UPP: «Da Resistência Antifascista à Nacionalização da Banca»
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A UBR – União de Reformados e Pensionistas da Banca, com o apoio da Associação Conquistas da Revolução, vai comemorar no dia 14 de Março próximo, o 40º. aniversário da nacionalização da Banca.
De facto, este acontecimento foi o coroar de uma luta que os bancários iniciaram meia dúzia de anos antes de Abril 74, quando decidiram - e conseguiram - pôr na direcção de sindicatos fascistas, trabalhadores honestos e democratas. Não obstante a dura repressão que, sob diversas formas, atingiu muitos de nós, esta decisão provou ter sida acertada pelos seguintes motivos:
1 - Obtivemos vitórias de monta no campo profissional:
2 - Permitiu que os bancários, sindicalmente organizados, aumentassem a sua intervenção na luta, que se vinha agudizando, pelo derrube do fascismo e o fim da guerra, abrindo assim caminhos por onde veio a passar o MFA;
3 - Levou os trabalhadores da Banca a participar na fundação da Intersindical. E, convém não esquecer, que foi por iniciativa e com organização da Inter que milhões de portugueses referendaram no 1º. de Maio, o conteúdo democrático e revolucionário do 25 de Abril;
4 - Proporcionou-nos um melhor conhecimento da banca e dos banqueiros, e também testar as suas capacidades, formas de reagir e com que instrumentos
Este último aspecto veio a revelar-se fundamental. Foi com base nele que, logo a partir de 26.04.74, tomámos iniciativas que, tendo surpreendido os banqueiros, os tolheram muito na sua previsível reacção ao derrube do seu governo. E, com a generosa e competente colaboração de quadros superiores bancários, os quais, corajosamente, arriscaram as suas carreiras, fomos mantendo o poder democrático nascente, não só informado a par e passo das sucessivas investidas da Finança contra Abril, mas também habilitando com as medidas para lhes fazer frente. Porque, de facto, foram os banqueiros, com as suas acções, que permitiram demonstrar, até a empedernidos adversários da medida, que só a nacionalização da banca, por nós proposta, permitiria defender Abril.
E foi assim que em 11 de Março de 1975 os bancários, aos milhares, resgataram a Banca do domínio dos monopólios que suportaram o fascismo e, com a colaboração do MFA e com o D/L132-A/75 do Conselho da revolução, no dia 14 depositaram-na nas mãos do povo português. INTACTA E APTA A CUMPRIR A NOVA MISSÃO.
Nós, bancários, e os que de mais de perto nos acompanharam, merecemos comemorar com dignidade e orgulho este nosso percurso e temos o direito a continuar a luta por uma banca decente ao serviço de um Portugal de Abril.
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O fascizante estribilho «os portugueses vivem acima das suas possibilidades», pela sua recorrência nos meios de comunicação social, faz lembrar aquele outro propalado durante o governo de Salazar: «Angola, é nossa!».
Embora possa haver pouca similitude entre os intervenientes de um estribilho e outro, haverá, certamente, um ponto de contacto nos seus desfechos.
Pela luta Angola libertou-se da amarra colonial.
Pela luta Portugal há-de encontrar a via de se libertar da canga ideológica que o amordaça.
Até lá, no contexto das lutas quotidianas, importa recolher informação, convertendo-a em conhecimento com a seguinte preocupação: transformá-lo numa arma de luta.
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«É preciso libertar o Estado de pagar, no futuro, pensões extraordinariamente elevadas, porque isso já não é protecção, é sim gestão de poupanças».
O indivíduo que bolsou tal propósito foi o actual ministro da Solidariedade, o dr. Mota Soares, personagem que, no Governo, ombreia com todos aqueles que, no plano dos valores e do comportamento, pretendem substituir o direito de cidadania pelo assistencialismo e pela caridade, conferindo às almas de boa vontade a função que, no passado, coube «à sopa do Sidónio». Mas não só.
Vejamos por partes.
Há, em Portugal, no sistema público de Segurança Social e na Caixa Geral de Aposentações, «pensões extraordinariamente elevadas»?
Não. Não há!
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O País dispõe já de dados preliminares relativos aos Censos 2011, cujos resultados, no plano da demografia, evidenciam uma preocupante acentuação da desertificação do território, embora globalmente o País tenha, comparativamente a 2001, mais cerca de 200 mil residentes. Aquilo que foi tornado público não constitui, é certo, nenhuma surpresa, antes confirma a acção política governativa dos últimos 30 anos no fomento das causas tendentes à desertificação.
Confirma o ódio à planificação económica e à harmonização dos investimentos na base da igualdade entre as várias regiões.
Confirma o entendimento de que a agricultura é algo típico das economias terceiro mundistas e uma herança da Idade Média, pelo que não a devemos desenvolver.
Confirma a desindustrialização e o receio da existência de um forte sector operário, a fazer lembrar a resistência de Salazar à industrialização do País.
Confirma um projecto de uma pretensa modernidade alicerçada numa tercearização sustentada em baixos salários.
Confirma o primado da «economia de casino» através da qual, num curto lapso de tempo, assistimos a uma concentração capitalista como raramente aconteceu na nossa história contemporânea.
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Como é do conhecimento geral o Governo aumentou, em média, o custo dos transportes públicos em cerca de 15% a que se seguiu a alteração do IVA aplicado à electricidade e ao gás, passando-o da taxa de 6% para a de 23%.
A pretexto de aumentar a competitividade da nossa economia o mesmo Governo pretende diminuir o valor pago pelo patronato à Segurança Social, o que significa uma coisa e o seu contrário, ou seja:
- diminui o poder de compra da generalidade da população.
- aumenta o lucro do factor capital, designadamente dos grandes grupos ligados às grandes superfícies, às comunicações, à energia e a sectores onde pontificam a Mota Engil, a Autoeuropa, bem como outras importantes e influentes empresas estrangeiras, sem esquecer aquelas que, no sector empresarial do Estado, estão em vias de privatização como sejam os casos da TAP, CTT, etc.
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Num ano com 365 dias de calendário descontemos os sábados, os domingos, os feriados e o período normal de férias. Multipliquemos o resultado por oito horas diárias de trabalho. Encontrado esse valor dividimo-lo pelo salário ganho pelo senhor Zeinal Bava, presidente executivo da Portugal Telecom.
A que conclusão chegámos?
À seguinte conclusão: o senhor Zeinal Bava, em 2010, teve um salário de 1.416.959 euros, o que significa que, por cada hora de trabalho, recebeu 777 euros, ou seja, cerca de 13 euros por cada 60 tiquetaques de segundo.
Mas ele, com tal salário, não está só.
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