar boatos, aqui se recorda a posição da CGTP-IN sobre o 1º de Maio deste ano: