Hipátia de Alexandria - Gravura de Elbert Hubbard, 1908
«Havia em Alexandria uma mulher chamada Hipácia (ou Hipátia), filha do filósofo Teón, que fez tantas realizações em literatura e ciência que ultrapassou todos os filósofos da época. Tendo progredido na escola de Platão e Plotino, ela explicava os princípios da filosofia a quem a ouvisse, e muitos vinham de longe receber os ensinamentos», diz Sócrates, o Escolástico, na História Eclesiástica (século V).
Não há certezas quanto à sua data de nascimento (entre 350 e 370 d.C.) nem da sua morte (entre 415 e 416), mas sabe-se que foi vítima do conflito entre religião e ciência em que a cidade de Alexandria estava mergulhada nos séculos IV e V da era cristã.
Influenciados por Cirilo, patriarca de Alexandria, cujos seguidores espalharam o boato de que a filósofa se dedicava à bruxaria, fanáticos cristãos capturaram Hipátia, arrastaram-na para uma igreja, despiram-na e apedrejaram-na até à morte. O corpo foi depois esquartejado e queimado.
Cirilo não foi responsabilizado pelo crime e veio a ser canonizado como São Cirilo de Alexandria.
Pagã num tempo dominado por tensões religiosas, Hipátia. uma das primeiras mulheres a estudar e ensinar matemática, astronomia e filosofia e a única que dirigiu o Museu de Alexandria, permanece como um símbolo da libertação das mulheres.
Fundado por Carlos II em 1675 na localidade de Greenwich, próxima de Londres, o Observatório inglês é porventura o mais famoso do mundo.
Teve como primeiro director o famoso astrónomo John Flamsteed e, à época, o principal trabalho do observatório era efectuar medidas astronómicas que ajudassem os navegantes a determinar a longitude no mar.
As medições do tempo começaram mais tarde.
Uma convenção internacional realizada em 1884, nos Estados Unidos, decidiu estabelecer o meridiano que passa por Greenwich como o primeiro meridiano (latitude zero graus) servindo de referência para calcular distâncias em longitudes e estabelecer os fusos horários.
Cada fuso horário corresponde a uma faixa de quinze graus de longitude de largura, sendo a hora de Greenwich chamada de Greenwich Mean Time (GMT).
Esta linha imaginária divide os hemisférios Oriental e Ocidental, tal como o Equador divide os hemisférios Norte e Sul.
A partir destas duas coordenadas – longitude e latitude – pode localizar-se qualquer ponto do Planeta.
Após a II Guerra Mundial, devido às más condições de visibilidade provocadas pela luz e poluição de Londres, o Observatório foi transferido para Herstmonceux, no Sussex, embora mantendo o mesmo nome.
O telescópio Hale, também chamado do Monte Palomar, local onde está instalado, a 80 km de Los Angeles, nos EUA, nasceu de uma ideia do astrofísico George Ellery Hale, que ambicionava poder dispor de um aparelho «enorme», duas ou três vezes maior do que o Hooker, do observatório do Monte Wilson, embora à época – anos 30 o século XX – nem sequer houvesse a certeza de que tal fosse possível.
Hale empenhou-se na angariação de fundos e conseguiu que a fundação Rockefeller disponibilizasse seis milhões de dólares para o projecto.
Foram precisos quatro anos (de 1931 a 1935) para produzir um espelho reflector de cinco metros, que uma vez concluído levou oito meses a arrefecer. Só então pôde começar a ser polido.
Treze anos depois do início da obra, o enorme espelho foi transportado através de uma estrada construída especialmente para o efeito e montado no local do observatório.
O famoso reflector permitia distinguir uma vela acesa a uma distância de 30 000 Km e fotografá-la a 50 000 Km.
Hale não chegou a ver a concretização do seu sonho.
Este telescópio foi o maior do mundo até à construção do BTA-6 russo em 1976, e o segundo maior até à construção do Keck 1/EUA em 1993.
