Embora datado de 27 de Janeiro de 2009 este post está mais actual que nunca...
Ora cá estamos nesta missão de ajudar o Presidente nas ciclópicas tarefas para as quais foi mandatado em 20 de Janeiro.
Não é que o senhor Presidente, uma semana volvida sobre a tomada de posse, já bombardeou dois países, o Afeganistão e o Paquistão? E matou pessoas inocentes, sabia? Se nada disto sabia, está aqui:
Pronto, pode procurar informar-se de todas as malfeitorias que têm sido feitas. De certeza que os seus colaboradores têm acesso a todos os dados e para o manter ao corrente é que são pagos.
O senhor prometeu acabar com a tortura e com a prisão de Guantánamo e assinou uma papelada nesse sentido. A gente aplaudiu embora não se entenda para quando isso é, e como é. Talvez lhe possam sevir uns conselhos sobre estes temas. Veremos se há pachorra para tal.
O senhor não prometeu acabar com os bombardeamentos... Mas, sabe uma coisa? Talvez seja um bocado antiquado, pouco modernaço, mas "bombardeamentos", nesta estranha poesia, rima com "crimes de guerra". Veja se quando assinar mais qualquer coisa não lhe sai sangue pela caneta. Ou, se quando fizer um assado nos jardins da Casa Branca, não é o cheiro das bombas que a brisa transporta até si. Stress de guerra, sabe? A gente começa a imaginar coisas.
Ninguém lhe pede a Lua! Que os soldados que lá estão - já que estão lá - se defendam, compreende-se. Mas bombardeamentos?
Imagine que o ladrão A entrava dentro da casa da pessoa B para a roubar. Esta, a pessoa B, tentava matar o ladrão. Se este se defendesse ninguém lhe podia levar a mal. Mas se o assaltante desatasse a destruir tudo, ferisse ou matasse o assaltado indefeso, e ainda fizesse estragos na vizinhança, que diríamos? Que era um facínora da pior espécie!
Que dirão as suas filhas? Então o senhor presidente escreveu-lhes explicando que "por vezes, temos que mandar os nossos jovens para a guerra e outras situações perigosas para proteger o nosso país..." (1). Mais adiante diz que se preocupa com a segurança dos soldados, homens e mulheres. Depois fala nos "bravos Americanos", etc.
Vamos lá a ver, então. Isto não é uma conversa um pouquinho racista (desculpe a ironia)? E a segurança dos paquistaneses e dos afegãos? É gente de segunda, ou terceira? Bem dizem aqueles que você não é Luther King. Pense no julgamento que um dia as suas filhas poderão fazer de si.
Luther King disse um ano antes de ser assassinado: "O que pensam eles quando nós experimentamos os nossas mais recentes armas neles, tal como os alemães faziam experiências com novos medicamentos e novas torturas nos campos de concentração da Europa?" (2) Medite, por favor, nesta frase de Luther King.
Ainda vai a tempo de recuar. Acabe com os bombardeamentos!
Olhe, se sentir mesmo uma grande vontade de bombardear qualquer coisa, bombardeie o rancho do Bush! Mas cuidado para não matar ninguém, nem sequer uma vaca!
Não tem que agradecer.
(1)Sometimes we have to send our young men and women into war and other dangerous situations to protect our country-but when we do, I want to make sure that it is only for a very good reason, that we try our best to settle our differences with others peacefully, and that we do everything possible to keep our servicemen and women safe. And I want every child to understand that the blessings these brave Americans fight for are not free-that with the great privilege of being a citizen of this nation comes great responsibility.
2)What do they think as we test out our latest weapons on them, just as the Germans tested out new medicine and new tortures in the concentration camps of Europe?
To watch this documentary online in full screenHigh Quality. STEALING A NATION (John Pilger, 2004) is an extraordinary film about the plight of people of the Chagos Islands in the Indian Ocean - secretly and brutally expelled from their homeland by British governments in the late 1960s and early 1970s, to make way for an American military base. The base, on the main island ofDiego Garcia, was a launch pad for the invasions of Afghanistan and Iraq. Stealing a Nationhas won both the Royal Television Society's top award as Britain's best documentary in 2004-5, and a 'Chris Award' at the Columbus International Film and Video Festival. Abrochureof the film is available. On April 8, 2008, the Chagos Islanders have launched a nationalCampaign for Resettlementof their islands. For more information and updates on the plight of the Chagossians, visit the website of theUK Chagos Support Association.
