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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

Turquia: Convenientes e elucidativos exercícios de hipócrita «amnésia»…

Erdogan Lat

 

A evolução da situação em torno da Turquia continuará a exigir toda a atenção, sendo múltiplos os factores em jogo e suas repercussões, incluindo para o Médio Oriente.

No entanto, não pode passar em branco o imenso cinismo daqueles que – como a União Europeia, que negoceia a adesão da Turquia – fingem ter descoberto no rescaldo do golpe falhado o carácter repressivo e autoritário da política de Erdogan e do AKP, procurando assim não só influenciar a evolução imediata da situação na Turquia, como encobrir o seu amplo conluio com as autoridades turcas e a sua política, de que é exemplo

  • a ocupação ilegal de território de Chipre;

  • a repressão da população curda;

  • a restrição de liberdades, direitos e garantias fundamentais;

  • a agressão e saque da Síria e do Iraque, promovendo e protegendo grupos terroristas e apoiando a sua sangrenta acção;
  • ou a instrumentalização da dramática situação de milhões de refugiados e a negação dos seus mais elementares direitos.

Assinale-se que muitos dos que agora apontam o dedo às autoridades turcas por terem decretado o Estado de emergência e suspendido temporariamente a aplicação da Convenção para a Protecção dos Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais, são os mesmos que justificaram as medidas de restrição de liberdades, direitos e garantias impostas pelas autoridades francesas após os atentados em Paris, em Novembro passado, que incluíram, precisamente, estas duas medidas.

Convenientes e elucidativos exercícios de hipócrita «amnésia»…

 

Bandeira União Europeia_2011

«É por isso que as reacções do establishment europeu aos acontecimentos na Turquia tresandam a hipocrisia e a mentira.

É que o que ali aconteceu está intimamente relacionado com o papel dado à Turquia – e a Erdogan – no extremamente perigoso jogo imperialista, que cruza o objectivo de domínio e redivisão do Médio Oriente com o crescente e cada vez mais insano rumo de enfrentamento directo com países como a Federação Russa. Um papel que alimentou a deriva reaccionária e ditatorial das elites turcas – sejam elas do AKP ou da «velha» hierarquia militar.»

 

Bandeira Nato hast

«O governo turco tem repetido que o golpe falhado, que causou 246 mortos e mais de 2 100 feridos, foi organizado por seguidores de Gulen, de 74 anos.
(...)
O certo é que, desde que a rebelião militar foi derrotada, há menos de 15 dias, as autoridades turcas detiveram, suspenderam, demitiram ou colocaram sob investigação cerca de 60 mil pessoas – militares, incluindo altas patentes, polícias, juízes e magistrados, professores, estudantes, funcionários públicos. No início desta semana, foi anunciado também o afastamento de um número não especificado de embaixadores e a prisão de pelo menos 42 jornalistas.
(...)
No quadro da purga em curso, o regime turco instaurou o estado de emergência, suspendeu a adesão à Convenção Europeia dos Direitos Humanos, estendeu de quatro para 30 dias o período máximo de detenção sem culpa formada e encara a reintrodução da pena de morte. Ordenou o encerramento de 15 universidades e 1043 escolas privadas e residências de estudantes. E ilegalizou 1229 fundações e associações, além de 19 uniões sindicais e de 35 instituições médicas.
(...)
A Guarda Presidencial será dissolvida. Por suspeita de envolvimento no golpe falhado de 15 de Julho, 283 dos 2500 membros desse corpo do exército foram presos.»

 

Publicado neste blog:

Turquia: Comunicado Comité Central do Partido Comunista

 

O Comité Central do Partido Comunista reuniu-se a 17 de Julho e analisou em profundidade os últimos desenvolvimentos do país e discutiu também o estado do partido e as suas tarefas.

 

A Turquia mudará?

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Não sabemos qual a resultante deste braço de ferro entre o governo e as massas em movimento, onde se incluem sindicatos (nomeadamente do sector público (KESK) e a confederação dos sindicatos revolucionários), claques de futebol, gente da cultura, ecologistas, nacionalistas, advogados, médicos, partidos políticos, nomeadamente o Partido Comunista da Turquia e o Partido do Trabalho (EMEP), entre outros. Mas uma coisa é certa, a Turquia está a sair de alguma apatia social e política que há décadas é mantida com forte pulso, primeiramente com os nacionalistas e a hierarquia do exército, e a partir de 2002 com os chamados «islamitas moderados» e o AKP – fundado por Erdogan, resultante da fusão de vários partidos com uma ala do Partido da Virtude, religioso islamista.

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Publicado neste blog:

Turquia: Derrotar o AKP é justo e mobilizador

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Como podem os meios de comunicação do sistema (ditos de referência…) persistir na evidente mentira que todos estes dias de protestos massivos por toda a Turquia são por causa de um parque no centro de Istambul?
Na Turquia «todos sabem que o movimento popular não é produto da sensibilidade quanto às árvores do parque Gezi. A ira das pessoas vem dos projetos de transformação urbana, do terror do mercado, das intervenções abertas e diretas em estilos de vida diferentes, do americanismo e da subordinação aos EUA, das políticas reacionárias, da inimizade dirigida contra o povo sírio».

(Declaração do Comitê Central do Partido Comunista da Turquia - TKP)

-

«Os protestos que eclodiram nos últimos dias na Turquia resultam da confluência de descontentamentos com diversas origens, mas expressam um denominador comum: a rejeição popular do projecto reaccionário que o governo procura impor no país, disse ao Avante! o membro da Associação de Paz da Turquia e do CC do Partido Comunista da Turquia (TKP), que esteve em Portugal a propósito das reuniões do Secretariado e da Região Europa do Conselho Mundial da Paz.»

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