«Este monumento será construído como uma expressão de gratidão da França não só à arte do engenheiro moderno, mas também ao século da Indústria e Ciência em que vivemos, e para o qual foi preparado o caminho pelo grande movimento científico do século XVIII e pela Revolução de 1789» – palavras do engenheiro Gustave Eiffel numa palestra, a 30 de Março de 1885, na Société des Ingiénieurs Civils, ao apresentar o projecto da Torre a construir no Campo de Marte, em Paris, e o seu simbolismo.
Concebido por Maurice Koechlin e Émile Nouguier, que trabalhavam para Eiffel, o projecto, após alterações, foi apresentado ao concurso para a peça central da Exposição Universal de 1889, que celebrava o centenário da Revolução Francesa.
A estrutura, revolucionária para a época, deveria ser destruída 20 anos após a construção, mas Eiffel conseguiu a sua preservação ao dotá-la com uma antena de rádio utilizada para as comunicações da cidade e ao defender as suas potencialidades em domínios como a meteorologia e a observação astronómica.
A Torre Eiffel é um dos monumentos mais visitados do mundo.
“Ensinar a olhar os problemas que a humanidade enfrenta através dos olhos da ciência poderá certamente trazer um importante contributo para a democracia, para a qualidade de vida dos cidadãos, para o bem-estar de toda a sociedade” (Granado e Malheiros, jornalistas).
OS 5 SENTIDOS Sentir a vida, transformar o mundo!
A exposição de ciência da Festa do Avante! tem abordado temas tão relevantes como a astronomia, a física, a robótica, os materiais e as sua propriedades, a água, a energia, a fome, os recursos geológicos e até os transportes terrestres.
A escolha dos temas, embora muitos outros ainda estejam por abordar, vai ao encontro da urgência de assumirmos estas questões reais, prioritárias e cada vez mais graves para as actuais e futuras gerações, numa perspectiva científica, tecnológica mas também política.
Num processo dialéctico de permanente questionamento, este ano propomo-nos apresentar uma exposição que tem por base os 5 sentidos.
“Como comunicar sem um ou mais sentidos? Será a nossa visão igual à dos outros animais? Podemos saber a idade de uma estrela apenas olhando para ela? Qual a relação entre o nosso equilíbrio e a nossa audição? Porque sentimos frio e calor?”
Estas são algumas das questões que serão abordadas este ano no espaço Ciênci@vante!, propondo aos visitantes uma incursão pelos cinco sentidos humanos e embarcando numa viagem pela transformação do nosso mundo. As nossas acções e interpretações sobre o meio que nos rodeia estão amplamente ligadas à nossa capacidade de percepcionar a informação que nos chega a cada momento. Cada sentido é uma ponte entre o homem e a sociedade, e cabe a cada um de nós, como membros dessa sociedade, entender, construir e sustentar estas pontes.
Este é o fio condutor de uma exposição que pretende explicar cientificamente como funcionam os nossos sentidos, o que acontece na ausência ou deficiência desses sentidos, porque é que são tão importantes no nosso dia-a-dia, quais as repercussões na forma de comunicar e quais as principais diferenças com os sentidos de outros animais, como é que os avanços tecnológicos podem contribuir para a replicação dos sentidos e os benefícios da sua aplicação na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, entre muitas outras curiosidades.
Os 5 sentidos são ponto de partida para outras abordagens indissociáveis dos actuais problemas no sector da saúde, da empregabilidade e segurança no trabalho, das acessibilidades e transportes, da educação, da comunicação, da economia entre outros, pelo que também estas áreas serão abordadas ao longo da exposição.
O espaço Ciênci@vante! vai contar, como tem sido habitual, com módulos de Astronomia e Física, com a colaboração, respectivamente, do Astrónomo Máximo Ferreira e do Núcleo de Física do Instituto Superior Técnico. Nesta área interactiva estarão disponíveis de uma forma lúdica, rigorosa e ao mesmo tempo apelativa, experiências e observações que irão pôr em prática alguns dos assuntos levantados pela exposição.
Os debates, as palestras, a arte da escultura, a literatura e o espaço criança irão dar um especial contributo para reavivar todos os sentidos, e ajudar a consolidar algumas das pontes que poderão transformar o nosso mundo.
Mais uma razão para nos encontrarmos na Festa do Avante!