Neste dia 19 de Março, há 66 anos, Catarina Eufémia tombava, vítima da besta fascista.
Quando o assassino tenente Carrajola lhe aponta uma pistola-metralhadora e pergunta «O que queres, bruta?», Catarina responde «O que eu quero é pão para matar a fome aos meus filhos! Quero paz! Tenho fome.» A resposta soou em três tiros disparados à queima-roupa.
Corriam, na época, tempos de grandes fomes e heróicas lutas.
Catarina Eufémia ingressa no PCP com 24 anos e, pouco depois, fazendo parte do Comité Local, lidera a organização das mulheres da sua terra.
Nesses dias de Maio de 1954 havia um povo em greve por melhores jornas, mulheres e homens trabalhadores sujeitos a uma brutal dureza de vida - falta de trabalho, ou o trabalho de sol a sol, salários de miséria - e a total ausência de direitos, em que uma minoria de latifundiários tudo dominavam e concentravam a riqueza do que a terra produzia.
Catarina, mulher, mãe, lutadora, militante comunista. Hoje, como ao longo destes 66 anos, Catarina continua exemplo e orgulho para todos os lutadores, continuaremos a sua luta.
O PCP saúda a decisão do Comité Internacional da UNESCO de inscrever o cante alentejano como Património Cultural Imaterial da Humanidade.
Tal decisão reconhece a relevância patrimonial do cante, o seu valor excepcional como símbolo identificador do Alentejo e identitário dos alentejanos, o seu enraizamento profundo na tradição e história cultural do País, a sua importância como fonte de inspiração e de troca intercultural entre povos e comunidades, sendo motivo de satisfação e orgulho para todos os portugueses.
O Alentejo não é um lugar. Um sítio. O Alentejo é um estado de alma. O Alentejo é uma região com uma identidade própria e um riquíssimo e diversificado património histórico, cultural e ambiental, onde cada recanto é uma surpresa, uma descoberta, permitindo o desfrute da tranquilidade de cada momento, onde o tempo ainda tem tempo.
O Alentejo tem uma beleza natural única, onde o branco, das casas caiadas, se cruza com a água, os campos de cultivo, a vinha, o montado e um céu azul, sem fim.
O Alentejo é a riqueza dos aromas e o prazer da sua cozinha, que teve raízes na sobrevivência, com predominância do azeite, das ervas e do pão, onde os vinhos, os queijos e os enchidos completam uma vivência perfeita.
O Alentejo é o “Cante” alentejano, que define “o povo alentejano como sendo o mais «musical» da gente portuguesa” (Lopes-Graça: “A Canção Popular Portuguesa”).
O Alentejo é um povo afetuoso e hospitaleiro, de carácter, de trabalho e de luta, que nos franqueia as portas das suas memórias, do seu dia-a-dia. -