Concluiu-se a primeira etapa dos diálogos de Havana. Para as forças democráticas e defensoras da paz, o balanço é positivo. Mas o prosseguimento do processo até que seja alcançada uma paz estável e duradoura enfrentará ainda muitas dificuldades e incertezas. À mesa das negociações sentam-se forças de classe antagónicas. E no desenvolvimento do processo pesará de forma determinante a posição do imperialismo, que tem na Colômbia uribista o seu mais fiel aliado na América Latina.
Carlos Lozano Guillén (CL): - Quais são as causas da actual situação na Grécia? Aleka Papariga (AP): - A causa da profunda crise em que a Grécia se encontra é a mesma de todos os países capitalistas desenvolvidos. Trata-se de uma clássica crise cíclica da economia capitalista. De facto, é uma crise generalizada e profunda. Independentemente da forma em que se manifesta neste ou naquele país, é o resultado da sobre-acumulação de lucros e capitais e da dificuldade em encontrar novas saídas, sem obstáculos, de rentabilidade contínua, o que é impossível de ultrapassar sem uma depreciação do capital.
Isto é o que os governos, os organismos internacionais imperialistas e os vários analistas, utilizando todos os meios, tratam de ocultar aos povos.
Na Grécia, a crise apresenta-se como um problema de grande dívida pública e de grande défice estatal. Vale a pena mencionar que no nosso país, nos últimos 15-20 anos, houve altas taxas de crescimento, com um aumento escandaloso dos lucros de todos os sectores da plutocracia. Este «milagre» grego foi levado a cabo por governos social-democratas e liberais, tendo como guia uma estratégia comum que foi apoiada pela União Europeia (UE): medidas contra os trabalhadores, reformas reaccionárias em todos os sectores, reformas laborais e na segurança social, privatizações, mercantilização da saúde e da educação, financiamento estatal e provocadoras medidas de isenção de impostos para o capital.
O objectivo foi o de fortalecimento dos monopólios, tanto gregos como europeus, nas suas actividades dentro e fora da UE.
Ao povo grego foi dito que esta é a via, que esta estratégia assegura o desenvolvimento contínuo e que o resultado final beneficiará também o povo. Os factos vieram dar razão ao Partido Comunista da Grécia [KKE, sigla em grego], que desde o princípio advertiu que esse caminho só ia trazer problemas ao povo e crise.
Agora, a classe burguesa e os seus partidos políticos cooperam para que o povo pague a crise e os impasses do capitalismo. Querem descarregar nas costas dos trabalhadores e dos sectores pobres do povo os novos empréstimos públicos para financiar a concentração de capitais que se asfixiam e correm o risco de desaparecer. Ao mesmo tempo, utilizam a crise para aplicar medidas reaccionárias que queriam implementar há vários anos, a fim de embaratecer a força de trabalho e retirar da produção grandes sectores de trabalhadores autónomos e pequenos empresários.
A crise capitalista não é a doença, mas um sintoma da incurável doença do capitalismo, cujo desenvolvimento continua a ser anárquico e desigual, em todos os sectores da economia e na fase em que prevalecem os monopólios. As medidas anti-populares dos governos, na fase de desenvolvimento, bem como na própria crise, são uma demonstração evidente de que o capitalismo está obsoleto. Todas as suas contradições se agudizaram ao máximo e sobretudo a contradição fundamental entre o capital e o trabalho.
O governo de França anunciou no passado dia 5 de Agosto que foram nomeados Cavaleiros da Ordem Nacional da Legião de Honra, a mais elevada condecoração da República francesa, os colombianos Carlos Lozano e Darío Echeverri. Carlos Lozano além de jornalista, Director do Semanário Voz, é membro do Comité Executivo Central do Partido Comunista Colombiano e da Direcção Nacional do Polo Democrático Alternativo activista da paz nos últimos anos.
O padre Darío Echeverri é o actual Secretário Geral da Comissão de Conciliação Nacional na Colombia. Esta importante distinção será entregue, na capital colombiana numa cerimónia especial, pelo embaixador Jean-Michel Marlaud no decorrer das próximas semanas.
É um reconhecimento do persistente trabalho das duas personalidades em favor do acordo humanitário e da paz.
Carlos A. Lozano Guillén, é o director do órgão central do PC Colombiano, o jornal «Voz», o periódico mais conhecido e de maior circulação da esquerda e intérprete das lutas sindicais, sociais e populares. Recorde-se que ao semanário «VOZ», editado desde 1957, por ocasião do seu 50º aniversário foi-lhe atribuído pelo parlamento colombiano a Medalha do Congresso. É também um prestigiado dirigente do Partido Comunista Colombiano e um dos seus principais porta-vozes. Foi membro da chamada Comissão de Notáveis, que fez recomendações para agilizar os diálogos de paz entre a guerrilha das FARC e o governo de Andrés Pastraña Arango, que antecedeu o actual de Álvaro Uribe Vélez. Em 2003/2004 desempenhou um papel de primeiro plano nos contactos de James Lemoyne, delegado do secretário das Nações Unidas para a Paz na Colômbia com as FARC. E é um activista do acordo humanitário, em correspondência com a linha do Partido Comunista Colombiano de contribuir para a busca da solução política negociada do conflito social e armado.
Carlos Lozano, foi autorizado no passado dia 2 de Maio pelo presidente Álvaro Uribe a entrar em contacto com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
«(...) el doctor Álvaro Leyva y yo, hemos sido autorizados por el gobierno nacional para hacer contacto con la guerrilla de las FARC, en función del acuerdo humanitario. Pero sin ser emisarios del Gobierno, ni facilitadores del Gobierno ni mediadores (...)»