Século IV – Celebração da Páscoa
A data da Páscoa foi fixada no século IV, no Concílio I de Niceia (ano 325).
Os padres conciliares estabeleceram que a festa que celebra a ressurreição de Cristo fosse no primeiro domingo depois da primeira Lua cheia da Primavera.
A data é coincidente com rituais pagãos muito anteriores para celebrar a Festa da Primavera, como os dedicados às deusas da fertilidade, do renascimento, nas mitologias anglo-saxã, nórdica e germânica, ou à deusa grega Eos, dita do Amanhecer, a fenícia Astarte ou a babilónica Ishtar.
Pelas semelhanças no que respeita aos rituais de fertilidade e às festividades do Equinócio da Primavera, comuns a persas, romanos, judeus e arménios, muitos historiadores sugerem que uma boa parte dos símbolos ainda hoje ligados à Páscoa cristã, como os ovos coloridos e os folares, associados à ideia de renovação periódica da natureza, são reminiscências desses rituais.
Em Portugal, sobretudo no Alentejo, como noutros países do Sul da Europa, são comuns os folares representando aves e répteis, numa associação directa ao ovo, símbolo da fertilidade, como o lagarto de Castelo de Vide, o dragão e o dinossauro das ilhas gregas, ou a serpente mítica dos sicilianos.
São oferecidos aos rapazes, enquanto as raparigas recebem folares com um ovo na barriga.