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A ruptura que se impõe não será certamente um acto súbito mas um processo complexo passando por batalhas intermédias e objectivos concretos e imediatos. Mas não deve haver qualquer confusão entre propostas que, como as do PCP, se situam numa dinâmica de ruptura com um bloco imperialista que se considera irreformável e com um sistema capitalista que exige a sua superação revolucionária, e posições que na sua essência apenas visam «moralizar» e «corrigir os excessos» do capitalismo e afirmam a sua profissão de fé «europeísta», como no caso, tão mediatizado, do Syriza na Grécia. Entre ruptura e adaptação vai a distância que separa uma consequente posição de esquerda, revolucionária, de uma qualquer variante reformista de keynesianismo.
Portugal não tem alternativa senão enfrentar a necessária ruptura com o imperialismo com coragem e determinação. Com o apoio e a mobilização dos trabalhadores e do povo nada é impossível. Com incertezas, riscos e sacrifícios, sem dúvida. Mas não há ruptura de cadeias de opressão nem salto em frente no processo libertador que não tenha as suas dores de parto.
publicado às 12:01