«Campanhas de pacificação» e «missões de paz»
Não confundamos as coisas. Ora vamos lá a uma lição de História de quem não tem lições para dar.
No fim do século XIX, princípios do século XX é que havia «campanhas de pacificação». Era o nome que se dava às primeiras guerras coloniais! Querem ver um bom e definitivo instrumento de pacificação? Aqui: Maxim (metralhadora)
Foram sobretudo em África. Ver AQUI que não estou a inventar. Normalmente os povos, então como agora, não gostavam muito de ser «pacificados».
Também houve campanhas em Cuba, China, Filipinas, Madagáscar, etc. E Afeganistão, Índia, etc.
Bem, a coisa continuou pelo século XX, sempre pura e bem intencionada, passámos pelas segundas guerras coloniais (Argélia, Angola, etc.), sempre a «pacificar».
Agora, no fim do século XX, princípios do século XXI a «coisa» modernizou-se e também fez uma operação estética ao nome - pasou a chamar-se «missões de paz». Todos as conhecemos. Há «missões de paz» em todos os sítios e para todos os gostos.
É assim que é possível ouvir um ilustre político (é este mas podia ser outro) dizer "A missão do Afeganistão é uma missão de risco, não podemos esquecer, mas está a contribuir para missão de paz na região, para a redução, assim esperamos, do terrorismo no mundo e também no combate ao narcotráfico", Não era Salazar que falava aproximadamente assim?
Podemos dizer que estas «missões de paz» fazem parte das terceiras guerras coloniais? Se calhar, podemos.
adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge