À beira de completar 65 anos, é membro do Conselho de Governadores, do Conselho Geral de Governadores do Banco Central Europeu, do Conselho Geral do Comité Europeu de Risco Sistémico, do Grupo Consultivo Regional para a Europa do Conselho de Estabilidade Financeira, preside ao Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, é vice-presidente honorário do Banco Europeu de Investimento (BEI), professor catedrático convidado da Universidade Católica do Porto e da Universidade de Aveiro e presidente do Conselho Consultivo da Faculdade de Economia da Universidade Católica do Porto.
Ah, quase me esquecia: de quem aqui se fala é de Carlos Costa, para além de tudo o mais governador do Banco de Portugal. Ditosa pátria que tais filhos tem...
Na págª 22 da edição da passada quinta-feira, dia 10 de Julho, do jornal «Correio da Manhã», deu à estampa esta notícia (?), informação (?), comentário (?), creio que da responsabilidade de Miguel Alexandre Ganhão, sub-chefe de redação do referido diário.
Lê-se e não se acredita! Esperei, esperei, esperei. Pesquisei, pesquisei, pesquisei. Nada. Nicles. Nepias. Zero. Nem uma palavra sobre o assunto.
Então o senhor Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa de seu nome, comporta-se (de acordo com o texto acima) como um autêntico O Padrinho e a comunicação social dominante cala-se?
Ou os referidos «dossiês comprometedores» existem, ou são fruto da imaginação do jornalista (o que não é crível). Se existem, e continham matéria susceptível de «dar origem a uma série de investigações», qual a razão para o comportamento de chantagista (não encontro melhor termo) de Carlos Costa? Porque não avançaram as investigações a Ricardo Salgado? Porque...
Como cidadão exijo saber toda a verdade...
E, em sensacional exclusivo de «O CASTENDO», veja como tudo isto termina:
«Os grupos económicos que dominam o mercado dos combustíveis (GALP, REPSOL, CEPSA e BP) preparam-se para aumentar esta semana novamente os preços agravando ainda mais a situação que é analisada neste artigo. E de tal forma sentem-se impunes que anunciaram antecipadamente, sem que a AdC dissesse uma palavra. A justificação umas vezes é o aumento do preço do petróleo, outras vezes é a desvalorização do euro em relação ao dólar. Tudo serve. E os principais media repetem, sem fazer qualquer investigação e sem contraditório, as justificações das petrolíferas criando, junto da opinião pública, a falsa ideia que elas são verdadeiras e únicas.
Por outro lado, o governo e a "troika" têm procurado fazer passar também junto da opinião pública a ideia que a liberalização dos preços, que agora estão a procurar impor no mercado da electricidade e do gás, traria mais concorrência e redução dos preços para os consumidores. Mas perante este escândalo de aumento semanal e simultâneo por parte de todas as empresas dos preços dos combustíveis – que desmente o que defendem e andam a fazer – mantêm-se coniventemente silenciosos. E a chamada Autoridade da Concorrência (AdC) que devia investigar a situação nada faz, mostrando que está totalmente refém das grandes petrolíferas. E quando o faz algo é para branquear o comportamento destes grupos económicos, pois conclui sempre que tudo está bem, e que não há combinação de preços entre elas. No entanto, recusa-se a investigar o que devia: POR QUE RAZÃO OS PREÇOS DOS COMBUSTIVEIS SEM IMPOSTOS EM PORTUGAL SÃO SISTEMÁTICAMENTE SUPERIORES AOS PREÇOS MÉDIOS DA UNIÃO EUROPEIA. Assim, a AdC mostra, objectivamente, que dá cobertura a esta política de preços dos grupos económicos deste sector permitindo a obtenção de sobrelucros, ou lucros excessivos.»
«O Expresso, no seu número de 7.7.2012, anunciou que os preços dos combustíveis “disparam segunda-feira” (9 de Julho 2012). Aumentos significativos nos preços já tinham sido anunciados por outros órgãos de informação. Por isso interessa analisar a política articulada de preços dos grupos económicos que dominam o mercado dos combustíveis em Portugal. Os últimos dados disponibilizados pela Direcção Geral de Energia, que são de Maio/2012, revelam que a GALP, Repsol, BP e CEPSA vendem a gasolina e o gasóleo em Portugal a uma preço superior ao preço médio praticado na União Europeia obtendo lucros extraordinários elevados.»
«A "terapia de choque" que está a ser aplicada a Portugal pela "troika estrangeira", com a conivência e participação activa do governo PSD/CDS, muito semelhante à que foi aplicada no Chile de Pinochet pelos "Chicago boys", e em vários países da América Latina e do Leste Europeu pelo FMI, que se baseia nos quatro credos ultraliberais – desregulamentar, liberalizar, e privatizar tudo, e cortes brutais nas despesas sociais e no investimento público – está a lançar Portugal numa recessão profunda. O governo e o Banco de Portugal têm mudado continuamente, para pior, as suas previsões. O ministro das Finanças previa, em Set-2011, que a redução do PIB em 2012 seria -1,8%; em Out.2011, já era de -2,8%; e em Dezembro de 2011 a previsão de quebra na actividade económica em 2012 passou para -3%, ou seja, menos 5.100 milhões € de PIB do que em 2011, quando neste ano o PIB já tinha diminuído, relativamente a 2010, em mais de 2.100 milhões €. As previsões do Banco de Portugal também mudam continuamente. No 3º Trimestre de 2011, este banco previa que a quebra do PIB em Portugal, em 2012, seria de -2,2%; mas no 4º Trimestre de 2011, essa previsão foi agravada para -3,1%. É evidente que a recessão económica em 2012 será muito superior à anunciada pelo governo e pelo Banco de Portugal, sendo provável uma redução do PIB de -5% em 2012.
A política de austeridade cega e destruidora imposta pelo quinteto PSD/CDS/FMI/BCE/CE, a continuar, terá consequências dramáticas para os portugueses. Para concluir isso, interessa recordar que, segundo o Eurostat, a taxa oficial de desemprego em Portugal, no fim do ano de 2011, atingiu 13,2%, o que corresponde a 732 mil desempregados oficiais. O Banco de Portugal, no Boletim Económico de Inverno de 2011 (pág. 13), que acabou de divulgar, prevê que se verifique em 2012 uma redução de emprego de 1,8% (quase o dobro da de 2011), o que corresponde à destruição de 87 mil postos de trabalho. Se somarmos a este valor a previsão de novos trabalhadores que entram todos os anos no mercado de trabalho, rapidamente conclui-se que o desemprego oficial deverá atingir, em 2012, pelo menos, 860 mil portugueses, o que corresponde a uma taxa oficial de desemprego de 15,5%. Se juntarmos a este valor todos aqueles desempregados que não são considerados nas estatísticas oficiais de desemprego – os "inactivos disponíveis" e o "subemprego visível" – rapidamente conclui-se que o desemprego efectivo em Portugal deverá atingir, este ano, pelo menos, 1.213.000 portugueses, o que corresponde a uma taxa efectiva de desemprego de 21,1%. São valores dramáticos que provam de uma forma clara a falência e a irracionalidade da política que o governo PSD/CDS e a troika estrangeira teimam em prosseguir. O ministro das Finanças, com ar de aluno compenetrado e obediente apenas sabe dizer que "não existe outra opção que não seja cumprir" o que a troika estrangeira quer.»
«O sector da energia é estratégico em qualquer país, em termos de desenvolvimento e de independência nacional. Os governos, desde que tenham um mínimo de dignidade nacional e se preocupem verdadeiramente com o desenvolvimento do país, procuram sempre preservar este sector vital do controlo do capital estrangeiro. Em Portugal, infelizmente, tem-se verificado precisamente o contrário desde Cavaco Silva, que iniciou as privatizações, hipotecando-se, desta forma, também o futuro do país. O actual governo, e o seu ministro das Finanças, cegos pela ideologia ultraliberal professada pelos boys da Universidade de Chicago e do FMI tudo fazem para entregar o controlo deste sector a grupos económicos estrangeiros, com a falsa justificação de que assim se aumentará a concorrência e o investimento estrangeiro.
A EDP e a GALP têm uma posição dominante neste sector, sendo o resto já controlado por grandes grupos estrangeiros (Endesa, Iberdrola, Union Fenosa, Essa, BP, Repsol, Cepsa). Com a venda de 21,35% do capital da EDP à empresa estatal chinesa Three Gorges, 44,22% do capital da EDP passa a estar directamente sob o controlo de grandes grupos estrangeiros. E a gravidade desta situação ainda se torna mais clara se se tiver presente que esta percentagem representa 74,05% do total das "participações qualificadas", que são aquelas que controlam, de facto, a gestão operacional e estratégica deste importante grupo.»
Em 2003, Tony Blair afirmou que «a ideia de que estamos interessados no petróleo iraquiano é absurda». Na passada semana, o jornal The Independent revelou a existência de planos de partilha das reservas daquele país pelas petrolíferas BP e Royal Dutch Shell.
Segundo o diário londrino The Independent (19.04) o governo de Tony Blair tinha planos para explorar as reservas de petróleo iraquianas cinco meses antes de se aliar aos Estados Unidos para a invasão daquele país.
Os documentos divulgados foram obtidos por Greg Muttitt, autor do livro Fuel on the Fire: Oil and Politics in Occupied Iraq (Combustível no fogo: petróleo e política no Iraque ocupado), e provam que houve pelo menos cinco reuniões entre funcionários do governo britânico e responsáveis das petrolíferas BPe Royal Dutch Shell em finais de 2002.