A luta do povo timorense pela independência ficou marcada pelo massacre do Cemitério de Santa Cruz, a 12 de Novembro de 1991.
As imagens da chacina, recolhidas pelo repórter inglês Max Stahl, acordaram o mundo para a realidade que se vivia em Timor-Leste desde a invasão do território pela Indonésia, ocorrida com a cumplicidade dos EUA em Dezembro de 1975.
Nesse dia, mais de duas mil pessoas marcharam desde a igreja onde se celebrou uma missa em memória do jovem Sebastião Gomes, assassinado pelas forças indonésias, até ao cemitério, para lhe prestar homenagem.
O exército abriu fogo sobre a população, matando 271 pessoas no local e ferindo outras 127, que morreram nos dias seguintes.
Depois do massacre, a causa timorense ganhou força, com inúmeros países a reconhecer o seu direito à independência, o que se veio a concretizar em 30 de Agosto de 1999.
Director da TV Cultura e responsável pelo telejornal «Hora da Notícia», Vladimir Herzog (Vlado) foi assassinado no dia 25 de Outubro de 1975, em São Paulo, nas instalações do Destacamento de Operações de Informações, do Centro de Operações de Defesa Interna.
Vlado, que após intimação se apresentou voluntariamente para «prestar depoimento» sobre a sua alegada ligação ao Partido Comunista do Brasil, na clandestinidade desde o golpe militar de 1964, foi torturado até à morte.
A versão de «suicídio», divulgada pelas autoridades militares, só foi rectificada em 2013, no âmbito dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade.
Segundo o relatório da Comissão, Vlado foi morto pela «Operação Radar», que tinha como objectivo liquidar a organização do Partido Comunista do Brasil e foi responsável pela morte de 20 militantes do partido entre 1974 e 1976, 11 deles ainda desaparecidos.
Sem que o governo de facto das Honduras dê qualquer explicação ou tome uma posição pública, prossegue a onda de assassinatos perpetrados por grupos armados no país, os quais, aparentemente, actuam com total impunidade.
Na noite de domingo, na cidade de Tocoa, a vítima foi o director de notícias da estação local de televisão, Bahún Palacios Arteaga. Segundo informações divulgadas segunda-feira, o carro de Arteaga foi interceptado por dois outros veículos donde foram disparados 42 tiros. O jornalista teve morte imediata.
Três dias antes, em La Ceiba, também o jornalista David Meza foi abatido a tiro por desconhecidos, isto depois de ter recebido diversos telefonemas anónimos que o avisavam para «ter cuidado com os assuntos que cobria».
Já na segunda-feira, o Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU recomendou que sejam levadas a cabo investigações sérias sobre as denúncias de violações dos direitos humanos no país – desaparecimentos e assassinatos, raptos e torturas, elevado número de detenções arbitrárias, repressão policial – e considerou que, desde o golpe de Estado de 28 de Junho, as liberdades e garantias não têm sido respeitadas nas Honduras.
(sublinhados meus)
In jornal «Avante!» - Edição de 18 de Março de 2010
Com todo esse burburinho sobre a revisão da Lei de Anistia prevista no Programa Nacional de Direitos Humanos, um discurso tem sido frequente. Que se deva apurar os crimes cometidos de ambos os lados durante o regime militar, tanto dos militantes de esquerda quanto das forças de repressão.
O que a primeira vista pode parecer uma posição de aparente equilíbrio, traz na verdade um conceito reacionário, de que a resistência armada a um regime de exceção seja vista como crime (criminalização).
Não nos esqueçamos de que os militantes de esquerda que lutaram contra a ditadura militar no Brasil já tiveram punição suficiente. Foram presos, cassados, implacavelmente torturados, executados, desaparecidos. Já seus carrascos, sem nenhum arranhão, escaparam tranquilos da Justiça, indo se refugiar nos braços da Lei de Anistia, inclusive reverenciados pelos seus atuais colegas de farda nos clubes militares da vida.
Levar ao banco dos réus ex-militantes que pegaram em armas para enfrentar fascistas no Brasil seria tão absurdo quanto julgar os partisans pelos atentados cometidos contra militares alemães durante a ocupação da França na Segunda Guerra Mundial. É confundir, maliciosamente, vítimas com algozes...mais uma vez.
Por isso, meus caros internautas, eu lhes trago este checklist, para que possam imprimir em papel cartão, num tamanho que caiba no bolso ou dentro da carteira. Quando o assunto for revisão da Lei de Anistia e alguém lhe disser que "ambos os lados devam ser punidos", mostre essa charge, só como um lembrete de mais essa verdade inconveniente.
Não, esperança nenhuma. Como vai Obama mudar algo se vai governar um país que é, em si, imperialista e se construiu sobre massacres, crimes e ocupações, em todo o mundo? Os centros de poder são exactamente os mesmos e se ele não os respeitar vai voltar a ser só um negro... Entendes? Não é nada pessoal contra Obama, é uma questão estrutural dos Estados Unidos. Não, nenhuma esperança. Não enganemos mais as pessoas, que já são suficientemente enganadas...
In revista "VISÃO" nº 827 - Edição de 8 de Janeiro de 2009
Para Ver e Ouvir:
Vídeo: PACO IBAÑEZ(Aniversário do assassinato de José Couso. Paco Ibañez canta "A GALOPAR" em frente à embaixada dos EUA)
O cidadão e ministro Augusto Santos Silva disse ontem, no seguimento disto, perante as câmaras da RTP1 algumas inverdades e outras tantas meias verdades.
A propósito do «essencial» o ministro escondeu factos. Porquê? Sabe perfeitamente que o secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, quando de outros incidentes semelhantes, salvo erro em Castelo Branco, telefonou ao 1º Ministro José Sócrates. Sabe que assegurou que o PCP nada tinha a ver com manifestações à porta de reuniões do PS. O mesmo foi reafirmado na Assembleia da República, num debate com o 1º ministro, pelo presidente do grupo parlamentar do PCP, Bernardino Soares. E por Jerónimo de Sousa. O ministro dos Assuntos Parlamentares estava presente. Esqueceu-se ou a insinuaçãozinha rasca dá jeito?...
Mário Soares foi militante do PCP até finais dos anos 40. Salgado Zenha foi militante do PCP até finais dos anos 60. Manuel Alegre foi militante do PCP até finais dos anos 60.
O PS foi fundado em 19 de Abril1973.
Manuel Alegre só aderiu ao PS DEPOIS do 25 de Abril de 1974.
Significa que a maior parte da actividade de resistência à ditadura fascista de Salgado Zenha e Manuel Alegre, e uma boa parte da de Mário Soares, foi feita nas fileiras do Partido Comunista Português.
Isto são factos. E factos são factos. Não implicam nenhum juizo de valor.
O cidadão Augusto Santos Silva tinha obrigação de estar mais bem informado sobre os militantes do seu partido...