British ministers have blocked the release of secret military papers about an Indian Ocean island where the US may be holding prisoners without charge. Diego Garcia is British territory but home to a US military base believed to house so called 'rendition prisoners'. Al Jazeera's Mark Seddon reports.
Recapitulando. Já tomamos conhecimento com as tenebrosas designações "black sites" e "ghost detainees". Para quem duvidava da existência de fantasmas aqui tem! Mas também, nos EUA "tudo é possível". Relacionada com estas temos as não menos sinistras "extraordinary renditions".
O Presidente Obama sabia que "The CIA was granted permission to use rendition in a presidential directive signed by President Bill Clinton in 1995, and the practice has grown sharply since the September 11 terrorist attacks"? E então vai nomear a senhora H. Clinton? Isso não se faz! E mantém o Gates? E põe lá o Jones? Que desilusão (para quem estava iludido...).
Resumindo. Não é só Guantánamo que é necessário fechar! Há muita outra sujeira a precisar de limpeza. Faça o que qualquer um pode fazer: informe-se! E por aqui se termina esta questão das prisões porque o fedor é insuportável.
Um guarda fecha o portão para o aeroporto de Szymany no nordeste da Polónia. Este aeroporto foi identificado pela Human Rights Watch como um potencial local de uma alegada prisão da CIA em 2005.
Um desenho que mostra como Dilawar estava algemado ao tecto na sua célula. O autor, Thomas V. Curtis, é um ex-sargento na reserva da United States Army Military Police Corps.
Um caso ligado a BAGRAM: sabe quem é Aafia Siddiqui?
Aafia e o seu filho de 12 anos Ahmad, ao serem interrogados, perante a comunicação social, por oficias afegãos. Ghazni, Afeganistão 17 de Julho de 2008.
Engrossando a corrente dos voluntários que graciosamente querem contribuir para que "os EUA recuperem o seu estatuto moral no mundo" cá estamos de novo! Esta frase sobre o estatuto moral dos EUA foi retirada da entrevista de Barack Obama à CBS:
(...)
Kroft: There are a number of different things that you could do early pertaining to executive orders. One of them is to shutdown Guantanamo Bay. Another is to change interrogation methods that are used by U.S. troops. Are those things that you plan to take early action on?
Mr. Obama: Yes. I have said repeatedly that I intend to close Guantanamo, and I will follow through on that. I have said repeatedly that America doesn't torture. And I'm gonna make sure that we don't torture. Those are part and parcel of an effort to regain America's moral stature in the world. (...)
Por esta entrevista ficamos a saber que fechar Guantánamo e acabar com a tortura praticada pelos EUA são apenas "uma parte e uma parcela" para que aquele "estatuto moral" seja recuperado.
Das outras parcelas já sabemos que não faz parte acabar com todas as guerras que os EUA fazem a milhares de quilómetros de casa, como é o caso da do Afeganistão, como é reclamado por todos aqueles que anseiam por um mundo pacífico.
Quanto a Guantánamo. Fechem a prisão, fechem a base e desocupem o território! Boa ideia, não é? Vocês estão lá ilegalmente! O vosso "estatuto moral" nas Américas, e no resto do mundo, vai subir muito, garantidamente.
Por falar em Guantánamo, as outras prisões (as secretas e não só) fazem parte das outras parcelas, não é? Para ajudar, aqui vão (nos próximos posts) algumas referências sobre as vossas prisões pelo mundo fora.
Desfaça todas estas malfeitorias, não insista nas guerras, e terá o aplauso geral. Os aplausos são como os prognósticos - só no fim. Mas é natural que o mundo esteja céptico, não é?
Dentro do espírito de missão e de boa vontade já demonstrado aqui se apresentam dois vídeos que podem ajudar o Presidente a elencar (como agora se diz) os problemas internos dos EUA.
Se retirar as tropas do estrangeiro e cessar todas as acções agressivas (prisões e voos secretos, torturas, etc.)(*), poupando uma data de massa, e resolver estes dois problemas, já não é nada mau. Quem é amigo, quem é?
E não se pense que é impossível - YES, YOU CAN!
[Quem vir nas palavras anteriores apenas ironia está muito enganado. Estas são aspirações de muita gente pelo mundo fora, incluindo nos EUA]
(*) Isto o senhor Presidente não prometeu, mas exigimos nós!
Vídeo:
Waiting In The Food Line Video - Seth Doane reports from Dover, Tennessee, where many families who never thought it could happen to them are finding themselves waiting in free food lines.
Lifeline Video - Remote Area Medical was founded to bring free medicine to remote parts of the world, but now also helps thousands of Americans who have no health insurance or are underinsured. Scott Pelley reports.